sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político de O Globo para dia 30 (Ilimar Franco)

30.11.20128h00m


Receita do Rio preservada
         O governador Sérgio Cabral levou. A presidente Dilma vai vetar o artigo 3º da Lei dos Royalties. Assim, será mantida a receita dos estados produtores no pré-sal, em campos de petróleo já licitados e com contratos de exploração assinados. Ficam fora os blocos da 8ª Rodada de Licitação (51 em SP, oito no RJ e 20 entre SP e RJ), de 2007, cujos contratos não foram assinados.
Educação levará os 100%
Em reunião que se encerrou no começo da noite de ontem no Palácio do Planalto, ficou decidido que será enviada uma medida provisória ou um projeto de lei ao Congresso garantindo 100% dos royalties do pré-sal para a educação. A exclusão da 8º rodada de licitação não atende aos interesses dos estados não produtores porque esses blocos que não tiveram seus contratos assinados só irão gerar receita daqui a sete anos. Portanto, a disputa política vai continuar e os estados não produtores farão esforço para derrubar o veto da presidente Dilma. Mas para que isso ocorra, são necessários os votos de 3/5 dos senadores e dos deputados.
“Dos 78 deputados do PMDB, 76 já assinaram documento me apoiando para presidente da Câmara. Só a Rose de Freitas não vai assinar”
Henrique Alves
Deputado federal (RN) e líder do PMDB

Efeito dominó
O Ministério Público e a Polícia Federal vão ter muito trabalho. A CPI do Cachoeira, presidida pelo senador Vital do Rego (PMDB-PB), vai enviar relatório da Coaf com movimentações financeiras atípicas envolvendo 21 empresas sob as quais há indícios e suspeitas de terem sido usadas para distribuir propinas no eixo Rio-São Paulo.
Ato falho
Contam nos pampas que na quarta-feira, num jantar no Centro de Tradições Gaúchas(CTG) Estância da Azenha, o ministro Brizola Neto (Trabalho) encerrou seu discurso assim: “Precisamos fortalecer o PT, digo, o PDT”.
Sem padrinho
O governador Eduardo Campos (PSB-PE) decidiu não se envolver na eleição para a presidência da Câmara. O deputado socialista Júlio Delgado (MG) concorrerá contra Henrique Alves (PMDB-RN) por sua própria conta e risco.
Reforminha sob encomenda
O PT vai tentar votar na Câmara, na semana que vem, o financiamento público das campanhas. Para ser aprovado, o projeto precisa de maioria simples (metade mais um em sessão com no mínimo 257 deputados). Os outros itens da reforminha são apenas enfeites. A aprovação do fim das coligações e da coincidência das eleições precisam do apoio de três quintos dos deputados.
Sítio do Pica-pau-amarelo
A ex-chefe da representação da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha foi apelidada pelos servidores de Brasília de Cuca, do Sítio do Picapau Amarelo, a bruxa que infernizava a vida dos protagonistas do livro de Moteiro Lobato.
Depois da porta arrombada
Desde o governo Lula (2004) está no Congresso o projeto de marco regulatório das Agências Reguladoras. Agora, após a Operação Porto Seguro, o relator, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), espera que o governo petista vote.
A presidente Dilma conversou dia 16 com a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, adversária do aliado de Dilma no PSB, o governador Cid Gomes (CE).

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (29) do jornal O Globo Ilimar Franco)

29.11.20128h00m


 Traição à vista?
          O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi um dos oradores na festa de aniversário do deputado Julio Delgado (PSB-MG), anteontem à noite, que serviu para o lançamento de sua candidatura à presidência da Câmara. A despeito do acordo PT-PMDB para eleger o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), muitos foram os petistas que fizeram questão de participar.
O governo Dilma não tem oposição
O PSDB abdicou de fazer oposição ao governo Dilma. Os tucanos direcionam seus ataques ao ex-presidente Lula ou ao ex-ministro José Dirceu. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) declarou ontem: “Se há uma herança maldita certamente é do governo anterior. Infelizmente a presidente Dilma aceitou, sem muitos critérios, indicações ou nomeações feitas pelo governo anterior, e apenas age no momento em que a denúncia ocorre”. E o presidente do partido, Sergio Guerra, cobrou: “É necessário que o ex-ministro José Dirceu exponha ao país a relação de empresas às quais vem prestando consultoria desde que deixou a Casa Civil e foi cassado pela Câmara".
“Existindo uma bancada da Delta na CPI do Cachoeira, ela será agora identificada na votação do relatório final do deputado Odair Cunha”
Miro Teixeira
Deputado federal (PDT-RJ)

Céu de brigadeiro
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), relator da MP do Setor Elétrico, garantiu ao Planalto sua aprovação. Seus dois argumentos: ninguém vota contra uma MP que reduz o preço da luz para o consumidor; e, a direção da Cemig vai ter de explicar aos acionistas que abriu mão de três usinas que dão lucro anual de R$ 1,5 bilhão.
Jogo de cena
O PSB reúne amanhã mais de 400 prefeitos eleitos com o governador Eduardo Campos. Ele será pressionado a assumir a candidatura ao Planalto, mas dirá que o PSB integra o governo Dilma e que é cedo para tratar das eleições de 2014.
A disputa na bancada do PT
O deputado André Vargas (PT-PR) coletou 43 assinaturas da bancada petista a favor de sua candidatura à vice-presidência da Câmara. Os eleitores são 85 deputados e seu adversário é o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Tensão e troca de informações
O clima é tenso e de reuniões no Planalto por conta da Operação Porto Seguro. A presidente Dilma embarcou ontem de manhã para a Argentina, mas passou a viagem ao telefone com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil). A ministra, o chefe de gabinete Gilles Azevedo, e a assessora do Gabinete de Informações, Sandra Brandão, passaram parte do dia reunidos.
Seguindo o dinheiro
O Ministério Público e a Polícia Federal vão ter muito trabalho pela frente. Os programas dos computadores da CPI do Cachoeira rastrearam e cruzaram 84 bilhões de movimentações financeiras feitas pelos envolvidos no esquema.
Na guerra dos royalties
Os coordenadores das bancadas de 24 estados já começaram a coletar assinaturas para pedir que um veto da presidente Dilma, na lei dos Royalties do petróleo, seja votado em regime de urgência. A expectativa é de que haverá um veto parcial.
O ministro Mendes Ribeiro (Agritultura) comemora: o Brasil marcha para nova safra recorde. A previsão é de 181,5 milhões de toneladas de grãos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (28) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

28.11.20128h00m


Para a platéia petista
          Reunido com os deputados da base aliada, o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), desistiu ontem de indiciar o jornalista Policarpo Junior, de Veja, e confirmou o recúo no pedido de investigação sobre o Procurador Roberto Gurgel. Os aliados do PT saíram do encontro com a nítida impressão que Cunha radicalizou apenas para atender ao seu público interno.
João Paulo: 20 anos de molho
Hoje, no STF, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) além da cadeia, terá punição mais dura: deve ficar duas décadas sem concorrer a nenhum mandato ou sem ocupar cargos públicos, como secretário estadual, municipal, ministro, diretor de empresas públicas, nem integrar conselhos de administração. Isso porque ele vai pegar uma pena alta por conta do crime de peculato, mais alguns anos por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o que deve superar dez anos. Nos casos de lavagem, a pena inclui a proibição de ocupar ou concorrer a cargos públicos pelo dobro da condenação, ou seja, cerca de 20 anos.
“Deixa a moça (Rosemary Noronha) falar, até para (o ex-presidente) Lula saber quem eram os que queriam o apunhalar!”
Chico Alencar
Deputado federal (PSOL-RJ)

É ver para crer
 Muitos analistas não acreditavam que o STF condenasse os políticos envolvidos no mensalão. Quebraram a cara! Agora, o troante senador Mário Couto (PSDB-PA) adere à descrença. Ele proclamou: “Será que o Zé Dirceu tira um ano de cadeia? Tira nada! Eu aposto o meu mandato se o Dirceu passar mais de um ano na cadeia!” Aposta feita.
É verdade
O assessor do MEC Marcio Barbosa Lima, um dos investigados pela Operação Porto Seguro, que faz dourorado na UnB, é autor de tese de mestrado na Unicamp que tem como título: “Contribuição ao Estudo da Mentira na Vida Cotidiana”.
A pescadora
A presidente da CNA, senadora Katia Abreu (PSD-TO), que realiza seminário com 26 empresários chineses, alinhavou um negócio seu estado. A Jiangxi Group estuda instalar uma fábrica de ração para psicultura em Tocantins.
Nova CPI na CBF
O governo está preocupado com o envolvimento de Marco Polo Del Nero, vice-presidente da CBF, nas investigações da Operação Durkheim pela Polícia Federal. Avalia que o fato cria ambiente para o funcionamento de uma nova CPI da CBF. O deputado Romário (PSB-RJ) começa hoje a coletar assinaturas para investigar os contratos da CBF com a TAM e para os jogos amistosos.
Puxando os freios
A Operação Porto Seguro fez os líderes aliados passarem a desaconselhar o governo a votar este ano a MP do Setor Elétrico. O temor é que convocações de ministros e servidores afastados para depor virem moeda de troca na Câmara.
Fim de festa
A presidente em exercício da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES) foi aplaudida ontem na reunião de líderes. Todos estão com o presidente Marco Maia (PT-RS) atravessado na garganta porque há três semanas ele não os consulta.
A PRESIDENTE DILMA cogita não ir à reunião da Unasul, em Lima, sexta-feira. Ela não quer estar fora caso surjam novos fatos da Operação Porto Seguro.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (27) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

