sábado, 28 de junho de 2008

Quanto vale a Vale? E a CSN? (Helio Fernandes - Tribuna da Imprensa)

Steinbruch e globalizadores, "tomaram" as duas empresas

Não foi a animosidade anglo-americana contra o nazismo de Adolf Hitler que gerou a expressão "quinta coluna". Na verdade, a identificação aconteceu no fim dos anos 30, quando o líder fascista Francisco Franco marchou sobre Madri com quatro colunas, e o general Queipo de Llano disse: "A quinta-coluna está esperando para saudar-nos dentro da cidade. "Pela primeira vez, o mundo ouvia a expressão "quinta-coluna", significando infiltração de forças hostis no lado contrário.

No Brasil de hoje, isso se chamaria de "fogo amigo", pessoas sendo atingidas pelas costas ao defender o interesse nacional. E empresas como a Vale ou como a CSN, DOADAS a grupos MULTINACIONAIS, mascarados de nacionais.

No caso da Vale, uma das maiores empresas nacionais foi DOADA por quantia miserável, tornada ainda mais INSIGNIFICANTE, pelo fato de terem usado as famosas MOEDAS PODRES, que reduzia o valor "a ser pago", (nada foi pago), pelo menos em 100 vezes. E para funcionar, essa VALE que já não era mais estatal e pertencente ao povo, "arranjou empréstimo no BNDES", que quase sempre só servia a aventureiros os exploradores do grande patrimônio do Brasil.

Quanto à CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), construída em Volta Redonda, foi o resultado das necessidades dos EUA e do Brasil. Em 1941, depois de traiçoeiramente atacada pelo Japão, (o famoso 7 de dezembro) os Estados Unidos, que não pretendiam entrar na guerra, foram obrigados a isso.

Havia internamente nos EUA, um formidável MOVIMENTO ISOLACIONISTA, apoiado pela população em massa, e dirigida pelo coronel Lindberg, herói nacional, que em 1926 atravessara pela primeira vez o Atlântico, de Nova Iorque para Paris. Num avião chamado normalmente de "casca de noz", pelo tamanho, sem rádio, sem reabastecimento de combustível, viajou 36 horas seguidas.

Golpeados pelo Japão, os Estados Unidos tiveram que entrar na guerra. Precisavam de uma base aqui no Brasil, examinaram a Ilha de Trindade e a de Fernando de Noronha, consideradas muito "abertas e facilmente destruídas por bombardeio". Roosevelt então se comunicou com Getulio Vargas, marcaram encontro em Natal, que era o local preferido pelos EUA. Houve o encontro.

O que não pode deixar de ser registrado: na véspera do encontro, morreu um dos filhos de Vargas, o mais moço, conhecido com "Getulinho". Vargas ficou a noite toda no velório, quando o corpo seguiu para ser enterrado em Itu, Vargas viajou para Natal, conversou demoradamente com o estadista dos EUA.

Vargas e Roosevelt se entenderam, o Brasil cedeu a Base de Natal para uso americano. Agradecido, Roosevelt perguntou a Vargas: "O que é que o Brasil mais precisa a curto prazo?" E Vargas sem hesitar: "Uma siderúrgica". Roosevelt garantiu que o Brasil teria "sua siderúrgica", Vargas escolheu Volta Redonda, que se transformou numa potência e numa grande cidade.

Agora, tudo passou para "p-r-o-p-r-i-e-d-a-d-e" do aventureiro Benjamin Steinbruch, que era dono de um banco falido e se transformou em dono da CSN. Ele não pode nem ir a Volta Redonda e outras cidades do polo siderúrgico. Sabe que seria linchado, matou a grande empresa. Responde a 9 mil processos, teve mais de 2 BILHÕES PENHORADOS por falta de pagamento. Mas continua LIVRE E CADA VEZ MAIS RICO. Mas não demora a mergulhar na realidade.

A mesma coisa aconteceu com a Vale, poderosa estatal, também DOADA miseravelmente com MOEDA PODRES. As duas, VALE e CSN, terão que voltar ao domínio do povo.

PS - Essa DESPRIVATIZAÇÃO já deveria ter ocorrido. Mas terá que acontecer.

PS 2 - A Petrobras se salvou, mas o governo FHC, criou a lei 8470, que cerceou bastante a empresa. Mas a descoberta de petróleo em quantidade, projetou a empresa para o nível da OPEP.
Segunda-feira

Alckmin, Dona Marta e Kassab, correm em alta velocidade, atrás dos votos que o "disque Quércia para a corrupção", finge que tem.

César Maia
Raramente aparece aqui. Ia deixar para a "inauguração" da Cidade da Música. Como não haverá mais, aproveito o ostracismo.

Os dados publicados a respeito da redução do desemprego são complicados, misteriosos e misturados em números que poucos conhecem. Manchete de quase todos os jornais: "O desemprego caiu para 7,9%. 7,9% de que total? Isso precisa ser explicado ao cidadão, esteja ele empregado ou desempregado. O certo seria comunicar à opinião pública os números extatos, desvinculados desses "cabalísticos" números.

O correto e facilmente compreensível: a força de trabalho do Brasil é de 96 milhões de pessoas. São esses que conseguem ou não conseguem emprego. Aceitando os 7,9% divulgados seria fácil entender.
Mesmo sem arredondar, esses 7,9% representariam 7 milhões e 500 mil desempregados, sem moradia, sem transporte, sem o que fazer a não ser biscate, sem ter podido melhorar as condições de vida.

Nesse mesmo momento, Bill Gates, o homem mais rico do mundo, "anuncia que está se aposentando aos 52 anos". Toda a fortuna colossal que acumulou foi estimulada e facilitada pelo povo explorado.
Para terminar por hoje, por hoje: Enrico Bianco, artista plástico famoso, que publica suas reflexões aqui mesmo às terças e sextas: concluiu, ontem: "Não se assustem, os ricos ficarão ainda mais ricos".

E cita o caso de Henry Ford, que resolveu fabricar o Fort T, (o famoso "Ford de bigode") para os milhares de operários de sua própria fábrica.
Tinha um plano social para o mundo que não conseguiu concretizar. Mas ganhou fortunas vendendo carros para os trabalhadores a preços muito mais baixos do que o dos concorrentes.

Transcrito da Veja: "O presidente da Comissão de Ética, Sergio Moraes, já foi acusado de lenocínio, receptação de jóias, agressão". A revista não percebeu que foi escolhido exatamente por causa desses fatos.
O desencontro de Lula com a realidade, continua aos pulos e solavancos, que palavra. Ele garante que a prioridade do PT-PT (e principalmente dele) é elegar Dona Marta prefeita de SP.

