quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cúpula do PMDB se surpreende com recado hostil do Planalto, contra autonomia do BC


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Na base da ameaça A cúpula do PMDB recebeu "atônita" recado de emissários do Palácio do Planalto de que, se Renan Calheiros (PMDB-AL) levar adiante o projeto de Francisco Dornelles (PP-RJ) de autonomia do Banco Central, o movimento será considerado "ruptura" com o governo. A mensagem hostil surpreendeu peemedebistas, uma vez que Michel Temer já havia conversado antes com Renan, a pedido de Dilma Rousseff, para "baixar a bola" do projeto, com o que o senador teria assentido.

Meteorologia Até ontem à tarde, no entanto, Renan ainda demonstrava a colegas no Senado disposição de colocar o projeto em votação, embora auxiliares do Planalto afirmem ter recebido recado do senador de que o texto seria engavetado.

Devagar Aécio Neves (PSDB-MG) deve conversar hoje com Dornelles, que é seu tio, sobre a proposta de autonomia. O presidenciável tucano avalia que mandato de seis anos para o presidente do BC é tempo demais, mas diz ainda não ter opinião fechada sobre a matéria.

Sinais Aliados do ex-presidente Lula que conversaram com ele sobre a ideia de dar autonomia ao BC dizem que, na opinião do petista, o efeito da medida seria apenas "simbólico", uma vez que, na prática, a instituição já teria independência para agir.

Torneira Nos cenários traçados por aliados de Dilma sobre o mau humor do empresariado com o governo também são levadas em conta as previsões de doações eleitorais. Um governista fala em "aridez" de recursos.

Do Leme... Ideli Salvatti recebeu ontem o líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho, que encabeça todas as pesquisas de intenções de voto para o governo do Rio.

... ao Pontal Se dependesse de conselheiros de Dilmae, o ideal, diante do cenário incerto da sucessão fluminense, seria a presidente ter quatro palanques: Garotinho, Luiz Pezão, Lindbergh Farias e Marcelo Crivella.

Trunfo Na viagem que fará à Alemanha, Eduardo Campos espera anunciar parceria entre uma empresa brasileira e uma alemã para investimento em Pernambuco na área metal-mecânica.

Tempo... Articuladores da pré-campanha de Aécio trabalham para antecipar para novembro a formalização de sua candidatura ao Planalto. Para os tucanos, a indefinição está provocando a perda de força na negociação do senador mineiro com eventuais partidos aliados.

... perdido Aécio evita romper o acordo que firmou com José Serra (PSDB) de que a candidatura do partido só seria oficializada em março, mas seus aliados preparam um movimento público em defesa da antecipação.

Bomba... Vice-presidente do PSB, Roberto Amaral ataca, em artigo publicado no site do partido, economistas que aconselham Marina Silva, aliada de sua sigla. Para o pessebista, André Lara Resende e Eduardo Giannetti representam "o campo conservador, que trabalha sob o marco da tragédia do governo neoliberal de FHC".

... atômica Amaral afirma que a eleição de 2014 será marcada por uma disputa entre conservadores e progressistas. E diz que PSB e PT devem manter "atuação conjunta no movimento social".

Na planta Patrícia Bezerra (PSDB) e outros vereadores de oposição em São Paulo vão estimular líderes de associações de moradores a ocuparem as galerias da Câmara Municipal na próxima semana para protestar contra o aumento do IPTU e pressionar o prefeito Fernando Haddad (PT) a vetar o reajuste.

*

TIROTEIO

Lula não conhece limites. Ele diz que Marina e Serra são sombras sobre Eduardo e Aécio. E o eclipse total a que ele submete Dilma?

DO DEPUTADO MARCUS PESTANA (PSDB-MG) sobre articulações do ex-presidente, que disse durante encontro com senadores que pode voltar em 2018.

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CONTRAPONTO

Mosca na sopa

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), falava a jornalistas sobre o projeto que dá autonomia ao Banco Central. Em defesa da proposta, Renan argumentava que a mudança blindaria o Banco Central de eventuais interesses externos e também permitiria melhor condução da política monetária.

