terça-feira, 19 de novembro de 2013

Panorama Político (Ilimar Franco)

A aposta da oposição
       A prisão dos condenados pelo mensalão já é peça da sucessão presidencial. Quando o escândalo ocorreu (2005), a oposição apostou que o ex-presidente Lula cairia de maduro. Mas ele se recuperou e venceu a eleição. Agora, avaliam seus integrantes, vai ser diferente pois a presidente Dilma não tem o carisma do antecessor. Os petistas também se preocupam, pois, nas eleições de 2006, sua bancada na Câmara diminuiu.

A nova batalha dos Guararapes
Quem é mais forte eleitoralmente em Pernambuco? A resposta a esta pergunta virá na eleição presidencial. Desde já o governo Dilma e o ex-presidente Lula estão batendo de frente com o candidato do PSB, o governador Eduardo Campos. A coordenação da campanha petista acredita que Lula vai acampar em seu estado natal. Avaliam que a ação do governo federal no porto de Suape, na duplicação da BR-101, da Transposição do São Francisco, na Transnordestina, na refinaria Abreu e Lima, na fábrica da Fiat e no Polo Petroquímico vão pesar. Esta avaliação também é compartilhada por tucanos.

“Eu estou aqui no interior. Indo para Porto Alegre. Para voltar para o hospício”

Beto Albuquerque
Líder do PSB na Câmara, sobre o Congresso
Guinada para o Sul
A expectativa do Itamaraty é que, uma vez eleita presidente do Chile, Michelle Bachelet afaste seu país da Aliança do Pacífico e se volte em direção ao Mercosul.

 
 Jorge William / Agência O Globo
 Jogo de corpo
O ministro José Eduardo Cardozo faz um esforço para deixar claro que nem ele nem a cúpula da Polícia Federal tiveram qualquer participação na transferência dos condenados do mensalão de suas cidades para Brasília. Que apenas cumpriu ordem de Joaquim Barbosa.
Promessa é dívida?
Não foi uma vez só. O senador Mário Couto (PSDB-PA) anunciou várias vezes, algumas em discurso no plenário, que renunciaria a seu mandato se o ex-poderoso da Casa Civil José Dirceu ficasse ao menos um dia na cadeia. Aguarda-se

Mil e uma utilidades
Curinga do governo Dilma, o ministro Aloizio Mercadante é cogitado para diversas tarefas. Seu nome é um dos que podem ocupar a coordenação da campanha da reeleição de Dilma. Ele está em todas as cogitações para ocupar a Casa Civil quando Gleisi Hoffmann sair para concorrer no Paraná. Mercadante diz sobre isso: “Não temos mais direito de ter projeto pessoal a esta altura da vida".

José Dirceu fora da Ordem
Protocolado ontem na OAB pedido de suspensão do registro de advogado de José Dirceu. O argumento é que, com a prisão, o ex-ministro perdeu a idoneidade moral, pré-requisito para a concessão da carteirinha da Ordem. Quando cassado, em 2005, a Justiça negou. Ele ainda não tinha sido julgado no STF.

Efeito Marina
Depois do ex-presidente Lula, agora será o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves. Os tucanos organizam ainda para este mês uma reunião com o setor do agronegócio em São Paulo.

O JORNALISTA CHICO DE GOIS lança nesta quinta, em Brasília, seu livro: "OS BEN$ QUE OS POLÍTICOS FAZEM". Será na livraria Saraiva do shopping Pátio Brasil.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

COLUNA "PAINEL" DA FOLHA (VERA MAGALHÃES)


Ministro da Justiça se reúne com deputado Eduardo Cunha para discutir Marco Civil da Internet