Deve ser mesmo, os adversários são do PSDB e do DEM, quer derrotá-los. Para mostrar quem tem força, hoje e no futuro 2010.
Mas se Dona Marta for eleita agora, será difícil afastá-la da sucessão presidencial. Mas o próprio Lula não deixa bem claro que a candidata será Dona Dilma, "mãe do PAC?"

Muita gente me pergunta sobre a "obra mais badalada de César Maia", a "Cidade da Música". Badalada pelo próprio alcaide-factóide-debilóide. Disse que seria a sua consagração, não fala mais no assunto. A não ser que já foram gastos 465 milhões. Quer dizer: essa foi a denúncia de "O Globo".
Agnello Queiroz, que foi ministro no primeiro governo de Lula, deixou o PC do B. Garante que se elege senador, mas não tem votos ou legenda.

Eduardo Paes tem anunciado apoio de vários partidos, na verdade com pouco voto ou tempo na televisão. Mas o que o "candidato" precisa mesmo é de penetração no TRE e TSE. (Regional e Federal).
É evidente a i-n-e-l-e-g-i-b-i-l-i-d-a-d-e de Eduardo Paes. Isso será levantado por diversos partidos. E com a garantia do nome do ex-ministro e advogado Torquato Jardim, ouvidíssimo em matéria eleitoral.

É quase certo que ninguém será acadêmico na vaga de Zelia Gattai, principalmente no primeiro escrutínio. Já se briga pelo segundo e terceiro. Luiz Paulo Horta deve ter 14 ou 15 votos, difícil chegar aos 20 indispensáveis.
Na próxima semana haverá um espetáculo musical na Academia, e Luiz Paulo Horta foi convidado para falar. Muitos protestos, acadêmicos acham "falta de ética". E discriminação contra os outros. Consideram que a academia protege o candidato, seu jornal, não. (Continua.)

O seqüestro e assassinato de civis por militares, desgastou a pré-candidatura do "bispo" Crivela. Já estava periclitante, que palavra.
Seu projeto, "Cimento Social", terá que mudar de nome, numa tentativa de recuperação. Sugestão: em vez de "Cimento Social", pode usar, "CIMENTE SEM SAL". Um pouco amargo, o que fazer?

As convenções para escolha dos candidatos a prefeitos e vereadores dos 5 mil e 500 municípios, terminam segunda-feira, na terça já podem começar a campanha. Eduardo Paes sabe que será impugnado.
Mas está praticamente desesperado, onde passa (mesmo não estando em trabalho eleitoral) é olhado com desprezo, desatenção. Não vai a ato público, sabe que será vaiado. O que fazer?

Chico Alencar e Jandira Feghali são os mais populares, embora dos dois, só ela tenha chance. Gabeira, massacrado pelo PSDB, (tinha que se juntar logo com esse partido?) não sai do lugar.
Molon nem sai de casa, espera convite para ser vice. Não interessa de onde venha o convite, quer abandonar tudo.
XXX

João Havelange deu entrevista de página inteira a um repórter da Folha. Engraçadíssima. Trocou tudo, datas, fatos, acontecimentos, embora tenha memória prodigiosa. Disse que houve favorecimento aos "donos da casa" em 1966 e 1974. E que em 1978, foi tudo perfeito e sem qualquer alteração.

O favorecimento ao "dono da casa", acontece sempre, por fatores subjetivos e não objetivos. A Inglaterra ganhou em 1966 porque a Copa foi na Inglaterra. Não ganhou nem antes e nem depois. Em 1974, a narração de Havelange atinge o apogeu da imaginação. Diz textualmente: "A Holanda não ganhou porque fez um acordo para fornecer petróleo ao país, que não podia comprá-lo, todos andavam de bicicleta".

Garante: "Brasil foi prejudicado pelos árbitros por isso não chegou à final e perdeu o terceiro lugar para a Polônia". Na semifinal contra a "laranja mecânica", em Dortmund, um estádio pequeníssimo, a seleção brasileira tremeu e perdeu".

O episódio da Argentina, deturpadíssimo. Rigorosamente verdadeiro: a Copa de 1978 na Argentina não foi marcada por ele. Eleito, a Argentina estava escolhida.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A emoção-emocionada na morte de Dona Ruth (Hélio Fernandes)

Deliberadamente longe do Poder, recebe a solidariedade do povo

Posso dizer, com segurança, que nunca vi um velório tão emocionante e emocionado como o de Dona Ruth Cardoso. E a repercussão no Brasil inteiro da morte de uma mulher que nunca usou o Poder para aparecer ou se aproveitar, altamente positiva e significativa. O fato de ter merecido a admiração do País inteiro, veio mostrar que esse reconhecimento existia, só não ganhava manchetes e holofotes porque ela mesma fugia disso. Ou impedia que acontecesse.

E é preciso registrar e ressaltar que é o velório (e o enterro no dia seguinte) e as centenas e centenas de personalidades que passaram horas comovidas, olhando seu rosto que parecia cada vez mais sereno, não tinham nada a ver com a participação política do marido.

É evidente que o fato dele ter sido presidente da República durante 8 anos, atraiu muito mais atenção. Mas não se notava em nenhuma presença, como aconteceu e tem acontecido, a vontade de aparecer, de se mostrar, de estar presente num acontecimento acompanhado pelo Brasil inteiro.

E não foi um momento de pura emoção apenas para as elites e grupos intelectuais, mas para o povo mesmo. Já se disse, "que muitos que morreram, ficariam altamente surpreendidos se pudessem ler seus obituários publicados nos órgãos de comunicação". É evidente que a definição tem conteúdo negativo, pois o comum e rotineiro é glorificar os que morrem, qualquer que tenha sido a sua trajetória na vida.

Se Dona Ruth Cardoso a exemplo do conceito famoso, pudesse ler e ouvir o que se escreveu ou falou sobre ela, ficaria positivamente surpreendida, embora discretamente como viveu sempre. Mas não poderia deixar de reconhecer e comentar: "Então viver com grandeza, com dignidade, com generosidade, sem pensar que a ocupação do Poder tem que ser o objetivo de uma vida?"

Intelectual completa, com o domínio do conhecimento, da cultura e até da sabedoria, Dona Ruth se manteve em todas e em quaisquer oportunidades, inteiramente separada do Poder. É lógico que foi durante 8 anos mulher de um presidente da República e sabia muito bem o que isso significava.