Antes de encerrar sua explicação, uma mosca apareceu e começou a rondá-lo. Incomodado com o inseto, Renan interrompeu a fala e brincou:

-Tem uma mosca aqui. Aposto que é uma mosca do Banco Central. Está ouvindo tudo!

Com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

painel Vera Magalhães é editora do Painel. Na Folha desde 1997, já foi repórter do Painel em Brasília, editora do caderno 'Poder' e repórter especial.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

PAINEL: Coluna de Vera Magalhães

PSB de São Paulo vai exaltar o tucano Geraldo Alckmin em propaganda TV


painel

 23/10/2013 - 03h40


DE SÃO PAULO

 
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Falando sério


O PSB de São Paulo vai usar sua propaganda partidária de TV para exaltar o governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Nas peças, são exibidos depoimentos de cinco eleitores que elogiam o tucano pela "seriedade". O presidente estadual da sigla, deputado Márcio França, que articula para ser vice de Alckmin e enfrenta resistência por parte da Rede, diz num dos vídeos: "O PSB só faz parte de governo sério. É por isso que em São Paulo nós estamos no governo Geraldo Alckmin".
Fora... A seção paulista da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) se retirou da comissão externa do governo de São Paulo que acompanha as investigações sobre cartel em contratos de trem e metrô.
... da foto Em ofício enviado ontem a Alckmin, a entidade afirma que não está capacitada para avaliar possíveis ilicitudes e que, portanto, não poderia referendar o resultado da apuração.
Plantão Mozart Sales, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, desponta como candidato a sucessor de Alexandre Padilha no ministério. Dilma Rousseff elogia seu trabalho no Mais Médicos e o considera capaz de tocar o programa.
Chumbo... O senador e presidenciável tucano Aécio Neves (MG) diz que Guido Mantega precisa "refrescar a memória" quando compara o desempenho da economia do governo FHC com o de Dilma. "É preciso fazer a comparação com honestidade."
... trocado "Nos anos FHC, o crescimento médio do Brasil foi de 2,5% ao ano, e o da América do Sul, de 1,3%. Nos anos Dilma, o crescimento médio do Brasil foi de 1,8% ao ano, contra 5,1% da região", afirma o mineiro.
Antena ligada Nelson Breve, presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), responsável pela TV Brasil, telefonou ontem para Marina Silva para reiterar que um problema técnico impediu a transmissão de sua entrevista ao "Roda Viva" pela emissora, na segunda-feira.
À mesa Estava previsto ontem um jantar entre Dilma e os peemedebistas Michel Temer, Eduardo Braga e Jader Barbalho. No cardápio, os palanques da sucessão no Amazonas e no Pará.
Entre amigos Joaquim Barbosa participou no sábado de um jantar na casa do advogado Carlos Siqueira Castro, no Rio. O evento foi oferecido ao presidente do Supremo Tribunal Federal e ao presidente do Conselho Constitucional francês, Jean Louis Debré.
Histórico Durante o julgamento do mensalão, Barbosa foi criticado por não receber criminalistas em seu gabinete e apontou "conluio" entre juízes e advogados.
Veja bem "Compareci, sim, ao jantar. Era uma homenagem à delegação francesa", diz o ministro. Ele é colega de Siqueira Castro na Uerj e atuou com ele no Ministério Público. Sua assessoria diz que Barbosa não relata casos do advogado.
Linha direta O ex-presidente Lula telefonou do exterior para Edison Lobão (Minas e Energia), anteontem, para comemorar o resultado do leilão do campo de Libra.
Barreira Gilberto Kassab (PSD) e Paulo Maluf (PP) agiram para amenizar a migração de vereadores paulistanos para o novato Pros. A manobra, articulada pela gestão Fernando Haddad (PT), tirou um parlamentar do PPS e os dois representantes do PSB.
Vizinhança O PSDB paulistano deixou a sala que ocupava no edifício Joelma, cedida por Kassab, e se mudou para um casarão na Bela Vista. Os tucanos serão vizinhos do PP de Maluf.
*
TIROTEIO
Não há contabilidade criativa que transforme em verdade a declaração de Dilma de que o Brasil ficará com 85% dos recursos de Libra.
DO DEPUTADO JUTAHY JUNIOR (PSDB-BA), sobre o discurso do governo federal para explicar que o país será o maior beneficiário da exploração do pré-sal.
*
CONTRAPONTO
Ao mestre, com carinho
Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) conversavam ontem no plenário da Casa sobre o quadro político nacional. Cunha Lima quis saber se o veterano gaúcho disputaria a reeleição.
-Acho que vou para a casa -, respondeu Simon.
Diante da objeção do jovem senador, o peemedebista explicou suas razões para resistir a tentar novo mandato:
-Já vou para meus 85 anos. Meus bons companheiros não estão mais aqui. O que vou fazer?
-Eu sei o que o senhor vai fazer: vai fazer muita falta nesta Casa! -emendou Cunha Lima.
Com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