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Cabo de guerra


José Eduardo Cardozo (Justiça) se reúne hoje novamente com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para tentar contornar o impasse sobre o Marco Civil da Internet. Peemedebistas ameaçam se unir à oposição para derrotar o relatório de Alessandro Molon (PT-RJ) no Congresso caso o governo não abra mão da chamada neutralidade, que veta padrões diferenciados de acesso à rede. Para blindar o texto, os petistas admitem desistir de pontos laterais do projeto, a pedido de outras siglas.
Meio-termo Os governistas podem negociar, por exemplo, o artigo que obriga que os provedores guardem os registros de acesso dos usuários. Se o texto for rejeitado na Câmara, o PMDB aceitará que o projeto seja reapresentado em seguida, abrindo novamente o debate sobre os pontos polêmicos.
Fiquei doce O Senado decidiu enxugar a licitação de compra de alimentos para a residência oficial de Renan Calheiros (PMDB-AL). Foram excluídos os 45 quilos de camarão previstos em uma concorrência anterior. Ficaram na lista 60 latas de leite condensado e 10 quilos de chocolate meio amargo.
Agenda... Além de gravar entrevista para o "Programa do Jô", hoje à tarde, Eduardo Campos (PSB) aproveita sua estada em São Paulo para se encontrar com empresários do setor agrícola, a convite de Roberto Rodrigues, ministro do governo Lula.
... cheia O pernambucano também vai se reunir com integrantes da CPETur (empresa de turismo e eventos do governo paulista) para conversar sobre a organização da Copa de 2014 em São Paulo.
Numa boa Dirigentes do PC do B já admitem que Dilma Rousseff pode ter dois palanques na eleição para o governo do Maranhão. Antes irredutíveis, agora dizem aceitar que a presidente manifeste apoio tanto ao comunista Flávio Dino quanto ao candidato do PMDB, da família Sarney.
Quase... O governo paulista mantém na gaveta há pelo menos quatro meses o código de ética do servidor estadual e um decreto que obriga empresas públicas a divulgar os salários de seus funcionários, inclusive diretores.
... transparente O pacote seria lançado em julho, mas o Palácio dos Bandeirantes só quer publicar os documentos depois de prestar contas sobre outro item de sua pauta positiva: o corte de despesas anunciado após o corte da tarifa de transportes. O balanço está previsto para o fim de novembro.
Currículo A indefinição de Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a reforma de seu secretariado se deve à falta de substitutos para os atuais chefes das pastas, que deixarão
o governo para disputar eleições. O tucano busca nomes que tenham competência técnica e aptidão midiática para enfrentar a campanha.
Contenção Depois que a divulgação das investigações sobre a fraude de fiscais da Prefeitura de São Paulo chamuscou Gilberto Kassab, dirigentes do PT deflagraram operação para blindar a aliança do PSD com Dilma e manter uma relação amigável entre as siglas no Estado.
Danos Irritado, o ex-prefeito disse a petistas que Fernando Haddad (PT) não foi correto no episódio, pois deixou de reconhecer que a apuração do caso se estendeu pelas duas administrações.
Reforço O Brasil ocupará pela primeira vez uma vaga na vice-presidência do comitê gestor do Pisa, avaliação internacional aplicada a estudantes de 15 anos. A tarefa caberá a Luiz Cláudio Costa, presidente do Inep. O governo acredita que esse será um caminho para ter voz nas decisões sobre a prova.
*
TIROTEIO
"Lula quer fincar um novo poste em São Paulo, mas a capital já conheceu esse modelo com Haddad e percebeu que ele não ilumina nada."
DO DEPUTADO ROBERTO FREIRE (SP), presidente do PPS, sobre a declaração de Lula de que uma das prioridades do PT será a eleição de Alexandre Padilha.
*
CONTRAPONTO
O tempo voa
Convidado para discursar no encontro da Juventude do PSDB de São Paulo, o ex-governador paulista José Serra foi recebido na entrada do evento pela veterana militante tucana Judith Klotzel. Entusiasmado, Serra resolveu abrir sua palestra com uma homenagem a ela.
-Queria fazer uma menção a alguém que pertence ao PSDB desde sua fundação e participa de quase todas as reuniões do partido -afirmou o ex-governador.
Depois, brincou com a origem da militância de Judith.
-Eu não tenho certeza, mas acho até que ela era comuna antes! -disse, provocando risos da plateia.
painel Vera Magalhães é editora do Painel. Na Folha desde 1997, já foi repórter do Painel em Brasília, editora do caderno 'Poder' e repórter especial.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Panorama Político (Ilimar Franco)
O governo, o PSDB e a Copa
          Derrubar a criação da CPI da CBF é a mais nova tarefa dos líderes aliados no Senado. A proposta do tucano Mário Couto precisa de 27 apoios, e o Planalto corre para retirar três assinaturas. Entre os objetivos da CPI estão investigar os investimentos em obras da Copa e as isenções fiscais à Fifa. O governo diz que “não há fatos concretos” e teme por tumulto e efeitos negativos no ano da Copa.
No fígado
O programa do PSDB na TV mexeu com os brios da presidente Dilma. A cena que mais a irritou foi aquela em que o presidenciável tucano, Aécio Neves, mostra trecho inacabado da transposição das águas do Rio São Francisco, dando a entender que a obra foi abandonada. Nos dias 21 e 22 deste mês, a presidente, candidata à reeleição, vai ao Nordeste para mostrar que o obra está andando em 99 frentes de trabalho, que mobilizam 6.900 operários e duas mil máquinas. No ano que vem, ano eleitoral, a presidente quer inaugurar 100km do canal, com água, nos eixos Leste e Oeste.