E aí reside a maior demonstração de dignidade, generosidade, demonstração de que essa realidade palaciana não a atraía nem a seduzia em nada. Solitária não pelo gosto da solidão, mas pela desvinculação que fazia questão de manter com o Poder, continuou a se manter da mesma forma como se mantinha antes de ser "primeira-dama". Denominação que detestava, outra manifestação altamente positiva. Dona Ruth nunca foi vista com guarda-costa, apesar da exigência do protocolo. E nunca aconteceu coisa alguma.

PS - Nunca estive sequer perto de Dona Ruth, o que não me impediu de acompanhar seus encargos profundamente sociais, sem que propagasse nenhum deles. Ou misturasse o social verdadeiro, com a falsidade exibicionista dos "socialaites".

PS 2 - A tristeza foi mais do que aparente, transitória ou momentânea. Era o sentimento de perda verdadeira. Como disse Líbero Badaró ao ser morto em 1831: "Morre um liberal mas não morre a Liberdade". Para Dona Ruth, basta a constatação de que ela foi morta pelo coração, depois de ter vivido dominada por ele.

Roberto Dinamite
Tem agora nova tarefa dificílima: fazer gols para o Vasco, só que na administração. Corretíssimo, grande vantagem. Além de competente.

O IBOPE de São Paulo, que faz pesquisa praticamente diária, garante: "Dona Marta está na frente de Alckmin, mas perde para ele num possível segundo turno. E o prefeito Kassab está em terceiro". É um festival de lugar-comum. Venho repetindo isso muito antes das convenções. Já disse: Dona Marta não se reeelegeu no cargo, não ganha fora dele. E como são apenas 3 candidatos, Kassab vem em terceiro. Essa eleição vale tanto para 2008 quanto para 2010.
Dona Marta Suplicy, que foi prefeita e perdeu a reeeleição estando no cargo, isolamento completo. Achava que o apoio do presidente Lula seria o suficiente, foi convencida do contrário, começou a "trabalhar" para aumentar o tempo de televisão.

Conseguiu apenas o apoio de Aldo Rebelo (do PC do B), o que é muito pouco. Tem procurado conversar com o presidente Lula, não tem tido sucesso. Como ministra, era mais fácil.
Fora desse "círculo" Serra-Alckmin contra Kassab e Dona Marta, surge a incógnita Lutfalla Maluf. Ninguém sabe o que significa. Na ditadura, os "presidentes" escolhiam os "governadores", os generais não queriam Maluf, ele venceu.

1 ano antes da eleição, Maluf foi preso e exibido algemado, (com cobertura total e exclusiva da TV-Globo) ficou numa cela com o filho. Veio a eleição federal, foi deputado de mais de 500 mil votos. Alguém pode "comprar" tudo isso?
Pergunto a muita gente em SP, até pesquisadores, me dizem: "Maluf é imprevisível. Tecnicamente está fora do jogo pela prefeitura". Mas quem garante? (Estou apenas noticiando e revelando, nada a favor ou contra.)

O senador Cristovam Buarque está coberto de razão a respeito do aumento da contribuição do "bolsa família". O aumento, para cada família, será de 6 reais. Concordando ou não, é muito pouco.
Depois da derrota de Djokovic na primeira rodada, ontem, surpresa total com a eliminação de Sharapova. Perdeu para uma ranqueada como 154. Sempre o que registrei muito: perde saques, duplas faltas irrecuperáveis.

Nas preocupações eleitorais do governo, entre os principais estados, se coloca sempre o Amazonas. A importância é derrotar o senador Artur Virgilio, que pode se reeleger, o que o governo não deseja.
A 17ª Câmara Cível derrubou ontem, decisão que permitia que Eurico Miranda continuasse residindo no imóvel por ele adquirido com dinheiro emprestado pelo Banco Bradesco. O apartamento, em Laranjeiras, foi comprado por cerca de 140 mil cruzados, a serem restituídos em 180 prestações.

Em razão do não pagamento, o imóvel foi leiloado e o próprio credor o arrematou. Mas Eurico Miranda entrou com duas ações para evitar o despejo. As partes estão brigando desde 1997 e nesse novo processo o devedor afirmou ter quitado a dívida e não ter sido intimado do leilão.
Os desembargadores, no entanto, descobriram que o saldo devedor ainda é grande e que Eurico Miranda se recusou a assinar a notificação da execução extrajudicial promovida pelo Banco. Se a situação não mudar, o devedor terá, ainda, que pagar 1% mensal do valor do apartamento. Desde dezembro de 2006 até sua entrega a título de taxa de ocupação.

O que todos me perguntam, resposta difícil: "Crivela perdeu muito voto com o desgaste do "Cimento Social?" Na verdade a repercussão contra ele foi terrível. Mas saber o que representa em voto, só esperando mais um pouco.
A Academia se complicou com 4 ou 5 candidatos e nenhum vencedor. Inventaram então (com 4 embaixadores e um jornalista) o nome da professora Cleonice Berardinelli, apresentada como filha e neta de acadêmicos.

Tem 91 anos, esteve na Academia anteontem. Como chuviscava, Afonso Arinos filho lhe dava proteção do voto e do guarda-chuva. (Continua amanhã com "crivelice literária".)
Agora, sim, o Fluminense tem tudo para ganhar a Libertadores, quarta-feira no Maracanã. Parece contradição, dizer isso depois da QUASE eliminação do time nos 2.850 metros de altura do Equador.

Pois foi esse QUASE que praticamente garantiu a chance enorme que sobrou para o Fluminense. Sofrendo um gol no primeiro minuto, indo para o vestiário goleado por 4 a 1 (e não por méritos do adversário e sim por deficiência do time carioca) tudo parecia perdido.
Mas os equatorianos resolveram "jogar para a arquibancada", acreditavam que estavam vitoriosos, facilitaram para o Fluminense. Este também não reagiu com competência e sim com muita sorte.

