terça-feira, 30 de outubro de 2012

A coluna Panorama Político (30) do jornal O Globo (ILIMAR FRANCO)


30.10.2012 8h00m

Rota de colisão?
          O embate PT x PSB não se esgotou nestas eleições. Em 2014, o PSB quer manter os seis estados que governa, e sua estratégia prevê a ampliação de candidaturas próprias. O PT busca a hegemonia, não engoliu as derrotas em Fortaleza e Recife, e vai à forra. Petistas e socialistas cultivam um campo minado. A crise mundial não é o único problema para a presidente Dilma administrar na reeleição.

Todos querem os louros do PSB
Os tucanos mineiros costumam assumir para si a vitória do PSB em Belo Horizonte. Os tucanos paulistas dizem que foram decisivos nos êxitos socialistas em São José do Rio Preto, Marília e Campinas. A oposição quer descolar o PSB do governo Dilma e tem interesse na candicatura presidencial do goevrnador Eduardo Campos (PE). Já o Planalto, trabalha para manter os socialistas debaixo das asas do governo petista. Por isso, assessores da presidente levantaram que das 442 prefeituras conquistadas pelo PSB cerca de 300 foram no âmbito de atuação do Ministério da Integração Nacional. Ou seja, o PSB cresceu, mas debaixo das asas do governo Dilma.

“Acabou se cristalizando a ideia de que o Serra, eleito, poderia vir a abandonar a prefeitura (...) foi o grande fator que explicaria o nosso insucesso eleitoral”

Aloysio Nunes Ferreira
Senador (PSDB-SP)



Isolado
Contrato assinado pelo governador Agnelo Queiroz com uma empresa de Cingapura para projetar o desenvolvimento de Brasília, para os próximos 50 anos, sem que ninguém soubesse, provocou o rompimento com oito dos 11 parlamentares do Distrito Federal. Eles se recusaram a se reunir para tratar de um fato consumado.

Novo ministério
Com uma ajuda da Câmara, o Planalto vai, enfim, criar o Ministério das Micro e Pequenas Empresas. A presidente resolveu desengavetá-lo e pediu apoio dos aliados para aprovar sua criação até o fim do ano. Entrará na minirreforma de Dilma.

Reforma política. Que reforma?
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), quer votar em dezembro alguns itens da reforma política. Há um único acordo: a coincidência das eleições em um ano. Financiamento público, todos querem, mas não atrelado ao voto em lista.

Quem tem a força?
Dos 37,1 milhões de habitantes para os quais o PT passará a governar a partir de janeiro de 2013, 20,4 milhões estão nas 83 maiores cidades do país. Nestes grandes centros urbanos, onde vota o eleitorado mais dinâmico e informado, ps petistas são seguidos pelo PSB, governando para 10,6 milhões e seguido do PMDB, com 9,7 milhões. Só depois vem a oposição: o PSDB com 9,4 milhões.

Quem levou a melhor
No confronto direto entre PT e PSB nas capitais, o partido do governador Eduardo Campos (PE) venceu. Eles se enfrentaram em cinco. O PSB ganhou em Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e Cuiabá. O PT levou só em João Pessoa.

Intriga nos bastidores
Petistas que articulam a garantia do acordo entre Planalto e PMDB para eleger o deputado Henrique Alves (PMDB-RN) presidente da Câmara dizem que é forte a reação à hegemonia do PMDB. Sobretudo entre os próprios petistas.

A bancada fluminense debate hoje a lei dos Royalties. O coordenador, Hugo Leal (PSC) quer obstruir até a votação do Fundo de Participação dos Estados.

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