Eu voltei para o bloquinho de notas. Sabe a piada? O menino pergunta a Obama: ‘Meu pai falou que o senhor sabe tudo lá de casa. É verdade?’. A resposta: ‘Ele não é seu pai’

José Eduardo Cardozo
Ministro da Justiça, sobre a espionagem americana

O sonho não acabou
O presidente do DEM, José Agripino, e o prefeito de Salvador, ACM Neto, são contra a candidatura própria à Presidência. Só não proclamam isso, porque querem que o líder na Câmara, Ronaldo Caiado, suba no palanque do tucano Aécio Neves.


Barbada
Contando com o apoio das duas maiores forças do PT (O Partido Que Muda o Brasil e Partido É Para Todos), o presidente petista Rui Falcão está para se tornar o candidato, do grupo majoritário da legenda, mais bem votado da história. As eleições no PT estão marcadas para domingo, e as previsões são as de que Rui fará cerca de 70% dos votos.

Deslocamento de forças
O Movimento PT, da ministra Maria do Rosário, cuja chapa deve ser a segunda nas eleições do PT, quer a secretaria geral na futura executiva. Hoje, a função é ocupada pela “Mensagem ao Partido”, que deve manter o terceiro lugar do PED anterior.

Nem precisa de adversários
Integrantes da corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil, querem instituir a cláusula de barreira nas eleições do partido. Advogam que os candidatos teriam que ter um mínimo de apoio de diretórios. O fato detonador desta ideia foi a atitude de todos candidatos da oposição, que cavalgaram esgrimindo, de forma aberta ou velada, o escândalo do mensalão.

Uns são mais iguais
O rei Carlos Gustavo, da Suécia, participa de seminário, na próxima semana, em São Paulo, sobre as relações Suécia-Brasil. A reunião terá 250 convidados. Mas para a ceia à noite, na Fiesp, foram chamados 100 empresários e políticos.

Por dentro do PSOL
O senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, está fazendo a seguinte proposta à ex-deputada gaúcha Luciana Genro: os dois abrem mão das pré-candidaturas ao Planalto para apoiar a do deputado Chico Alencar, do Rio de Janeiro.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, diz que é “martelo batido”, a candidatura de Osmar Dias ao governo do Paraná. E que não adianta oferecer ministério.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Ex-corregedor-geral da Prefeitura afirma que deixou investigação sobre servidor preso
DE SÃO PAULO
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Antecedentes O promotor Edilson Mougenot Bonfim, ex-corregedor-geral da Prefeitura de São Paulo na gestão Gilberto Kassab, afirma que deixou para a equipe de Fernando Haddad investigação em aberto sobre Ronilson Bezerra Rodrigues, ex-subsecretário da Receita acusado de desvio de recursos. No depoimento do auditor, que está gravado, já havia, segundo ele, elementos para que ele não fosse renomeado na atual gestão. "Fui eu que comecei e levantei toda a bola da investigação", afirma.