Ganharam o segundo tempo por 1 a 0, escaparam da goleada mas não fizeram grande exibição. O gol de Tiago Neves e a bola que aos 40 minutos, perto do final, bateu praticamente dentro do gol de Fernando Henrique, acabou "milagrosamente" na mão dele.
Esses dois lances permitem ao Fluminense ganhar com um resultado não impossível nem mesmo difícil. Com 2 gols vai para a prorrogação, com 3 ganha imediatamente. Curiosidade: a LDU "sentiu a altura", isso não influiu no Fluminense.
XXX

Hoje, no Conselho, Roberto Dinamite será eleito presidente do Vasco, no segundo tempo, é da regra do jogo. Eurico Miranda sempre foi "eleito" assim. E sempre sufocando a oposição, e destroçando o grande clube. E melhor ainda: Eurico diz que NUNCA MAIS será candidato a presidente, "quero ver meus netos crescerem". Apesar de tudo, felicidade.

XXX

A Nova Fronteira está lançando um novo livro de Vilma Guimarães Rosa, com um bom título, "Relembramentos". Será no dia 7 de julho, uma segunda-feira, na Academia.

XXX

No Diário Oficial de anteontem, Sérgio Cabral prorrogou o prazo para que 1.240 fornecedores do Estado, se inscrevam no programa especial de "restos a pagar". Isso é uma vergonha, o TCU já se manifestou, contra o governo federal. E chamando a atenção para os prejuízos.

XXX

O governador Blairo Maggi, não está nem um pouco preocupado com multas ou apreensão de gado. Na sua opinião, "o ministro Minc não resiste ao Natal e Ano Novo". Quem "contou" a ele? Ou é pura adivinhação?

terça-feira, 24 de junho de 2008

A legalidade das elites (Carlos Chagas)

BRASÍLIA - Hoje, dois terços da população falam por ouvir falar. Quando falam. Os que tinham idade suficiente para entender e até para viver aqueles idos de 1964 continuam divididos. Para uns, tratou-se de um golpe cruel vibrado nas instituições democráticas, ao qual se seguiram 21 anos de ditadura, tortura, censura à imprensa, supressão dos direitos humanos e prevalência do poder econômico sobre os anseios das massas.

Para outros, foi um basta à subversão e à corrupção, uma interrupção no processo de anarquia e de desagregação da sociedade ameaçada pelo perigo comunista expresso pelo próprio governo.

Contradiz-se também a farta literatura produzida de lá para cá a respeito do movimento dito militar. Tanto tempo depois, será preciso atentar para a importância de não dividir o Brasil de quarenta anos atrás entre mocinhos e bandidos, tanto faz a posição de onde se observam aqueles acontecimentos.

Nem as Forças Armadas foram às únicas responsáveis pela truculência verificada nas duas décadas seguintes, nem poderão apenas ser tidas como as mãos do gato, utilizadas pelas elites para retirar as castanhas do fogo. Tiveram sua responsabilidade explícita, exposta através dos governos de cinco generais-presidentes e de duas juntas militares, mas, no reverso da medalha, evitaram o quanto foi possível a transformação do Estado brasileiro em apêndice desimportante dos interesses políticos, econômico-financeiros e até culturais do conglomerado internacional que hoje nos domina, e ao planeta também.

Indaga-se como foi possível cair feito fruta madura um governo democrático, forjado na luta e na resistência de três anos antes em favor do cumprimento da Constituição e da posse do vice-presidente, após o histriônico episódio da renúncia do presidente Jânio Quadros.

João Goulart terá sido derrubado mais pelas suas virtudes do que por seus defeitos, mas estes foram imensos. Ingenuidade, em primeiro lugar, se imaginou que reformas sociais profundas poderiam ser conquistadas no grito, de uma só vez, com as elites conformando-se em abrir mão de seus privilégios sem organizar-se nem resistir.

Depois, ilusão de que as massas dispunham-se a respaldá-lo acima e além dos comícios e da retórica fácil. Acrescente-se a frágil concepção de que, por estar exercendo legitimamente o poder, contaria com a anuência das estruturas que buscava modificar e reformar. A favor delas, deixando as coisas como estavam, obteria sucesso, o que seria uma incongruência para quem pretendia passar à História como um reformador igual ao seu mestre, Getúlio Vargas.

Demonstrou-se, nos eventos de 31 de março e de 10 de abril, a precariedade do poder formal. O "esquema militar monolítico" que defenderia a legalidade só existia na cabeça dos áulicos palacianos. Quando precisou das Forças Armadas para garantir-lhe o direito de continuar governando, João Goulart percebeu havê-las perdido por inteiro.

Parte foi porque admitiu "reformá-las", prestigiando tentativas de quebra de hierarquia. Parte por conta da formidável movimentação das elites econômico-financeiras infensas a perder privilégios. Nesse aspecto, a mídia exerceu papel fundamental, inoculando na opinião civil e militar o germe da insegurança.

Organizada, com fartura de dólares e de pensadores, a direita dispunha de um objetivo claro: impedir quaisquer reformas capazes de arranhar-lhe os benefícios, mesmo que para isso se tornasse necessário desestabilizar, primeiro, e depor, em última instância, um governo constituído.

Já as esquerdas... As esquerdas dividiam-se entre a euforia inconseqüente da suposição de que já tinham conquistado o poder e alterado estruturas ainda imutáveis, de um lado, e, de outro, as eternas desavenças entre seus diversos grupos inconciliáveis. No meio delas, mesmo percebendo que a reação se avolumava, achava-se um presidente cuja única saída acabou sendo a fuga para frente. O diabo é que diante dele não se descortinava a avenida das reformas sociais, mas o precipício do retrocesso e do caos institucional.

É claro que as teorias cedem sempre, quando surgem os fatos. A dúvida dominava os dois lados. Os conspiradores ignoravam a facilidade com que o governo se dissolveria. Estavam preparados para a guerra civil, capaz de levar meses. Por isso, não se animavam ao primeiro gesto ostensivo.

Precisaram de um general meio doido botar precipitamente suas tropas na rua, em Juiz de Fora, mesmo sem saber se seria esmagado em poucas horas. Do Rio, os principais chefes da conspiração tentaram demovê-lo, exigindo que voltasse com os poucos tanques e canhões postos na estrada União e Indústria. Mourão Filho reagiu, não faltando em sua negativa às quixotescas afirmações que ali estava para "vencer ou morrer".

Não morreu, senão anos depois, de doença e de desânimo, porque quem venceu foram os outros. Numa questão de horas mudaram de lado as tropas ditas legalistas que subiram a Serra de Petrópolis para barrar a progressão dos revoltosos mineiros. Em São Paulo, no Nordeste, no resto do País, a mesma coisa.

João Goulart estava no Rio, negou-se a autorizar que uns poucos aviões da FAB ainda sob as ordens de seu ministro da Aeronáutica bombardeassem as tropas do general Mourão com napalm. "Vai matar muita gente, isso eu não permito!"