painel Vera Magalhães é editora do Painel. Na Folha desde 1997, já foi repórter do Painel em Brasília, editora do caderno 'Poder' e repórter especial.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

PANORAMA POLÍTICO (ILIMAR FRANCO)

ILIMAR FRANCO22.10.2013 7h00m
          As eleições de 2014, concordam os partidos, serão marcadas por protestos. Não se sabe ainda se serão de massa ou limitados aos radicais. Nem se serão pacíficos ou violentos. A presidente Dilma e o governador Sérgio Cabral são alvos visíveis, mas ninguém acha que serão os únicos afetados. Os partidos não sabem como tratar as manifestações. Eles oscilam entre insuflar e descaracterizar. 

Quem paga a conta?
União, estados e municípios estão empurrando, um para o outro, o pagamento dos encargos dos agentes comunitários de saúde. Por isso, o reajuste para a categoria pode não sair. Hoje os municípios gastam R$ 950,00 com salários e impostos. Os agentes querem um piso salarial de R$ 950,00. Os municípios organizam mobilização nacional de prefeitos para não ficarem com a conta dos encargos. Os ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disseram ontem, aos líderes aliados, que a União não vai assumir a despesa. Os prefeitos querem que os Estados assumam, mas os governadores não querem nem ouvir falar. 

O PMDB dá liberdade para alianças e lançar candidatos. Mas, nos estados onde seremos adversários do PT, há compromisso de aprovar a aliança nacional na convenção

Valdir Raupp
Presidente do PMDB e senador (RO)

Ladrão de galinha
Um servidor do Ministério da Previdência foi preso pela Polícia Federal por desviar folhas de papel. Há cinco anos, ele roubava resmas de papel A4 e levava para a empresa copiadora de um amigo, no Setor Comercial Sul, em Brasília. 


Na onda do pré-sal
O ambiente no Planalto é de euforia com o leilão de Libra. A presidente Dilma comemora: o vencedor é o maior consórcio já formado no mundo, com grandes empresas privadas e estatais. A animação decorre também do volume de investimentos que será feito, a partir de 2014, ano das eleições, para que o petróleo possa jorrar em cinco anos.

Os ministros candidatos
A ministra Mário do Rosário (Direitos Humanos) está sendo sondada para concorrer ao Senado. O PT precisa de um candidato forte para enfrentar dois pesos pesados: o do PDT, o comunicador Lasier Martins; e, o do PMDB, o senador Pedro Simon ou o ex-governador Germano Rigotto. 

Só pra contrariar
Os petistas contam que nem sempre a vontade de Lula prevalece. Citam: Ele queria uma aliança com o PMDB em 2010 e Zeca do PT (MS) concorreu ao governo; em 2012, queria apoiar o prefeito de BH, Márcio Lacerda (PSB) mas Patrus Ananias concorreu; e, queria que a candidata, em Porto Alegre, fosse Manuela D’Àvila (PCdoB).