Transição Bonfim diz que não é correta a versão de que a corregedoria não levou adiante a apuração. "Fizemos uma investigação preliminar, nos dois meses que tivemos. Superficial, a meu ver, foi a triagem para permitir que Ronilson fosse renomeado, mesmo com um procedimento em andamento contra ele."

Memória O ex-corregedor lembra que o atual controlador-geral do município, Mário Vinicius Spinelli, manteve boa parte da equipe anterior, inclusive o procurador do município Rodrigo Yokouchi Santos, que participou do depoimento de Ronilson.

Fumaça Para Bonfim, já havia fortes suspeitas de corrupção na subsecretaria da Receita. Na oitiva, afirma, Ronilson se "esquivou" de explicar a evolução de seu patrimônio. "Ele fazia circunvoluções em torno dos temas", recorda o ex-corregedor.

Cada um... Integrantes do PSD calculam que Kassab precisa se afastar do PT local para encontrar seu eleitorado-alvo caso leve adiante a candidatura ao governo de São Paulo no ano que vem.

... na sua O estremecimento da relação com os petistas após a prisão de ex-auxiliares de Kassab deve acelerar esse descolamento.

Cabeças Marcio Pochmann, ex-presidente do Ipea hoje à frente da Fundação Perseu Abramo, passou a participar das reuniões que discutem o programa de governo de Alexandre Padilha (Saúde) ao governo paulista.

Rosa O PSB trabalha para viabilizar a chapa com a senadora Lídice da Mata (governo) e a ministra do STJ Eliana Calmon (Senado) na Bahia. O palanque é visto como um dos mais fortes para Eduardo Campos no Nordeste.

Calouro Francisco Teixeira, que assumiu o Ministério da Integração Nacional há um mês, saiu da sua primeira reunião ministerial sob pressão. Além da bronca pelo atraso na obra da transposição do rio São Francisco, ouviu queixas sobre a lentidão no programa de cisternas.

Milhagem Dilma determinou que os ministros iniciem nos próximos meses uma rotina de até duas viagens por semana para lançar ou vistoriar ações das principais pastas, com prioridade para os maiores Estados.

Vacina "Entrega", termo usado por todos os ministros na saída do Palácio da Alvorada para se referir às cobranças de Dilma, é a palavra-chave de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) para o que seria uma fragilidade eleitoral da presidente: não ter um leque de realizações para mostrar.

Chumbo... Se Campos tem dúvidas sobre a determinação de Aécio de concorrer à Presidência em 2014, como revelou no "confessionário" de uma van no Piauí, o tucano também expõe a aliados as fragilidades que vê na postulação do pernambucano.

... trocado O mineiro acha que, se num primeiro momento o governador movimentou a cena política ao se aliar a Marina Silva, a médio prazo verá que comprou uma dor de cabeça ao abrigar a ex-senadora, à sua frente nas pesquisas, no partido.

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TIROTEIO

Com a aliança entre PSB e Rede a discussão tem de ser rediscutida do zero, atualizada a partir dos novos marcos e novos atores.

DA DEPUTADA LUIZA ERUNDINA (PSB-SP), defendendo que o partido, que negocia aliança com Geraldo Alckmin, discuta a candidatura própria em São Paulo.

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CONTRAPONTO

Novo dia para morrer

A presidente Dilma Rousseff ignorou o feriado de Finados, no sábado, e reuniu vários ministros para cobrar resultados de suas pastas.

No meio da prestação de contas, Alexandre Padilha (Saúde) resolveu descontrair o ambiente:

--Quando eu estava vindo para cá, até meu motorista disse que uma reunião em pleno dia de Finados só poderia ser para anunciar quando ia demitir os ministros...

Depois que Dilma anunciou que faria a troca dos candidatos em janeiro, um dos presentes arrematou a piada:

--Vai pra casa, Padilha!

Com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN


painel Vera Magalhães é editora do Painel. Na Folha desde 1997, já foi repórter do Painel em Brasília, editora do caderno 'Poder' e repórter especial.