Para não ser preso, voou até Brasília, mas na capital, sua segurança revelou-se ainda mais precária. Buscou resistir no Rio Grande do Sul, imaginando a repetição dos episódios de 1961. Esqueceu-se de que a História só se repete como farsa.

Lá, o governador não era mais Brizola, porém Ildo Meneghetti, golpista. O general que ainda lhe era fiel, Ladário Pereira Telles, garantiu-lhe apenas por uma hora condições para conduzi-lo ao aeroporto e tomar o rumo do Uruguai. Aceitou. Ladário indagou de Leonel Brizola, também presente, se viajaria junto. Resposta: "Eu não me chamo João Goulart! Vou resistir!" (Continua amanhã).

Tribuna da Imprensa

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Quem poderá substituir Dunga? (Pedro do Coutto)

Numa entrevista ao Blog do Boleiro, do Portal Terra, publicada pelo "O Globo", de 21 deste mês, o técnico Dunga extravasou seu desconforto, seu rancor e sua mágoa com as incríveis derrotas para a Venezuela e o Paraguai e o empate com a Argentina em Belo Horizonte. O empate com a Argentina não chega a surpreender ou revoltar, mas a decepção da torcida brasileira vem da forma como a seleção jogou.

Atuação horrível, gelada, sem amor pela camisa, portanto sem emoção. Três partidas seguidas, nenhum gol, nenhuma vitória. O treinador, homem de temperamento difícil, como se constata por suas próprias palavras, não vem conseguindo ao longo do tempo acertar um sistema tático e técnico ao nível de nosso futebol, tão mágico quanto lógico, de forte vocação ofensiva.

Ele arma basicamente com quatro, às vezes cinco homens no meio do campo, mesmo estilo de Carlos Alberto Parreira. Nas ações ofensivas, quando a equipe é atacada, vá lá. Tudo bem. Mas quando tem que partir para frente é um desastre. Porque falta espaço. O time acaba marcando a si mesmo, além de deixar um campo mais aberto do que o normal entre o meio e a linha de zagueiros. Aliás, como aconteceu em 2006.

Congestionando a meia cancha, a seleção termina também bloqueando os lançamentos a distância e dificultando os avanços dos laterais que, no futebol moderno, são tanto zagueiros quanto extremas avançados. Aliás, diga-se de passagem, estas duas posições foram as que mais se modificaram nos últimos anos. Para exercer tais funções, na realidade duplas, a exigência de preparo atlético é gigantesca.

Porém é indispensável haver espaço para isso. Se o time embola na frente, as alternativas passam a ser muito menores. Para quem é tecnicamente superior, caso do Brasil, quanto mais espaço melhor. E quanto menos pior. Os adversários agradecem o sistema de automarcação. Mas este é outro caso.

O fato essencial é que, com base no que ele próprio afirmou na entrevista ao Portal Terra, Dunga não se sente mais à vontade no posto e se encontra às véspera de passar o comando. Inclusive, no fundo, demonstrou obliquamente que não tem apreço maior pela posição que ocupa. Quando a pessoa começa a dizer que vive bem, não precisa do emprego, é porque na verdade não está suportando o peso da cobrança e da responsabilidade. Isso, inclusive ocorreu com João Saldanha em 70.

A derrota para a Argentina em Porto Alegre, por dois a zero, o empate com o Bangu por um a um, seu desentendimento com Pelé, sua briga com Yustrich, então treinador do Flamengo, formaram um lenço de pretextos e motivos para que saísse. Agora com Dunga o ambiente não é tão crítico como aquele que psicologicamente envolveu Saldanha, mas quando o panorama se torna sombrio e a atmosfera pesada, é natural perguntar-se quem será o substituto na margem do campo ou na boca do túnel que, no fundo, é uma passagem da tática para a emoção e para o delírio. Quando esta emoção falta, falta tudo.

Isso de um lado. De outro, a intervenção do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, assumindo a iniciativa de convocar Ronaldinho Gaúcho, não incluído por Dunga no escrete, deixa clara a tendência de escolher um novo técnico. Pois, francamente, não é atribuição do dirigente da Confederação convocar jogadores. Se assim fosse, ele teria a atribuição de escalar o time. E isso não faz sentido. Não faz sentido tampouco Dunga dizer, como está em "O Globo", que, apenas, no caso, Ricardo Teixeira resolveu falar com Ronaldinho Gaúcho.

Ora, quem deveria ter falado, se fosse sua vontade, era ele próprio. Uma coisa é a presidência da CBF. Outra a armação da equipe. Teixeira não é técnico de futebol. Ao tomar tal iniciativa, politicamente, procurou, isso sim, eximir-se da responsabilidade pelos seguidos insucessos. Como na antiga piada atribuída a um treinador: eu venci, nós empatamos, vocês perderam.

Há momentos no universo fantástico do futebol em que os técnicos esgotam suas missões. Não é fácil ser treinador. Se nos clubes a tarefa já é enorme, que dirá à frente da seleção Brasileira? Sobretudo porque o mais fascinante esporte inventado em toda a história é marcado tanto pelo amor quanto pela paixão. O técnico oscila sempre entre o êxito e o fracasso, entre a consagração e o desabamento.

Talvez por sentir-se atingido por uma onda de rejeição, Dunga tenha partido para culpar os jornais e a rede Globo. É sempre assim. Mas não foi a imprensa quem escalou a equipe. Não foram os jornalistas que traçaram o perfil tático da Seleção de Ouro. A imprensa não criou nada.

Mas refletiu tudo como um espelho da realidade. Este é o destino dos jornais. Que não se confunde com o do treinador.

Fonte: Tribuna da Imprensa

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Bejani, "prefeito" corrupto de Juiz de Fora (Hélio Fernandes - Tribuna da Imprensa)

Não tem uma chance em um milhão de disputar a reeeleição

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ayres Brito, trabalha intensamente para "que candidatos com ficha suja não possam disputar qualquer cargo". Mas é justo registrar que o desembargador Roberto Wider, presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), há muito tempo faz campanha para impedir esses candidatos. Anularam muitos registros, mas o TSE revogou essa decisão, manteve o registro injusto e impuro.

Mas agora surge esse caso espantoso do prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani. Investigado longamente pela Polícia Federal (gravado há meses com autorização judicial) acumularam sobre ele colossais provas das maiores irregularidades.