27.11.20128h00m

Pânico no Planalto
           O clima no Planalto é de forte apreensão com os desdobramentos da Operação Porto Seguro. As atividades da ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, não são conhecidas. Além disso, ela é considerada uma “despreparada” e não se sabe o que fará se for muito pressionada. A tendência no governo ontem era impedir sua convocação para depor no Congresso.
Rose, a desafeta de Dona Marisa
Os funcionários do Planalto descrevem Rosemary Noronha como “arrogante’ e que usava bordão de madame em reuniões com servidores para preparar idas da presidente Dilma a São Paulo: "aqui, tudo é chique". Para tentar agradar a equipe da presidente Dilma, ela organizava ida às compras em shoppings e na rua 25 de março. Na posse da atual presidente, ela provocou um incidente ao tentar separar os ministros nomeados dos que estavam de partida. A ex-primeira-dama Marisa Letícia não a tolerava. Por isso, quando a lista da comitiva das viagens do ex-presidente Lula passou para as suas mãos, Rose nunca mais subiu a bordo do AeroLula.
“Não se diga em qualquer instância que o país é pego de surpresa pela crise nos municípios. Toda vez que vão desonerando, eles têm menos recursos”
Paulo Paim
Senador (PT-RS)

O novo líder
Integrantes da bancada do PT na Câmara querem antecipar a substituição do líder Jilmar Tatto (SP). Desde que foi nomeado secretário pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad, Tatto se dedica mais à formação de sua equipe que a articulação da bancada. Por acordo, seu sucessor será o deputado José Guimarães (PT-CE), na foto.

Bola nas costas
O ministro Luiz Inácio Adams (AGU) sai avariado da Operação Porto Seguro. O adjunto José Weber de Hollanda Alves era de sua estrita confiança. O que mais perturba o Planalto é que Luiz Adams tinha acesso irrestrito à presidente Dilma.

O mensageiro
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) recebeu a tarefa de informar o ex-presidente Lula sobre a decisão da presidente Dilma, de demitir Rosemary do gabinete de São Paulo. Carvalho não simpatizava com a ex-poderosa assessora.

Tensão no PMDB
Considerado o candidato com maior força relativa para assumir a liderança do PMDB no ano que vem, a cúpula do partido está preocupada com a eventual eleieção do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ela se preocupa com a escolha de um líder sem trânsito com o Planalto. A ala que tem contradições com o PT exalta sua coragem para enfrentar o Palácio.

Votação de MP preocupa governo
Os líderes do governo na Câmara alertaram o Planalto que temem pela derrota da MP do Setor Elétrico, que reduz a conta de luz dos consumidores. Argumentam que o lobby das concessionárias de energia é pesado.
Anticlimax

A Operação Porto Seguro estragou a festa. Nestes dias, o governo esperava bater o bumbo com a expansão do Brasil sem Miséria, a entrega de um milhão de casas do Minha Casa, Minha Vida e o anúncio do programa de concessão dos portos.

Comentário de um assessor da presidente Dilma: “A oposição é contra o pai dos pobres (Lula) e a guardiã da moral e dos bons costumes (Dilma)”.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (25) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

25.11.20121h00m


Cabral irrita Dilma
          A presidente Dilma está incomodada com as gestões do governador Sérgio Cabral (PMDB) relacionadas aos royalties. A interlocutores, comenta que ele está inflamando demais a população do Rio perto do prazo limite para sanção ou veto ao texto, dia 30. O Planalto teme que a forma histriônica como Cabral está conduzindo o processo acabe como um abacaxi no colo de Dilma.
Planalto frustra movimento pró-Dirceu
 Setores petistas e governistas ligados a José Dirceu começaram a se movimentar para que a presidente Dilma faça qualquer gesto em favor do ex-ministro, criticando a condenação por mais de dez anos imposta pelo STF. O grupo de Dirceu não ficou satisfeito com a única declaração da presidente, logo após a dosimetria de sua pena. Na ocasião, a presidente disse acatar as sentenças do STF e que não as discute. "O que não significa que alguém neste mundo de Deus esteja acima dos erros e paixões humanas", afirmou. Com esta frase, Dilma encerrou o capítulo mensalão e não fará nenhuma referência mais ao assunto.
“O governador Marconi Perillo tinha uma relação íntima, próxima, e o seu governo estava todo comprometido com os negócios do Sr. Carlos Cachoeira”
Randolfe Rodrigues
Senador (PSOL-RR)
O espaçoso
 O ministro Aloizio Mercadante (Educação) acha que ainda é ministro da Ciência e Tecnologia. Na Espanha, deu um chega pra lá no ministro Marco Antônio Raupp e anunciou novidades do Ciência sem Fronteiras, para uma comitiva presidencial atônita. De seu gabinete, vive ligando para a antiga pasta pedindo informações.
Retrato do Brasil
 A WWF-Brasil encomendou uma pesquisa ao IBOPE sobre a aplicação da Lei de Resíduos Sólidos. Resultado: o brasileiro está disposto a separar o lixo em casa, mas não aceita de forma alguma pagar uma taxa para ter a coleta seletiva.
O fim do mundo Maia
A despeito da profecia Maia do fim do mundo no dia 12/12/12 às 12h12min12s: o Brasil estará sendo governado justamente por Marco Maia, presidente da Câmara. A presidente Dilma estará na Rússia e o vice Michel Temer em Nova York.
Hora do acerto
 O Planalto admite que errou ao não conversar com o governo de Minas Gerais sobre concessões da Cemig e determinou força-tarefa para resolver a questão. Ministérios e estatal estão em contato e a expectativa é que haja acordo antes de 4 de dezembro, prazo de adesão à renovação das concessões. A presidente Dilma e o governador Antonio Anastasia farão o anúncio juntos.
As exceções criam nova regra
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) acusa o governo de ter feito, de MP em MP, uma nova lei de licitações. Primeiro foram as exceções para Copa e Olimpíadas, depois para o PAC e obras da Educação. E agora para as obras da saúde.
Superando metas
O Brasil sem Misérias conseguiu matricular 20 mil alunos a mais do que o previsto para 2012 em cursos profissionalizantes para que, a médio prazo, deixem de depender dos programas sociais. A meta eram 230 mil até dezembro.
A DISPUTA pela liderança do PMDB está afunilando em direção a três nomes: Eduardo Cunha (RJ), Marcelo Castro (PI) e Sandro Mabel (GO).

domingo, 25 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (24) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

24.11.20128h00m


Meia volta
          O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), vai retirar do texto o pedido de investigação sobre o PGR Roberto Gurgel. A inclusão está sendo muito criticada no PT. Cunha está sendo chamado de “ingênuo” por ter ignorado os alertas de que um ato contra Gurgel seria visto como vingança ao mensalão. Na cúpula petista, há críticas ao indiciamento de Policarpo Junior, de Veja.
Mensalão: cadeia só em 2014
Ministros do STF projetam para a primeira semana de dezembro, ali pelos dias cinco ou seis, o encerramento do julgamento do mensalão. Depois disso, abre-se um prazo para a publicação do acórdão (são 60 dias sem contar o recesso) e dos recursos dos advogados. Isso significa dizer que o capítulo final do mensalão, com os condenados sendo de fato algemados e presos, está longe de ocorrer. A previsão feita por um dos ministros é que os condenados só vão para trás das grades em 2014, coincidentemente, em mais um ano de eleições. O julgamento do mensalão tucano, que tem como réu o deputado Eduardo Azeredo (MG), será no segundo semestre de 2013.
“O STF devia mandar prender os condenados (do mensalão). Os embargos infringentes e declaratórios não mudam a decisão”
Pedro Taques
Senador (PDT-MT)

O conselheiro
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, encontrou no ministro Luiz Fux um conselheiro nos dias que antecederam sua posse. Partiu de Fux a sugestão para que Joaquim se mostrasse mais calmo e tranquilo, deixando de lado o habitual mau humor. Atitude nova para o cargo novo. A reta final do julgamento do mensalão também baixa a tensão.
Destinos amarrados
A prioridade do DEM é viabilizar a gestão de ACM Neto na prefeitura de Salvador. Por isso, a cúpula do partido vai pegar leve com o governo Dilma. A situação é a seguinte: se o governo de Neto fracassar na Bahia, o DEM acaba.
Consumidores na rua
O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, está organizando uma manifestação pela redução da tarifa de energia elétrica. O ato pretende dar um empurrão na aprovação da Medida Provisória das Concessões de Energia.
Gurgel: o que estava combinado
Os petistas relatam que Odair Cunha (PT-MG) tinha combinado com o partido que o relatório da CPI do Cachoeira se limitaria a descrever a ação do PGR Roberto Gurgel na investigação da Polícia Federal sobre o ex-senador Demóstenes Torres. Fora da CPI, deputados petistas subiriam à tribuna para pedir que o Conselho Nacional do Ministério Público investigasse sua conduta.
Novo hobby
Aos convidados ao Palácio da Alvorada, a presidente Dilma conta que está feliz da vida porque se tornou criadora de emas e que passou a distribuir as ninhadas para a Granja do Torto, o Palácio do Jaburu e para a sede do Ibama.
Negro gato
Em show quinta-feira à noite em Brasília, o cantor Luiz Melodia saudou várias vezes a posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do STF. E para enaltecer o fato improvisou entoando: "Eu sou o negro gato/ sou Joaquim Barbosa".
A REDUÇÃO do Fundo Partidário, devido a criação do PSD, fez vítima ilustre. O historiador Antonio Paim foi demitido da assessoria do DEM.