Enterrada
Os líderes mais realistas do Congresso não creem na aprovação de nenhuma reforma política. Dizem que não haverá unidade para aprovar nada enquanto o PMDB defender o distritão, o PT o voto em lista e o PSDB o voto distrital.

Negócio da China
O vice Michel Temer embarca na semana que vem, com comitiva do agronegócio liderada pela presidente da CNA, senadora Katia Abreu, para Cantão, na China. Temer participa de reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível.
O vice do Rio, Luiz Fernando Pezão, não sai do interior do Rio e da Região Metropolitana: “Tô cuidando de obra. Entregando e anunciando”.

domingo, 6 de outubro de 2013

PANORAMA POLÍTICO (ILIMAR FRANCO)
Negociando um pacto  
       O ex-presidente Lula propôs um pacto pela governabilidade do Rio. Na conversa, esta semana, com Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão e Eduardo Paes, defendeu que PMDB e PT mantenham a aliança pelo Rio, mesmo que disputem entre si o governo estadual. O PMDB deu seu recado: sem perspectiva de poder, o partido não teria filiado nestes dias oito deputados estaduais e seis prefeitos.
O voto marineiro
Diante da indefinição dos últimos dias, cientistas políticos passaram a especular sobre o perfil dos eleitores de Marina Silva. Um tucano avalia que 20% são de eleitores contra a política. Há uma franja ambientalista. O analista, de um instituto de pesquisas, avalia que 80% deles adotam valores conservadores. E, por isso, sem Marina, acredita que estes votos iriam em maior número para a presidente Dilma, como no segundo turno de 2010, e para Eduardo Campos (PSB), casado e pai de quatro filhos. Os estrategistas do Planalto sustentam que “Marina cisca no mesmo mercado da oposição e garantem que “Marina não toma nem nunca tomou votos da presidente Dilma”.
“Marina (Silva) ficando fora do processo, seria deixar a presidente Dilma a meio passo da vitória”
Arnaldo Jardim
Deputado federal (PPS-SP)
Com a História na cabeça
Um aliado de Marina Silva declamou na madrugada de sexta: “Derrotada a campanha das Diretas, fizemos uma reunião como esta em 1984. E decidimos ir ao colégio eleitoral, porque a luta não se trava só no terreno que a gente deseja”.

Sucesso de público
A série “House Of Cards”, do Netflix, protagonizada por Kevin Spacey (foto), virou febre na Câmara. Dezenas de deputados estão assistindo à trama sobre um ambicioso deputado americano que controla o Congresso. Um deles relata que o ex-presidente Lula virou fã da série e que não perde nenhum dos seus capítulos.
Em tempo real
O governo está criando um sistema de alerta rápido para o surgimento de novas drogas. Com ele, as autoridades poderão adotar medidas de forma mais agilizada. O modelo é similar a adotado pela União Européia.
Um passo em falso
O Solidariedade avalia que perdeu deputados que haviam se comprometido a migrar por conta da imediata adesão à candidatura do tucano Aécio Neves (MG). Para os que recuaram, pegou mal a reunião entre ele e o presidente do partido, Paulo Pereira da Silva, um dia depois da criação da sigla. Calculam que ao menos dez desistiram porque querem manter as benesses do governo.
Na vitrine
A queda do deputado Arthur Lira (AL) da liderança do PP na Câmara está relacionada à nova relação estabelecida pela presidente Dilma com os líderes aliados. Sua presença nas reuniões do Palácio do Planalto provocou muita ciumeira.
Novo design
O presidente do PP, Ciro Nogueira (PB), quer mudar a imagem de seu partido. Ele trabalha para destituir o deputado Paulo Maluf do comando do partido em São Paulo. E quer tirar o PP de Roraima do ex-governador Neudo Campos.

O filósofo Vladimir Safatle se filiou ao PSOL. O partido quer que ele dispute a eleição ao governo de São Paulo no ano que vem.