A investigação era sobre ENRIQUECIMENTO ILÍCITO, acusação que tem acontecido contra muita gente, personagens importantíssimos mas que por IMPUNIDADE "patrocinada" de forma altamente positiva escapam de tudo. É a IMUNIDADE.

Só que com Alberto Bejani os fatos andaram com tal velocidade, que o prefeito foi preso em flagrante, coisa difícil de acontecer. A TV Globo mostrou com imagens e som inquestionáveis tudo o que a Polícia Federal descobriu no próprio gabinete do prefeito da grande cidade. (Juiz de Fora foi a primeira cidade a se industrializar em Minas. Até hoje é chamada de Manchester mineira, pois em Manchester, Inglaterra, em 1780, nasceu a Revolução Industrial que transformou o mundo).

Além das conversas quase irreais pela imprudência e pela inconsciência das afirmações, as imagens do comportamento indecente. Derramados na mesa do prefeito, enormes maços de notas. E o prefeito e o sócio repartiam despudoramente. O prefeito Bejani exclamava triunfante: "Comissão de 7 milhões, 7 milhões, afinal tudo se concretizou".

Como se sabe, Bejani foi preso em flagrante, levado para a penitenciária, mas surpreendentemente CONTINUOU prefeito. O vice deveria ter sido empossado imediatamente, impediria que acontecessem as surpresas (surpresas?) que aconteceram.

Alguns dias depois, da penitenciária, o ainda "prefeito Bejani" R-E-N-U-N-C-I-O-U. E sem o menor constrangimento, acreditando que nada iria acontecer com ele, explicou publicamente: "Renunciei para não ser CASSADO e disputar a REEELEIÇÃO".

Quando é que Bejani quer disputar a REEELEIÇÃO? Lógico, agora em 5 de outubro, pouco mais de 3 meses. Pela reforma da Constituição paga por FHC (a prazo e à vista), quem está no cargo executivo (prefeito, governador, presidente) pode ser candidato sem deixar o cargo. Bejani revela, "vou disputar fora do cargo, vantagem que darei aos adversários".

Só que desta vez as coisas HORRORIZARAM demais a opinião pública, haverá mudança total da INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ELEITORAL. Não precisa mudar a Constituição, basta interpretá-la. É o que farão o Tribunal Regional Eleitoral de Minas, e o Tribunal Superior Eleitoral de Brasília. CONFIRMANDO.

A idéia é acabar com essa afronta de um cidadão ACUMULANDO os maiores crimes contra a coletividade, RENUNCIAR PARA NÃO SER CASSADO. Bejani não tem uma possibilidade em 1 milhão de ser candidato à REEELEIÇÃO. Não terá a liberdade ou a audácia de poder pedir voto ao cidadão-contribuinte-eleitor.

PS - Tomem nota: o Tribunal de Minas VETARÁ Bejani, o Tribunal de Brasília, se possível no mesmo dia dirá N-Ã-O a qualquer recurso do prefeito PRESO e que então já estará CASSADO.

PS 2 - O prefeito CORRUPTO de Juiz de Fora estará contribuindo para a transformação da vida pública, a criação de NOVOS TEMPOS?

Eike Batista
Tiger Woods, o mito do golfe, quando dizem que tem sorte, confirma, "mas eu ajudo". Eike Batista pode repetir. Antes de se lançar, despediu José Dirceu.

Enquanto o mundo lamenta a falta de alimentos (nada a ver com o etanol do Brasil) para B-I-L-H-Õ-E-S, os países potências prometem ajudar na luta contra a fome. Inacreditável: oferecem 5 bilhões de dólares para "salvar" 90 milhões de pessoas. Contradições que têm que ser registradas. Só no Iraque os EUA gastaram mais de 3 TRILHÕES, sem falar nos outros gastos militares, que atingem somas fantásticas.
Equanto mais de 2 BILHÕES não têm o que comer ou como viver, as "potências" oferecem ajuda a 90 milhões, isso representa 4,5% dos que vão dormir com fome. (Lula). E os outros 95,5% de miseráveis e pobretões?

Milton Zanuazzi, quando era ligadíssimo a Dona Dilma, levou meses para deixar a presidência da Anac. Como está longe, bem longe de Dona Dilma, ninguém mais liga para ele. E acumula derrotas.
Em Brasília, a capital da hipocrisia, o que vale é o PATROCÍNIO.

Nada surpreendente mas conseqüência da análise (correta) da realidade. Tendo conseguido aprovar a nova CPMF apenas por 2 votos, o governo não se apressaria no Senado. Esperaria oportunidade.
O conselho foi do "líder" Romero Jucá, depois de finalmente ter conseguido nomear a ex-mulher. Voltam e separam tanto, ninguém sabe se é ex.

Depois de ser todo-poderoso chefe da Casa Civil, "dono" de Lula e do seu governo, Dirceu foi derrubado. Perdeu o prestígio, se transformou em lobista de grandes e poderosos grupos.
É um dos 40 que responde a processo no Supremo Tribunal Federal. Por serem tantos e com tantas testemunhas, já se sabia que era processo para muitos Anos. O Supremo não faz milagre.

Quanto a isso, Dirceu estava tranqüilo. Mas agora, assustadíssimo, quase em pânico. Motivo: seu envolvimento com o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, preso em flagrante de corrupção.
Da cadeia mesmo, RENUNCIOU PARA NÃO SER CASSADO. Segundo ele mesmo, se candidata à reeeleição, em outubro. Além de corrupto, destrambelhado, que palavra, quem registrará a "candidatura"?

Dirceu não está mesmo numa boa fase. Trabalhava com Eike Batista, presumível, suposto e pseudo homem mais rico do Brasil e que tem a mais formidável mídia. Dirceu foi despedido antes.
Da Venezuela me dizem, amigos, por correio eletrônico: "Você fez bem em elogiar o presidente Chávez na sua condenação à Farc e pedindo a libertação dos reféns. Mas seu objetivo é novo plebiscito. A repercussão para ele, interna e externa, foi excelente". Esperemos.

Dona Ieda Crusius, descoberta de FHC quando presidente, telefonou para ele, se queixando: "O PSDB me abandonou". FHC disse que ia conversar, não disse com quem. Está inteiramente isolado no PSDB.
Muita gente surpreendida com os elogios de Lula ao governador de Pernambuco. Ele vem tendo atuação discreta mas planejada.