sábado, 24 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (23) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

23.11.20128h00m


Correndo atrás
          O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), passou o dia de ontem tentando negociar a aprovação de seu relatório. Nas conversas, ofereceu a retirada do trecho sobre o PGR Roberto Gurgel. E ouviu que era preciso também excluir o indiciamento do jornalista Policarpo Junior. Ambos foram incluídos por imposição da direção e dos líderes do PT. O impasse está criado.
Foi uma provocação do relator?
 O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), sabe que não tem votos para indiciar o diretor de Veja em Brasília, Policarpo Junior. Mesmo assim, optou por atender o apetite petista. Ontem, membros da CPI lembraram que Fernando Collor (PTB-AL) propôs a convocação de Policarpo, mas que os demais integrantes da Comissão começaram a se manifestar contra. Nesta altura, o relator interrompeu a votação dizendo que tinha entendido o recado. Agora, ao incluir Policarpo, ignorando aquela votação, o relator dá um golpe na maioria da comissão. O solitário elogio ao relator feito pelo ex-ministro José Dirceu (em seu Blog) é esclarecedor.
“O Congresso promove uma CPI com um relatório de mentirinha, perdendo a oportunidade de apanhar um corruptor (Fernando Cavendish), o que seria inédito”
Pedro Simon
Senador (PMDB-RS)

Partido do Paulinho
Vários deputados foram procurados para integrar partido que estaria sendo criado pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Paulinho nega e diz que essas especulações ocorrem porque os sindicatos filiados a Força têm ajudado a criar novos partidos, como o PSD de Gilberto Kassab. “Deve ser por isso”, diz ele.
Gabriel: ele tem a força
 Na entrevista que concedeu ontem para Regina Casé, e que vai ao no programa “Esquenta” em nove de dezembro, a presidente Dilma fez uma confidência surpreendente: “A pessoa que manda em mim é o neto Gabriel”. Ele tem dois anos.
Nova oportunidade
A presidente Dilma vai receber o senador Blairo Maggi (PR-MT) nos próximos dias. Ele já recusou a pasta dos Transportes, porque suas empresas recebem verbas do Fundo da Marinha Mercante. O Fundo agora está na Secretaria dos Portos.
Nesta CPI não há inocentes
 O relator Odair Cunha (PT-MG) é o maior, mas não o único pizzaiolo da CPI do Cachoeira. Durante seu funcionamento, o PSDB ajudou o PMDB, e os petistas, a impedir uma investigação profunda da Delta, e de suas relações com o governador Sérgio Cabral e os governos estaduais administrados por tucanos, peemedebistas e petistas com contratos com a empreiteira.
Congestionamento
O Ministério do Esporte está tenso com a manifestação do governador Sérgio Cabral sobre os royalties na segunda-feira. Teme que a Fifa e a imprensa internacional tenham problemas para se deslocar à vistoria das obras do Maracanã.
Costura interna
O líder do PMDB, Henrique Alves (RN), acertou com cinco candidatos à sua sucessão - Danilo Fortes (CE), Marcelo Castro (PI), Eduardo Cunha (RJ), Osmar Terra (RS) e Manoel Junior (PB), que a eleição do novo líder será em 30 de janeiro.
O EX-MINISTRO Alfredo Nascimento (AM) e o suplente Antonio Carlos (SP) disputam para substituir Blairo Maggi (MT) como líder do PR no Senado.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (22) do jornal O Globo - Ilimar Franco

22.11.20128h00m

 CPI: base racha       
          A base do governo vai rachar na votação do relatório da CPI do Cachoeira. O PMDB é contra indiciar Policarpo Junior, diretor de Veja em Brasília. “O PMDB vai votar contra. Não há fundamentação”, diz o líder Henrique Alves (RN). O relator Odair Cunha (PT-MG), que levou um bafo de José Dirceu e da bancada petista, diz que “há elementos” para incluir o jornalista no relatório final.
A CPI está desandando
Integrantes da CPI do Cachoeira, inclusive petistas, ficaram pasmos com o relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG). Avaliam que a lista ampla dos que devem ser investigados, que inclui o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, produzirá o efeito de unir os adversários do relatório. A estes devem se somar aqueles que sempre criticaram a ausência de investigação sobre o governador Sérgio Cabral. Membros da CPI dizem que o relator fez a opção por agradar determinadas platéias petistas e produziu “um relatório para ser derrotado”. Entre os críticos, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) ironiza: “A pizza não cabe no forno. Ela é muito grande”.
“Há uma inversão dos papéis e dos fatos. O investigador (o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel) vira investigado”
Randolfe Rodrigues
Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-RR), protestando contra o relatório da CPI do Cachoeira

Novo líder
Depois de reuniões no Planalto com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o vice Michel Temer, e os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Braga (PMDB-AM), a presidente Dilma bateu o martelo: Braga segue líder no Senado em 2013 e o senador Walter Pinheiro (PT-BA), na foto, será o líder no Congresso.
Escolha antecipada
A bancada do PMDB fez um abaixo-assinado para que o líder Henrique Alves (PMDB-RN) antecipe a escolha de seu substituto. Em vez de fevereiro, 60 deputados que assinaram o pedido, querem que a eleição ocorra em 19 de dezembro.
Produzir e saber mais
 São duas as obsessões da presidente Dilma. Em todas as suas conversas privadas e entrevistas ela martela nas idéias fixas: aumentar a produção industrial e melhorar a educação, principalmente a fundamental e a técnica.
Com a corda toda
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), está impossível nas últimas semanas de reinado. Deputados pressionavam pela votação de um projeto que libera o PIS para deficientes. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pediu a Maia para consultar o Planalto. "O senhor tem cinco minutos para consultar o governo", disse o presidente da Câmara para um Chinaglia atônito.
Candidato alternativo
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), candidato a presidente da Câmara, encomendou uma pesquisa de intenção de votos. Foram ouvidos 350 deputados. O resultado foi animador: Henrique Alves (PMDB-RN) 36% contra 32% dele.
Ponto de vista
O ministro Aloízio Mercadante (Educação) levou uma bronca da presidente Dilma. Ela ficou irritada por este ter exaltado como "a cara do Brasil" a adolescente Pâmela Lescano, que deu à luz no banheiro da escola em que fazia o Enem.
O PLANALTO está na expectativa que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, deflagre uma campanha nas ruas pela aprovação da MP da Energia.




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A coluna Panorama Político (22) do jornal O Globo.
Ilimar Franco22.11.20128h00m


 CPI: base racha       
          A base do governo vai rachar na votação do relatório da CPI do Cachoeira. O PMDB é contra indiciar Policarpo Junior, diretor de Veja em Brasília. “O PMDB vai votar contra. Não há fundamentação”, diz o líder Henrique Alves (RN). O relator Odair Cunha (PT-MG), que levou um bafo de José Dirceu e da bancada petista, diz que “há elementos” para incluir o jornalista no relatório final.
A CPI está desandando
Integrantes da CPI do Cachoeira, inclusive petistas, ficaram pasmos com o relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG). Avaliam que a lista ampla dos que devem ser investigados, que inclui o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, produzirá o efeito de unir os adversários do relatório. A estes devem se somar aqueles que sempre criticaram a ausência de investigação sobre o governador Sérgio Cabral. Membros da CPI dizem que o relator fez a opção por agradar determinadas platéias petistas e produziu “um relatório para ser derrotado”. Entre os críticos, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) ironiza: “A pizza não cabe no forno. Ela é muito grande”.
“Há uma inversão dos papéis e dos fatos. O investigador (o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel) vira investigado”
Randolfe Rodrigues
Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-RR), protestando contra o relatório da CPI do Cachoeira