No final da Copa Brasil, não deram quase ingressos para o Corinthians, avisado da "grita" do time de SP, o governador arranjou 400 ingressos. Não sei se por causa do Corinthians ser o time do Lula.
O governador de Mato Grosso, o famoso Blairo Maggi (que divide o estado entre ele e suas empresas), esteve em Washington, num seminário. Ninguém sabia quem era, não prestou atenção quando falou.

O candidato a prefeito do Rio, o "bispo" Crivela, ficou desesperado com a repercussão, CONTRA ELE, do inacreditável massacre de civis na Favela da Providência. Não ia ganhar mesmo, perdeu pontos.
A seleção do Brasil joga hoje contra a Argentina em Minas. Quando eu era garoto depois adolescente, fanático por esporte, ouvia sempre dizerem: "Time grande não perde três vezes seguida". É a situação hoje, depois de perder para a Venezuela e o Paraguai. Mas a seleção do Dunga é time grande?

1 - A partir de hoje, faltarão ainda 12 jogos, é muito para falar em desclassificação.

2 - Dunga está ameaçado mas não está demitido.

3 - Ainda.

4 - Lógico, é preciso mudar.

5 - Mas com Maicon, Gilberto, Gilberto Silva, Josué, Mineiro, mudar o quê e com quem?

6 - Faltou jogar, faltou vibrar, faltou garra, faltou técnica, faltou tática, faltou tudo.

7 - Luxemburgo e Abel Braga (não esquecer do Parreira, o "desprendido") não precisam ficar de sobreaviso. Perdendo ou ganhando hoje, Dunga continuará como treinador.

8 - O maior teste de sua carreira (Ricardo Teixeira acreditou que seria o novo Beckembauer, que começou como treinador direto na seleção) será nas olimpíadas. Se perder, perdeu.

9 - Dunga acredita no torcedor, "ele vai nos ajudar". É mesmo? Mas se a seleção entrar no ritmo da decepção, o torcedor muda de ânimo.

10 - Dunga diz que "vai mudar". Quer dizer, tira um dos 5 que citei e coloca quem no lugar? Manda chamar daqui mesmo? Não dá tempo.
XXX

Ontem, terminando o artigo da página 3, citei "As Farpas" de Ramalho Ortigão. "Derraparam", trocaram o P por um M, atingiram o famoso escritor e cronista. Estou retificando apenas para constar, de outro jeito viriam multidões de correio eletrônico desconfiando que eu citei errado.

XXX

Na TV Globo, engarrafamento do correio eletrônico por causa da volta de Fátima Bernardes. Longe do "Jornal Nacional" por uma semana, aplaudiram sua volta com carinho e satisfação.

XXX

O senador Arthur Virgilio, no Senado, dedicou VOTO de APLAUSO à jovem e brilhante artista plástica de Brasília Joana Limongi. Por causa de sua tese de mestrado sobre o tema, "Fazer um múltiplo brasileiro".

Joana trabalhou muito nessa tese, que na verdade se baseia no Teatro Oficina e em José Celso, o grande diretor e mobilizador do teatro nacional.

Arthur Virgilio mostrou toda a sensibilidade ao chamar a atenção do Senado para a artista e sua tese de Mestrado, aprovada pela UnB.

XXX

Manchete da "Folha", metade certa e metade não: "Inflação já afeta 71% dos preços pesquisados". Os alimentos foram brutalmente atingidos agora. Mas o resto já sofria aumentos anuais e com prazos até menores. Principalmente serviços em geral.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Nada a ver com 1958, 62, 70, 74, 78, 1982, 1986, 1998 - Ganhando ou perdendo, era a seleção brasileira (Hélio Fernandes)

Ganhando ou perdendo, era a seleção brasileira

Enquanto nada acontece de positivo no plano nacional (só denúncias que jamais chegam a algum resultado), ou o importante mesmo, as eleições para prefeito em 5 mil e 500 municípios (aí já totalizadas as 27 capitais e mais o Distrito Federal) esperam as convenções sem povo, sem urna e sem povo, aprofundemos as análises e observações a respeito da seleção brasileira de futebol.

Não por causa da derrota inesperada contra a inexistente Venezuela e logo a seguir a plácida e platônica atuação contra o Paraguai, que resultou na segunda derrota seguida. Fora da globalização, da corrupção que surge da falta de autenticidade do voto, do desprezo do Brasil pela Amazônia, do desinteresse dos governos (todos eles em 508 anos, Império ou República), não há nada mais empolgante e emocionante para o cidadão do que a sua seleção. Toda vez que se aproxima a Copa do Mundo, o País fica na expectativa do que vai acontecer, quem o treinador (qualquer um) vai convocar, escalar e colocar em campo.

Já estamos em pleno início da Copa. Ontem contra o Paraguai, amanhã contra a Argentina. É bem verdade que o Brasil jamais ficou fora da classificação, a situação é sempre confortável. A América do Sul tem 5 vagas para 10 países, e destes 10, pelo menos 3 não contam ou são contabilizados. Portanto não é o medo de ficar de fora que nos motiva. O medo é que a população se revolte se o resultado de amanhã ficar parecido com o do Paraguai.

Dois extraordinários observadores, Nelson Rodrigues e Millor Fernandes (que não tinham nem têm maiores ligações com o futebol, assistido ou praticado), definiram magistralmente o relacionamento futebol-emoção-povo. Nelson Rodrigues: "A seleção é a Pátria de chuteira".

Millor, parecendo que foi ontem antes do jogo com o Paraguai: "A seleção é muito bem comportada, não BEBE, não FUMA, não JOGA". A impressão é de que Millor falava da seleção que está aí nas manchetes negativas. E com a foto do Dunga desolado, cabeça baixa, expressão corporal de vencido, e isso durante o jogo.

Agora com dados, números, anos, derrotas e vitórias, depois da inimitável seleção de 1970, não só inimitável mas inesquecível.

1974 - Era uma boa seleção, chegamos à semifinal contra a Holanda, a famosa "laranja mecânica". Perdemos em Dortmund e não ganhamos o terceiro lugar, derrotados pela Polônia.

1978 - Não chegamos à final, perdemos para os generais torturadores. Naquele tempo as regras eram outras.

1982 - A maior injustiça de todos os tempos, estaríamos classificados com o empate (hoje não vale mais), saímos em 0 a 0, 1 a 1, 2 a 2 e perdemos com a extraordinária seleção.

1986 - O fato praticamente se repetiria, o jogo Brasil-França foi dos melhores que já vi. Perdemos nos pênaltis.

1990 - A seleção, fraquíssima, estreava Ricardo Teixeira no comando.