Novo líder
Depois de reuniões no Planalto com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o vice Michel Temer, e os líderes Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Braga (PMDB-AM), a presidente Dilma bateu o martelo: Braga segue líder no Senado em 2013 e o senador Walter Pinheiro (PT-BA), na foto, será o líder no Congresso.
Escolha antecipada
A bancada do PMDB fez um abaixo-assinado para que o líder Henrique Alves (PMDB-RN) antecipe a escolha de seu substituto. Em vez de fevereiro, 60 deputados que assinaram o pedido, querem que a eleição ocorra em 19 de dezembro.
Produzir e saber mais
 São duas as obsessões da presidente Dilma. Em todas as suas conversas privadas e entrevistas ela martela nas idéias fixas: aumentar a produção industrial e melhorar a educação, principalmente a fundamental e a técnica.
Com a corda toda
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), está impossível nas últimas semanas de reinado. Deputados pressionavam pela votação de um projeto que libera o PIS para deficientes. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pediu a Maia para consultar o Planalto. "O senhor tem cinco minutos para consultar o governo", disse o presidente da Câmara para um Chinaglia atônito.
Candidato alternativo
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), candidato a presidente da Câmara, encomendou uma pesquisa de intenção de votos. Foram ouvidos 350 deputados. O resultado foi animador: Henrique Alves (PMDB-RN) 36% contra 32% dele.
Ponto de vista
O ministro Aloízio Mercadante (Educação) levou uma bronca da presidente Dilma. Ela ficou irritada por este ter exaltado como "a cara do Brasil" a adolescente Pâmela Lescano, que deu à luz no banheiro da escola em que fazia o Enem.
O PLANALTO está na expectativa que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, deflagre uma campanha nas ruas pela aprovação da MP da Energia.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (21) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

21.11.20128h00m

Venceu a pressão
         O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), cedeu à pressão do PT e indiciará o jornalista Policarpo Júnior, da Veja, no documento que apresenta hoje. Os petistas queriam também o indiciamento do procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, mas neste caso, Odair optou por encaminhar ao Conselho Nacional do Ministério Público pedido de investigação.
As penas dos deputados
O STF deve decidir hoje as penas dos deputados e dirigentes de partidos condenados no esquema do mensalão. Dos que receberam dinheiro do valerioduto, a pena mais alta tende a ficar com Pedro Corrêa (PP), beirando oito anos, ou seja, poderá pegar regime fechado. O secretário-geral do PR, deputado Valdemar Costa Neto, virá logo em seguida com pena em torno de sete anos. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, vai ficar com pena entre cinco e seis anos, sem considerar atenuante por delatar o esquema. Pelo padrão de votos dos ministros, a situação do petista João Paulo Cunha é complicada e deve superar oito anos de prisão.
“O jogo muda (em 2018). Não tem mais reeleição da presidente Dilma e zera tudo. O PMDB pode ter o PT como vice"
Valdir Raupp
Presidente nacional do PMDB

Em fim de carreira
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), recebeu evangélicos ontem para tratar do novo Código Penal. Ao ser questionado sobre o prazo de tramitação e se será votado ainda em seu mandato, Sarney respondeu: “Não estou mais em idade para assumir qualquer paternidade”, e completou: “Não concorro a mais nada.”
Vem aí mais uma janela
O PSD de Gilberto Kassab praticamente acertou a fusão com o nanico PSL. Negocia também com o PTN. Se fechar, os políticos com mandato ganham uma janela para troca-troca sem ter que deixar o cargo no partido pelo qual se elegeram.
Só pensa nisso
O deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) passou o feriado na Espanha. Ficou sabendo que a comitiva presidencial estava por lá e se encontrou com a presidente Dilma para falar de sua eleição a presidente da Câmara.
Lista de desejos
Senadores do PR, PTB e PSC se reúnem com a presidente Dilma hoje. Pedirão para entrar na reforma ministerial e querem nada menos do que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para o senador Blairo Maggi, desalojando o petista Fernando Pimentel. O argumento: são 16 senadores e ganharão mais dois com a entrada do PSD no bloco.
Aos pés de cristo
O Ministério do Turismo destinará R$ 1,5 milhão para obras de melhorias do Cristo Redentor, a pedido do arcebispo dom Orani Tempesta. Na Jornada Mundial da Juventude, a arquidiocese quer deixar o monumento aberto 24 horas.
Famosidades
Ao saber que a filha de Martin Luther King, Bernice, está no Brasil para receber um prêmio, o ministro Joaquim Barbosa pediu que o cerimonial a convidasse para sua posse, amanhã, na presidência do STF.
O Senado vai recorrer à Justiça contra decisão da Receita Federal de cobrar Imposto de Renda sobre a ajuda de custo paga aos senadores.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (20) do jornal O Globo
(Ilimar Franco)


20.11.20128h00m

PSB começa a se armar
         O deputado Beto Albuquerque (RS) reassume nos próximos dias o mandato a pedido da direção nacional do PSB e será eleito em fevereiro líder da bancada. Amigo do governador Eduardo Campos (PE), volta a Brasília para fortalecer o partido e ajudar a decidir se ele concorrerá a presidente. Pediu demissão do secretariado do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).
2014 vem aí
A presidente Dilma fará mega evento em fevereiro para os 5.565 prefeitos eleitos. Quer orientá-los sobre gestão, dizer o que o governo tem à disposição dos municípios, pedir apoio ao seu governo, ou seja, se aproximar politicamente dos novos gestores. Está em estudo o lançamento de um pacote de medidas. Dilma queria marcar o ato para a primeira quinzena de janeiro, mas o local escolhido, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, estará em reforma. Deixará para fevereiro. O evento terá estandes dos bancos estatais e dos ministérios para tirar dúvidas dos prefeitos sobre financiamentos e programas disponíveis para convênios.
"Não será uma batalha fácil. O Marco Civil da Internet impedirá que provedores de conexão ganhem bilhões vendendo informações."
Alessandro Molon
Deputado PT-RJ

Brasil no comando
O brasileiro Benedito Braga é o novo presidente do Conselho Mundial da Água. Ele é professor de engenharia Ambiental da USP e substituirá o francês Loïc Fauchon. É a primeira vez que um brasileiro ocupa o cargo. Logo após sua eleição, Braga telefonou para a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente), que ficou eufórica com a novidade.
Para ficar menos pior
Senadores querem aprovar mudanças no Fundo de Participação dos Estados mesmo que sejam radicalmente alteradas na Câmara. É só pretexto para não ficar ainda mais constrangedor o pedido de prorrogação das regras do fundo ao STF.
Como é a vida
Joaquim Barbosa, novo presidente do STF, chegou à mais alta corte com apoio do então ministro José Dirceu (Casa Civil). Eles foram apresentados em 2003 pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro e jantaram no Piantella.
O choro é livre
O senador Lindbergh Farias e o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) apresentaram requerimento com pedido de informações ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional de Energia Elétrica sobre o reajuste médio de 12,2% na conta de luz feito pela Light. Querem a suspensão da cobrança, mas não há chance de terem o pedido atendido.
Dividindo holofotes
Tudo o que os integrantes da CPI do Cachoeira não queriam vai acontecer: com a leitura do relatório adiada para amanhã, o Congresso terá que dividir os holofotes com a primeira sessão do mensalão presidida por Joaquim Barbosa.
Sem mordomias
O príncipe Guilherme Alexandre e a princesa Máxima, da Holanda, que estão no Brasil para encontros com empresários e integrantes do governo, viajaram da Europa a São Paulo em voo de carreira da KLM e, para Brasília, de Gol.
A Abin encaminhou ao Ministério da Justiça com uma semana de antecedência estudo apontando problemas de segurança em Santa Catarina

domingo, 18 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (18) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

18.11.20121h0

No pelourinho
          O relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), vai pedir o indiciamento do governador Marconi Perillo (PSDB-GO); do prefeito de Palmas, Raul Filho (ex-PT); e, do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), por envolvimento nas atividades criminosas do contraventor Carlos Cachoeira. O relatório será lido na terça-feira e alguns membros da CPI já tiveram acesso às suas conclusões.
A polêmica: Roberto Gurgel
Mesmo pressionado por setores do PT, Odair Cunha não vai incluir no relatório um pedido de investigação sobre o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel. Pesa sobre este o fato de não ter denunciado o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), ao receber a Operação Vegas. Integrantes da CPI, ouvidos pelo relator, disseram que derrubariam proposta com este fim. Avaliam que Gurgel agiu para que a Polícia Federal delimitasse o tamanho da infiltração em seus quadros da organização de Cachoeira. Cunha, que não quer ser acusado de fazer um relatório partidário, também não pretende servir de instrumento de retaliação por causa do Mensalão.
“Pela primeira vez, na história das CPIs, todos os sigilos bancários quebrados, e não só o dos indiciados, serão encaminhados para o Ministério Público”
Miro Teixeira
Deputado federal (PDT-RJ) e integrante da CPI do Cachoeira

Sala de redação
A bancada aliada na CPI do Cachoeira rechaçou qualquer proposta, como o indiciamento do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Junior, que sugerisse limitar a liberdade de imprensa. Por isso, a despeito do desejo de muitos petistas, Odair Cunha (na foto), não o fará. Mas seu relatório dedicará farto espaço ao debate do trabalho do jornalismo investigativo.
É cada um por si
O PT não vai liderar campanha para arrecadar fundos para que os condenados no mensalão paguem as multas. A cúpula petista avalia que as multas criaram a possibilidade de solidariedade que não existiria se a pena fosse apenas de prisão.
Em busca do prestígio perdido
Candidato a presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), pretende criar um Conselho de Notáveis, para que a Casa volte a ser um centro de debates relevantes. A Câmara perdeu esta condição desde que ACM presidiu o Senado.
Concessionários x empresários
 O anúncio do programa de concessão dos portos travou por uma disputa entre concessionários e empresários. Estes querem que portos privados não operem sob a condição de embarcar 51% de carga própria, como é hoje. Os concessionários são contra porque vão perder dinheiro. Na versão mais atual, o governo vai renovar os contratos de 68 portos pelo tempo de origem da concessão.
Colocar a reforma política na rua
Os defensores da reforma política não acreditam mais que o Congresso a faça. Por isso, pretendem iniciar, em 2013, uma campanha de assinaturas na sociedade, a exemplo da mobilização que levou a aprovação da Lei da Ficha Limpa.
O poste do Aécio
Corre entre os petistas mineiros que o senador Aécio Neves (PSDB), candidato a presidente, elege até um poste para suceder Antonio Anastasia (MG). Explicam: “Aécio encarna a utopia de que Minas voltará ao centro do poder”.
A CPI DO CACHOEIRA está verificando 1.300 pessoas físicas e jurídicas que receberam dinheiro do esquema Delta/Cachoeira em período eleitoral.

sábado, 17 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (17) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

17.11.20128h00m

O papel de Lula
          A presidente Dilma chega ao final da metade de seu mandato sem oposição, segundo um experiente político, que integrou a base aliada dos governos Fernando Henrique e Lula. Este quadro diz que “o ex-presidente Lula fica entretendo os adversários, quem brigam com ele, enquanto a presidente Dilma governa sem oposição”. Os aecistas acham um “erro tático” a guerra contra Lula.
Explicações inexplicáveis
 Políticos lembraram do governo Sarney ao lerem ontem que o governador Geraldo Alckmin sugeriu que a violência na região metropolitana de São Paulo é compatível com seu tamanho. No mandato de Sarney na presidência, ele foi muito criticado por ter levado uma enorme comitiva numa de suas viagens internacionais. O porta-voz do Planalto justificou dizendo que a comitiva era compatível com o tamanho do Brasil. Na época, o humorista Jô Soares ironizou dizendo que se a China adotasse o critério a visita de um dirigente daquele país equivaleria a uma invasão. No caso da violência perguntam: “Quer dizer que não há o que fazer? A cidade cresce, e a violência também?"
“Este ano crescemos apenas 1,5% , mas não tivemos desemprego e a sensação de bem estar da população ainda é boa”
Fernando Pimentel
Ministro do Desenvolvimento, sobre a avaliação positiva do governo e a popularidade da presidente Dilma

Constatação
A oposição e os rebeldes nem chegaram a se entusiasmar pela candidatura de Júlio Delgado (PSB-MG) à presidência da Câmara. Eles dizem que a atuação do governador Eduardo Campos é um recado. Quem o viu em campo para eleger a mãe, Ana Arraes (na foto), para o TCU, agora vê sua ausência na campanha de Delgado.
Minha casa minha dor de cabeça
O estoque de terrenos baratos e próximos dos grandes centros urbanos acabou. O cumprimento das metas do programa Minha Casa Minha Vida dependem do governo autorizar a CEF aumentar os valores pagos às empresas construtoras.
Não tem choro nem vela
A administração Dilma ainda não tem grandes obras físicas para apresentar. Isso decorre, muitas vezes, de problemas nas empresas e da ação do TCU e do Meio Ambiente. Mesmo assim um ministro sentencia: “Fica na conta do governo”.
A guerra do caju
Sobre a disputa com o Meio Ambiente, sobre a pesquisa do caju e do cajá, a Natura diz que cumpre os princípios da Convenção da Diversidade Biológica, que prevê indenização às comunidades tradicionais. O presidente da Embelleze, Itamar Fernandes, diz que é “um absurdo a exigência de conhecimento prévio pelo governo”, porque isso “não preserva nada”.
O caju e o cajá são coisas nossas
O governo Dilma ganhou processo, que correu em segredo de Justiça, que obriga a Natura a pedir autorização prévia ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente, para pesquisar o caju e o cajá.
O mais inchado
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) fez um ranking sobre o número de ministérios. O Brasil liera com 39, com a criação do Micro e Pequenas Empresas. Depois vem: Venezuela, 29; Equador, 28; Chile e Bolívia, 20; Peru, 17; e, Argentina, 15.
Renovação? O PTB vive um dilema na Câmara. A liderança da bancada é disputada pelo jovem Alex Canziani (PR) e pelo experiente Silvio Costa (PE).

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (16) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

16.11.20128h00m

Virar o jogo
          Emissários do Planalto estão procurando empresários do setor industrial para que eles entrem publicamente no debate sobre a renovação das concessões de energia elétrica. O governo Dilma está preocupado com a força do lobby das concessionárias no Congresso. A constatação é que os parlamentares só tem ouvidos para as concessionárias e que outros setores da economia não se manifestam.
Renovação no colégio de líderes
Está em curso na Câmara um amplo processo de renovação na escolha dos líderes dos partidos para o ano que vem. O PT, que tem a maior bancada, será dirigido por José Guimarães (CE). O cargo no PMDB está sendo disputado por quem nunca ocupou a linha de frente: Marcelo Castro (PI), Danilo Fortes (CE) e Osmar Terra (RS). NO PSDB a disputa está entre Carlos Sampaio (SP) e Domingos Sávio (MG). Em outros partidos esta renovação foi feita, sendo estreantes os líderes do PSD, Guilherme Campos (SP); do PP, Arthur Lira (AL); do PSB, Ribamar Alves (MA); e, do PDT, André Figueiredo (CE). Só o DEM ainda pode optar pelo comando de um veterano.
“O STF declarou o FPE e o FPM inconstitucionais em 2010. É um caso de negligência real do conjunto do Senado e de todos os governadores”
Ricardo Ferraço
Senador (PMDB-ES), sobre o Senado não definir os novos FPE e FPM

O Brasil lá fora
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ontem, no encontro com o vice Michel Temer, comentou que “O Brasil é um parceiro estratégico para a Alemanha, porque 90% do crescimento mundial ocorre fora da Alemanha. Merkel antecipou a Temer que vai oferecer 10 bolsas de estudos, de sua cota, para estudantes universitários brasileiros.
O PSDB vai de Henrique Alves
A exemplo dos tucanos do Senado, os da Câmara optaram por seguir a regra da proporcionalidade e vão votar no líder do PMDB, Henrique Alves (RN) para a presidênica da Casa. Avaliam que Julio Delgado (PSB-MG) “não fez espuma”.
O cordão... cada vez aumenta mais
Na noite de terça-feira, quando foi aprovado o adicional de 30% do salário para os vigilantes, o deputado Silvio Costa (PTB-PE) o batizou de “Lei Fernando Maia”. Trata-se do pai do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que era vigilante.
Pochmann na Perseu Abramo
 A escolha ainda será submetida ao Diretório Nacional do PT, na reunião de dezembro, mas já está tudo certo: o economista Márcio Pochmann, que perdeu a eleição para a prefeitura de Campinas (SP), vai assumir a presidência da Fundação Perseu Abramo. Ele aceitou convite feito pelo presidente do partido, Rui Falcão. Seu nome tem a benção do ex-presidente Lula.
Preparando a munição
O governo Dilma está fazendo um minucioso levantamento sobre os investimentos do governo federal na área de segurança pública em São Paulo. A pesquisa abrange os governos dos presidentes Fernando Henique, Lula e Dilma.
Fim de papo
 A cúpula do PT, que divulgou nota de apoio aos petistas condenados pelo STF, considera o julgamento do Mensalão assunto encerrado. Um dirigente explicou: “Não vamos ficar carregando esta cruz!” A ordem é olhar para o futuro.
Eleito prefeito de Nova Iguaçu, o deputado Nelson Bornier aprovou na CCJ, lei que dá a cidade o título de "Capital Nacional dos Cosméticos".

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (15) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

15.11.20128h00m


Medo Severino
          O que mais preocupa a presidente Dilma na sucessão da presidência da Câmara é a possibilidade de eleição de um novo Severino. Nas conversas, com ministros e líderes aliados, pede a todos fiquem atentos para evitar que isso ocorra. Dilma reforça que cumprir o acordo para eleger o líder do PMDB, Henrique Alves, é um prêmio ao vice Michel Temer, que é “muito correto e leal”.
Por que Kassab disse não
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem dito que não quer ministério no governo Dilma, antes das eleições de 2014, pois considera que não há neste momento uma pasta que seja compatível com a importância e o peso que o partido passou a ter no cenário nacional. Dizem que o Ministério das Micros e Pequenas Empresas não está a altura do PSD. Além disso, a avaliação é que até ele existir e se estruturar já terá passado a eleição. Ou seja, não terá um acervo de realizações que possa ajudar na eleição dos candidatos do partido à Câmara e ao Senado. O partido só integraria o governo Dilma desde já se lhe oferecessem uma pasta de porte como Cidades ou Transportes.
“Nós somos um partido da primeira divisão e não há um ministério da primeira divisão disponível”
Saulo Queiroz
Secretário-geral do PSD
Nos bastidores
A criação do Banco do Sul, banco de fomento dos países da Unasul, só depende da aprovação da Câmara brasileira. A previsão é de que isso ocorra em dezembro. Pelo seu peso regional, o Brasil deve indicar o primeiro presidente da instituição. No Itamaraty, circula o nome da ex-presidente da CEF Maria Fernanda Ramos Coelho.
Piada de Salão Verde
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), passou os últimos dias ouvindo gracinhas sobre a Lei dos Royalties. Como ele assume de hoje até sábado a Presidência da República, deputados criaram a campanha "Sanciona, Marco".
A luta por espaço
É feroz a disputa entre os senadores Wellington Dias (PI) e Jorge Viana (AC) pela liderança do PT no Senado. E muito tensa o embate na Câmara pela vice-presidência da Mesa entre os deputados André Vargas (PT-PR) e Paulo Teixeira (PT-SP).
Batendo cabeça
Faltou entendimento entre os prefeitos recebidos pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) para tratar das reivindicações dos municípios. Quando a ministra disse que o governo estava disposto a renegociar as dívidas com o INSS, o grupo das Associações de Prefeitos aceitou prontamente; enquanto o liderado pela Confederação Nacional dos Municípios, recusou.
Manter a tropa unida
Os aliados do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), só vão tratar de sua sucessão depois da eleição do presidente do Senado. Não querem correr o risco da divisão. Há dois candidatos: Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE).
Carlos Araújo sim
A Juventude Socialista do PDT de Porto Alegre defende o retorno do ex-marido da presidente Dilma ao partido. Sobre a Juventude do Rio diz que ela se omitiu quando o prefeito Amazonino Mendes entrou no partido para fins eleitoreiros.
O ex-líder Cândido Vaccarezza (PT-SP) integra o núcleo de operações da campanha de Henrique Alves (PMDB-RN), à presidência da Câmara

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (14) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

14.11.20128h00
O dilema do PT
          Inconformismo no PT com o discurso sobre o julgamento do mensalão. Um grupo minoritário diz que defender os condenados e criticar o STF atende apenas à militância. E quer que o partido adote nova versão, que reconheça erros, destinado à sociedade. O PT vive uma contradição: sai em defesa dos seus, mas silencia diante das condenações de Marcos Valério, Kátia Rabello e de aliados.
A maioria prefere a politização
O diretório nacional do PT vai se reunir em Brasília, nos dias 4 e 5 de dezembro, para um desagravo na presença de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Será divulgado um documento crítico ao STF e à imprensa, por terem transformado, o que consideram um “erro eleitoral” em um escândalo de corrupção sem precedentes na história do país. A maioria petista considera que as condenações e as penas são injustas e motivadas apenas por disputa política. Estão sendo convocados os 80 integrantes do diretório, mas não está confirmada a presença do ex-presidente Lula. Quanto à presidente Dilma, os petistas dizem que sua atribuição é governar.
“O marco no combate à corrupção só se completa quando o STF julgar a AP 536, o mensalão tucano; a AP 707, o mensalão do DEM; e, o escândalo Cachoeira/Delta”
Chico Alencar
Deputado federal (PSOL-RJ)


Muito apetite
No almoço do presidente do PSD, Gilberto Kassab, com a bancada da Câmara, houve divergência sobre o ingresso no governo. Uns querem ficar de fora. Outros têm pressa em entrar. Estes querem Kassab ministro. Mas se não for ele, querem que o escolhido seja da bancada, não aceitam nomes de fora como Paulo Safady Simão ou Afif Domingos.
Não pode ser uma nova lei Kandir
Os governadores resolveram aceitar proposta do ministro Guido Mantega (Fazenda), de criar um Fundo para compensar as perdas dos Estados com a unificação do ICMS em 4%. Mas desde que a distribuição deste Fundo seja obrigatória.
Os governos devem estimular a economia
Na viagem que fará à Espanha, na segunda-feira, a presidente Dilma fará discursos defendendo o ativismo governamental para combater a crise econômica, rejeitando a política de aperto fiscal.
O Senado quer mais um ano
Depois de dois anos de gazeta, os líderes dos partidos no Senado vão pedir hoje ao presidente do STF, Ayres Britto, mais um ano de prazo para elaborar a nova lei de distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). A prorrogação tem a simpatia do governo Dilma. Se ela não for concedida, Estados e Municípios ficarão sem esta receita em 2012.
O Supremo quer aumento salarial
Se ganharem mais prazo, do presidente do STF, Ayres Britto, para regulamentar o FPE e o FPM, os senadores vão sinalizar com um reajuste para o Judiciário em 2013. O relator da Comissão de Orçamento, Romero Jucá (PMDB-RR), vai estar lá.
Falta de consenso
Os líderes na Câmara não estão otimistas com a votação de quatro temas da reforma política, marcada para terça-feira pelo presidente Marco Maia (PT-RS). Dizem que o único item que pode ser aprovado é o da coincidência das eleições.
O ministro Aloisio Mercadante , pede para registrar que não tratou de sua candidatura ao governo de São Paulo com nenhum senador do PMDB. Está feito!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dirceu: pena ‘só agrava a infâmia e a ignomínia’

Em nota veiculada em seu blog, o condenado José Dirceu reagiu ao castigo que o STF lhe impingiu na sessão desta segunda-feira. “A pena de dez anos e dez meses que a Suprema Corte me impôs só agrava a infâmia e a ignomínia de todo esse processo”, anotou.
Acusou o STF de valer-se de “recursos jurídicos que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito.” Recursos como “a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de jurisprudência que beneficia os réus.”
Dirceu reiterou o lero-lero segundo o qual o julgamento do mensalão ocorre “sob pressão da mídia”. Disse que foi “marcado para coincidir com o período eleitoral na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos.” Repisa a alegação de que não há provas contra ele nos autos.
Otimista, anota que o julgamento “ainda não acabou”. Afora a possibilidade de impetração de recursos, o condenado invoca no texto seu “direito sagrado” de “provar” a “inocência”. Dirceu anuncia: “Não me calarei e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena.” Abaixo, a íntegra da manifestação do ex-chefe da Casa Civil de Lula, intitulada de “Injusta Sentença”:
Dediquei minha vida ao Brasil, a luta pela democracia e ao PT. Na ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta.
Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de Estado.
Fui cassado pela Câmara dos Deputado e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente.
A pena de 10 anos e 10 meses que a suprema corte me impôs só agrava a infâmia e a ignomínia de todo esse processo, que recorreu a recursos jurídicos que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito, como a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de jurisprudência que beneficia os réus.
Um julgamento realizado sob a pressão da mídia e marcado para coincidir com o período eleitoral na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos. Um julgamento que ainda não acabou. Não só porque temos o direito aos recursos previstos na legislação, mas também porque temos o direito sagrado de provar nossa inocência.
Não me calarei e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos, me apoiaram e foram solidários nesses últimos duros anos na certeza de minha inocência e na comunhão dos mesmos ideais e sonhos.


domingo, 11 de novembro de 2012

EM DIA COM AS NOTÍCIAS

Participação no comando do mensalão tem de ser provada, diz jurista

Insatisfeito com a jurisprudência alemã --que até meados dos anos 1960 via como participante, e não como autor de um crime, aquele que ocupando posição de comando dava a ordem para a execução de um delito--, o jurista alemão Claus Roxin, 81, decidiu estudar o tema. Aprimorou a teoria do domínio do fato, segundo a qual autor não é só quem executa o crime, mas quem tem o poder de decidir sua realização e faz o planejamento estratégico para que ele aconteça. Daniel Marenco/Folhapress [image: O jurista alemão Claus Roxin, 81, em seminário na EMERJ, no Rio de Janeiro] O jurista alemão... mais »

União pode tentar reaver recursos desviados, diz ministro da Justiça

Folha de S.Paulo - Poder - Principal - 41 minutos atrás
Mesmo com setores do PT defendendo uma reação ao julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), ministros do governo Dilma sustentam que as decisões da corte devem ser respeitadas e, se preciso, cumpridas pelo Executivo. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que o governo não vai deixar de buscar os recursos desviados, embora afirme que ainda não é claro "o que é dinheiro público" no esquema. Em evento anteontem, ele também afirmou que é preciso esperar o fim do julgamento e a publicação do resultado (acórdão) para avaliar quais medidas serão adotadas. Para o mi... mais »

'A grade permite aprender sobre várias áreas' FLÁVIA FELTRIN

Estadao.com.br - 50 minutos atrás
Jovem é contratada por multinacional mesmo ainda não tendo concluído o bacharelado ALUNA DO CURSO DE GESTÃO DO AGRONEGÓCIO DA UNICAMP

Terminam amanhã inscrições para concurso da Polícia Civil

Estadao.com.br - 50 minutos atrás
Terminam nesta segunda-feira, dia 12, às 16 horas, o prazo para as inscrições do concurso para 56 vagas de perito criminal da Polícia Civil do Estado

Ribenboim comandará Twitter no Brasil

Estadao.com.br - 50 minutos atrás
Guilherme Ribenboim será o diretor-geral para o Brasil do Twitter, que abre escritório no País em breve. Ele era CEO do portal de compras Clickon e ta

'Respeito é essencial para trabalhar com gente'

Estadao.com.br - 50 minutos atrás
Formado em história, líder começou sua carreira de executivo na indústria farmacêutica como propagandista vendedor

Sair da caixa é emergencial

Estadao.com.br - 50 minutos atrás
Pensar fora da caixa! O que quer dizer esta expressão? Significa sair da mesmice, buscar alternativas, gerar novas ideias, ou melhor, ter visão amplia

Apenas 6,6% dos jovens estão matriculados em cursos profissionalizantes, diz Senai

Estadao.com.br - 50 minutos atrás
Somente 6,6% dos jovens brasileiros com idade entra 15 e 19 anos estão matriculados em escolas de ensino médio profissionalizante, de acordo Serviço N

Leitores criticam atuação do ministro Joaquim Barbosa

Lamentável a atuação do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, por suas manifestações iradas contra os que ousam votar diferentemente do relator do mensalão. Preocupante o fato de que ele assumirá a presidência da suprema corte. Será a ditadura do Barbosa. A propósito, qual a posição daqueles que tanto criticaram o ex-presidente Lula por ter sido atendido no Hospital Sírio-Libanês diante do tratamento do Joaquim Barbosa na Alemanha? *MÁRCIO MÉDICE DE CAMARGO* (Itu, SP) Leia mais (11/11/2012 - 05h30)

Governador contrata ONG de aliado na BA

O governo da Bahia firmou contratos sem licitação na área da saúde no valor de R$ 272 milhões com ONG ligada a aliado político do governador Jaques Wagner (PT). Segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), R$ 39 milhões desse montante foram superfaturados. Os contratos são para fornecimento de mão de obra médica, assinados após dispensa de licitação entre a Secretaria Estadual da Saúde e a Fundação José Silveira, no período de 2007 a 2011. Leia mais (11/11/2012 - 05h30)

Presidência destinou verba a jornais que não existiam

A Presidência da República gastou R$ 135,6 mil para fazer publicidade oficial em cinco jornais de São Paulo que não existem. As publicações fictícias são vinculadas à Laujar Empresa Jornalística S/C Ltda, com sede registrada num imóvel fechado e vazio, em São Bernardo do Campo (SP). Essa empresa aparece em 11º lugar num ranking de 1.132 empresas que, desde o início do governo Dilma Rousseff, receberam recursos públicos da Presidência para veicular propaganda do governo em diários impressos. Leia mais (11/11/2012 - 04h54)

Alckmin inicia reforma em secretariado de São Paulo

A dois anos do fim de seu mandato e ainda em busca de uma marca para sua gestão, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), planeja uma reforma ampla e gradual no primeiro escalão de sua equipe. O processo será deflagrado com a saída de Sidney Beraldo, hoje chefe da Casa Civil e espécie de número 2 do governo, para o Tribunal de Contas do Estado. A nomeação de Beraldo para a corte será decidida em votação na Assembleia Legislativa nesta terça-feira. Encaminhada na Casa a toque de caixa e com amplo suporte do governador, não deve enfrentar resistências. Assim que for oficializ... mais »

Vice de Alckmin é cotado para ministério de Dilma

Em junho, a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu uma comitiva de governadores em Brasília. Geraldo Alckmin (PSDB) estava fora do país e seu vice, Guilherme Afif (PSD), o representou. No encontro, entregou à presidente, numa pasta com a imagem da Nossa Senhora Desatadora dos Nós, sugestões de parcerias público-privadas. Foi um de seus muitos gestos de aproximação. Em janeiro, já a havia presenteado com um livro. Alessandro Shinoda - 14.set.2010/Folhapress [image: Vice-governador de SP e fundador do PSD, Guilherme Afif] Vice-governador de SP e fundador do PSD, Guilherme Afif Lei... mais »

Análise: Comissão da Verdade terá de agir com grande habilidade política

Na historiografia do regime militar brasileiro, há exemplos dispersos de apoio ao regime, ou recusa de condenar ou trabalhar contra a repressão, por parte de setores e membros individuais de organizações religiosas. Um grupo de trabalho da Comissão Nacional da Verdade começou a tratar dos dois lados da questões na semana passada. No entanto, não existe uma obra que sintetize essa colaboração, em larga medida porque a principal mudança no comportamento das igrejas foi uma postura de visível oposição ao regime, ocasionalmente heroica. Muitos mais raros são exemplos de membros do clero ... mais »

Direito na USP vai investigar seus elos com regime militar

A contribuição da Faculdade de Direito da USP para a ditadura militar será alvo de pesquisas da Comissão da Verdade da Faculdade São Francisco. Programada para ser oficialmente criada no dia 19, essa será a primeira comissão do tipo em uma faculdade no país. A proposta é investigar casos de perseguição, demissões, aposentadorias compulsórias, delações e outras formas de colaboração com o regime que envolvam pessoas vinculadas à faculdade. Aprovada por unanimidade pela congregação da faculdade em 27 de setembro, a comissão será formada por um colegiado de nove membros, com representa... mais »

A hora do Neto

Estadao.com.br - 1 hora atrás
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sábado, 10 de novembro de 2012

A coluna Panorama Político (10) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

10.11.20128h00m


No sapatinho
          Movimento que tem como articulador o ex-senador Tasso Jereissati trabalha para que o senador Aécio Neves (MG) assuma a presidência do PSDB, na convenção de maio. O argumento é que o candidato tucano à sucessão da presidente Dilma deve liderar os tucanos e dar a linha da oposição. Pelo estatuto do partido, o deputado Sérgio Guerra não pode concorrer a novo mandato.
Um trote para a história
O ministro Aldo Rebelo (Esportes) e o governador Teotônio Vilela (PSDB-AL) promovem dia 18 a 1ª Cavalgada pela Liberdade. Serão doze horas a cavalo, com saída às 5h de União dos Palmares (Serra da Barriga) e chegada em Viçosa (Serra Dois Irmãos), às 17h. No trajeto, será demarcado o local (no rio Paraíba do Meio) onde Zumbi foi morto (em 1695) pelo bandeirante Domingos Jorge Velho. Muitos foram os convidados para a festa cívica. A ministra Luíza Bairros (Igualdade Racial) já mandou selar seu cavalo. Ainda não se decidiram: o presidente da Fundação Zumbi dos Palmares, Elói Araújo, e os ministros Marta Suplicy (Cultura) e Gastão Vieira (Turismo).
“É plausível que o ex-presidente Lula e o ex-governador Eduardo Azeredo não soubessem. Os líderes delegam o financiamento de suas campanhas”
Marcus Pestana
Deputado federal e presidente do PSDB-MG, sobre o mensalão

Os vetos do Cabral
 A Lei dos Royalties aprovada no Congresso tem cinco artigos. O governador Sérgio Cabral trabalha pelo veto da presidente Dilma aos parágrafos 1º e 2º do artigo 2º (prejudiciais aos municípios fluminenses), ao artigo 3º (prejudicial ao Rio e ao Espírito Santo) e o artigo 4º. Quanto à ação no STF a ordem é esperar pelo veto.
O canetaço
O ministro Brizola Neto (Trabalho) demitiu o secretário Nilton Freiberg (Planejamento) e o superintendente Rodrigo Minotto (SC). Eles são ligados ao secretário-geral do PDT, Manoel Dias.
Começou a retaliação
 O superintendente da Funasa na Bahia, William Dell’oso, foi demitido ontem. Ele tinha sido indicado pelo vice da CEF, Geddel Vieira Lima, que apoiou ACM Neto (DEM) em Salvador. Foi nomeada a petista Glenda Barbosa de Melo.
Com o chapéu alheio
O texto do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), para a Lei dos Royalties, foi derrotado por ter incorporado a proposta do governo Dilma que obrigava os municípios a destinar 100% das receitas do petróleo à educação. O governo quis usar a receita dos municípios para investir 10% do PIB no setor, conforme prevê o Plano Nacional de Educação. Esta foi a base da rebelião.
Pisando em ovos
Os auxiliares da presidente Dilma estão inseguros. Não sabem qual será sua posição sobre os Royalties. Temem assumir postura divergente. Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) mandou dizer que não está inclinado a nada.
Time que está ganhando não muda
 O PMDB não gostou do governador Cid Gomes (CE) ter reivindicado, para o PSB, a vice na chapa da presidente Dilma. Seu presidente, Valdir Raupp (RO), reagiu: “O que vem dando certo não deve mudar. Não aceitamos discutir a chapa”.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Dilma divide PSB em dois: Campos e os Gomes

Após reunir ao redor da mesa do Alvorada as cúpulas do PT e do PMDB, na noite de terça-feira, Dilma Rousseff dedicou as 48 horas seguintes ao emergente PSB. Neste caso, preocupou-se em dividir. Na quarta, jantou com o governador de Pernambuco Eduardo Campos, que preside a legenda. Nesta quinta, almoçou com o governador cearense Cid Gomes e com o irmão dele, Ciro Gomes.

Por que Dilma não fez uma refeição única para o PSB? Uma liderança do PT vinculada a Lula explicou a lógica da separação de pratos. Disse que, hoje, há dois PSBs. O dos irmãos Gomes procura a luz no fim do túnel da relação com o governo e o PT. O de Eduardo Campos suspeita que já não haja nem túnel.
Em português claro: Eduardo equipa-se para disputar a Presidência da República. Deixa no ar a hipótese de levar o bloco à rua em 2014, contra Dilma. Cid e Ciro gritam “alto lá!” Defendem o apoio do PSB à reeleição de Dilma. Projeto presidencial, se for o caso, só em 2018. O que são quatro anos para um político jovem como Eduardo?, a dupla se pergunta.
Afinada com Lula, com quem se reuniu na tarde de terça, Dilma dispensou às duas alas do PSB a mesma cortesia. Tratou todo mundo como aliado. Mas deixou antever que não ignora a divisão. Agora, observará os movimentos. Mantida a divisão, prestigiará um lado e tentará asfixiar o outro.
O jantar com Eduardo teve três testemunhas: Roberto Amaral, vice-presidente do PSB; Rui Falcão, presidente do PT; e a ministra petista Ideli Salvatti, coordenadora política do Planalto. Dilma tratou com naturalidade o fato de o PSB ter disputado várias prefeituras contra candidatos do PT. É “normal” e “legítimo” que um partido político queira crescer, disse.
Para evitar indigestões, a presidente evitou levar 2014 à mesa. Ateve-se ao presente. Pregou a conveniência de desarmar os palanques e seguir em frente. Repisou algo que dissera à turma do PMDB e do PT: há trabalho pela frente. Repetiu também o lero-lero segundo o qual convém aos partidos aprovar dois ou três tópicos essenciais de uma reforma política.
Aos irmãos Gomes, Dilma declarou que não deseja senão pacificar as relações entre PSB e PT, calando os “ruídos”. Cid mostrou-se grato à anfitriã por ela ter atendido ao seu pedido de não se meter na disputa em que o seu PSB prevaleceu sobre o PT em Fortaleza. Coisa diversa do que fez Lula. Nessa refeição, mastigou-se 2014. Ficou claro que, entre Dilma e Eduardo, o PSB do Ceará ficará com a reeleição da anfitriã.
No início da semana que vem, Dilma cuidará do PSD. Deve receber o prefeito paulistano Gilberto Kassab, presidente da legenda. Num eventual projeto presidencial de Eduardo Campos, o tempo de tevê da legenda de Kassab é matéria prima essencial. Vem daí o interesse de Dilma de levar o PSD à Esplanada dos Ministérios, incorporando-o à sua caravana reeleitoral já no alvorecer de 2013.

A coluna Panorama Político (9) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

9.11.20128h00m


O ministro do PSD
          No PSD, e no governo, o nome mais cotado para assumir o Ministério da Micro e Pequena Empresa, tão logo o Senado vote, é o do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão. Ele preenche o perfil técnico e atende ao desejo político de ampliar a participação de Minas no governo. Simão tem o aval do presidente do partido, Gilberto Kassab.
O caminho das pedras
O Ministério da Fazenda está inclinado a propor à presidente Dilma que vete o artigo 3º da Lei de Royalties. Ele trata do petróleo licitado sob o regime de concessão, mantendo receitas do Rio e do Espírito Santo. A sustentação jurídica é a do “direito adquirido”. Quanto às reservas que ainda serão licitadas, no regime de partilha (artigo 2º), a ideia é sancionar o aprovado no Congresso, reduzindo a receita de Estados e municípios produtores e afetados, conforme texto do senador Vital do Rego (PMDB-PB). O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) diz que não é o ideal mas que é “uma solução intermediária”. Este veto permitiria que a presidente Dilma licite novas áreas já.
"Oh!-La-la-la"
Joaquim Barbosa
Ministro do STF, relator do Mensalão, usa expressão francesa, de empolgação ou de alívio, após aprovada a pena de 25 anos, 11 meses e 20 dias de prisão para o publicitário Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério na SMP&B

Boca no trombone
Licenciado da presidência do PTB, Roberto Jefferson ficou irado com o movimento para sucedê-lo. E avisa: “Vou derrotar o câncer e a metastase de agourentos do PTB". Campos Machado (SP) protesta: “A interferência (Planalto) é indevida. O Roberto não está de saída”. O senador Armando Monteiro (PE) diz: “Não estou nessa disputa”.
O PTB entra no Conselho Político
Presidente, em exercício, do PTB, Benito Gama, combinou com a ministra Ideli Salvati (Relações Institucionais) que, após oito anos, o partido vai voltar ao Conselho Político do governo. E relatou que o mandato da direção do PTB vai até 2015.
A negociação
Procurado, o senador Antonio Carlos Rodrigues (PR), suplente da ministra Marta Suplicy, pediu para ser presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo ou ministro. Se atendido, assumiria o segundo suplente, Paulo Frateschi (PT).
A culpa é de quem?
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), discorda da avaliação que o governo Dilma foi o culpado pela derrota na votação da Lei dos Royalties. Na sua visão, as bancadas do Rio e do Espírito Santo são as responsáveis pelo resultado. Segundo ele, os deputados de ambos os Estados foram irredutíveis na negociação, não aceitando acordo e todos os demais Estados se rebelaram.
Duas táticas na oposição
A ala do PSDB ligada ao senador Aécio Neves (MG) compartilha da visão do DEM, que considera um erro político pressionar a Procuradoria Geral da República a investigar a participação do ex-presidente Lula no Mensalão.
Sob nova direção
Coordenador do Conselho Político da Associação Comercial (SP), Jorge Bornhausen, convidou o governador Jaques Wagner para dar palestra na entidade. No auge do mensalão (2005) , festejou: “Vamos nos livrar desta raça (os petistas)”.
O governador Tarso Genro (RS) foi recebido pelo presidente da França, François Hollande. Pauta: produção de carros elétricos para o Mercosul.

A coluna Panorama Político (8) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

8.11.20128h00m

Campo de batalha
          Esquenta a briga pela sucessão de Roberto Jefferson na presidência do PTB. O Planalto tem candidato: o senador Gim Argello (DF), fechado com a reeleição da presidente Dilma. O governo não quer o deputado estadual Campos Machado (SP), considerado tucano. Nem o senador Armando Monteiro (PE), que pode abrir as portas do partido para o governador Eduardo Campos (PSB).
A saia justa dos royalties
A despeito das declarações da presidente Dilma, sobre a manutenção das regras para a exploração do petróleo já licitado, há divisão no Planalto sobre o que fazer diante da Lei dos Royalties aprovada pelo Congresso. A experiência do processo de votação do novo Código Florestal não é considerada positiva. A presidente vetou algumas vezes artigos incluídos no Código e aprovados pelos deputados. Sua atuação acabou desgostando e sendo alvo de críticas pelos ruralistas e também pelos ambientalistas. Há um temor de que o mesmo se repita agora. O Rio e o Espírito Santo têm votos, mas os outros estados também. O mais cômodo seria esperar pelo STF.
“O Lula planejou este encontro com a presidente Dilma para sinalizar aos aliados que o PT e o PMDB estão mais fechados do que nunca”
Eunício Oliveira
Senador (PMDB-CE) e presidente da CCJ

Palavra empenhada
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), propôs ao líder do PMDB, Henrique Alves (RN), candidato a sucedê-lo no cargo, que ambos viagem juntos, em janeiro, para reuniões com as bancadas regionais dos dez estados com maior número de deputados. Eles almoçaram ontem. Maia, eleito pelo acordo PT-PMDB, faz questão de cumpri-lo.
O anticandidato
Os adeptos da candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à presidência do Senado, avaliam que ele tem 20 votos. O sonho de consumo do grupo é chegar aos 27. Na eleição anterior, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), teve oito votos.
O jeitinho
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), corrigiu ontem erro formal do texto da Lei dos Royalties aprovada pelo Congresso. A soma dos percentuais dava 101%. Sarney fez uma correção de autógrafo, corrigindo a soma errada.
Trabalhismo em ebulição
Sobre as articulações para tirá-lo da presidência do PDT, Carlos Lupi, que está na China, afirmou: “Não é difícil me tirar do comando do partido. Em março tem convenção. É só formar uma chapa e ganhar no voto”. Ele faz ironia de seus adversários, dizendo que “um partido político não é uma capitania hereditária”. Lupi negou que vá para o TCE: “Fui convidado e não aceitei”.
Preparando a campanha
O chefe de gabinete da ministra Gleisi Hoffmann, Carlos Carboni, deixou o cargo e vai para o Paraná organizar a candidatura de Gleisi a governadora. Seu substituto, Leones Dall'Agnol, atuava no Ministério das Comunicações.
Os amigos do vice Michel Temer
Na inauguração do busto de Ulysses Guimarães, ontem, no Bosque da Constituinte, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), proclamou: “O PMDB tem que ter candidato à Presidência.” O ministro Moreira Franco o atalhou: “Padilha! Em 2018.”
DUAS TÁTICAS. Na Câmara, o PMDB quer fechar já a sucessão na presidência da Casa. No Senado, o partido quer segurar o processo de definição.