1994 - A pior Copa de todos os tempos, fomos campeões (?) nos pênaltis.

1998 - Chegamos à final, era uma grande seleção, poderia ter sido glorificada, não fosse a convulsão do Ronaldo e a confusão do "comando".

2002 - Ganhamos inesperadamente, a seleção era mais forte fora do que dentro do campo. Mas o comando influenciou os jogadores.

2006 - Foi a seleção Garcia Marquez ("100 anos de solidão"), a arrogância foi a maior de todos os tempos. Os jogadores brasileiros admitiam que as outras 31 seleções estavam a seus pés. Ainda não estamos nesse estágio, mas a caminho.

Essa não é a seleção do Brasil, nada a ver. Com exceção de 2 ou 3, os outros nem deviam ter sido convocados. Só por jogarem no exterior? Por aqui existe gente melhor.

PS - Ramalho Ortigão, o grande articulista português de "As farmas", escreveu artigo sem identificar ninguém. Um escritor menor respondeu, como se o artigo fosse dirigido a ele.

PS 2 - E Ramalho Ortigão, no dia seguinte: "Saia do meu espaço, você não é meu personagem". O povo brasileiro poderia imitá-lo, protestando: "Essa não é a seleção brasileira, vocês não têm nada a ver com o nosso histórico futebol". (Podem ganhar ou perder amanhã, isso continua valendo).


Delfim Netto
Na ditadura, processava jornalistas na polícia, mandava dar surras em homens como Oliveira Bastos, era o dono de tudo. Hoje é o "queridinho" da mídia.
Pouco antes da explosão da maldição do AI-5, já se sabia que o regime endurecera. Desde 1965/66 (1964 só vale pela tomada do Poder, quase sem objetivo ditatorial) se travava dura luta entre os que queriam mais ditadura e um grupo sensato, que achava que o regime autoritário não deveria nem poderia durar muito. Por mais surpreendente que possa parecer, Costa e Silva tentava conter os mais exaltados.

Um civil e um militar estavam entre os que consideravam que as coisas estavam muito "doces e suportáveis". Eram o major Passarinho e o ministro da Fazenda, Delfim Netto. No momento, só este me interessa.
Hoje tido e havido como "democrata", leiam e relembrem a ameaça de Delfim contra jornais e jornalistas, genérico, sem explicitação. (Isso em 1967, 1968 e seguintes).

Textual: "O governo vai processar os jornais que vêm alarmando o País com boatos infundados sobre aumento do dólar".
E a seguir: "Não podemos tolerar esses abusos, tomaremos medidas enérgicas para acabar com esses boatos, recorreremos até a processo policial". Não falou em processo judicial ou jornalístico. E está aí, prestigiado, depois de 3 vezes ministro da ditadura. Um autêntico democrata.

Dona Ieda compromete o PSDB ao dizer, não oficialmente mas verdadeiramente: "Não renunciarei nem sofrerei impeachment". Citou nomes, mas minha fonte só liberou isso. Não conheço Dona Ieda, mas gosto de quem resiste, mesmo envolvidíssimo.
Ninguém será PUNIDO no caso da venda da histórica Varig a uma subsidiária dela mesma, chamada Varilog. E isso ocorrerá por uma razão muito simples: ninguém é CULPADO, as coisas acontecem.

Além do mais, a Varig agora é multinacionalizada, globalizada e internacionalizada, como é que poderão punir os "SÓCIOS"?
Mas não há perplexidade que chegue para analisar o caso. Ganharam 420 milhões e ficaram com uma das históricas empresas de aviação. Que República.

Conforme contei ontem e anteontem, o PMDB se fixou definitivamente no que deveria ser obrigatório: candidato próprio para prefeito do Rio. Mas como a divisão é muito grande, aumenta a tensão.
Todos querem que o candidato PRÓPRIO seja escolhido na convenção. Em princípio não tem data marcada, mas pode ser no dia 22. (A convenção do PC do B talvez seja no dia 28).

A fita do "Jornal nacional" é mais contundente do que o Diário Oficial "esquentado por Pezão". E liquida Eduardo Paes como candidato a prefeito pelo PMDB de Sérgio e Pezão.
Nessa fita, no dia 6, de Atenas, ele fala como secretário de Esportes. E como secretário, entusiasmado com a Olimpíada de 2016, possivelmente no Rio capital. Está lá, ninguém tira.

Mas há mais e muito mais grave. O próprio Eduardo Paes declarou que não "se desincompatibilizou, por ser candidato a vereador".
Pretendia puxar uma grande bancada. Aí passou recibo na irregularidade. Para vereador o secretário tem que sair 6 meses antes e não 4, como os candidatos a prefeito.

O prefeito de Juiz de Fora renunciou. Renunciou? Ha! Ha! Ha! Foi preso no palácio, por ordem da Justiça gravaram suas imagens. Ele apareceu com 70 milhões em cima de sua mesa.
E a fala do prefeito Bejane: "70 milhões, vou ganhar 7 milhões de comissão, 7 milhões". Ele mesmo estava deslumbrado. Permanece a dúvida: por que RENUNCIA?

Existe uma vaga de desembargador no quinto constitucional. O Órgão Especial do TJ escolheu a lista tríplice a ser enviada ao governador.
Encabeçada por Marco Aurelio Bezerra de Mello, candidato do governador, não preciso dar os outros 2 nomes. De acordo com a hora em que receber a comunicação do tribunal, Sérgio Cabral fará logo a nomeação.

O ditador Garrastazu Medici ressurge 36 anos depois com a frase que ditaram para ele. Que marcou o seu "governo" junto com a tortura, que foi mais brutal e revoltante no seu "reinado".
A frase, irrefutável: "A economia vai bem, mas o povo vai mal". Lula poderia repetir, palavra por palavra, sem decorar.

Única diferença: Lula é um extraordinário marqueteiro de si mesmo, principalmente no exterior. Onde vai é aplaudido por reis, rainhas, presidentes, primeiros-ministros.
Lula deveria mudar a sede do seu governo para Nova Iorque ou Paris, estaria diariamente na mídia do mundo.

Lula é o presidente mais EXALTADO e mais ACUSADO de toda a lamentável vida política do Brasil. Mas EXALTADO ou ACUSADO, é o único que não foi atingido nem de raspão.
E a própria oposição insiste e não desiste de falar no TERCEIRO MANDATO. Que, lógico, só pode ser conseguido em 2010 por quem já está no segundo mandato. Queira ou não queira, a oposição quer. Pelo menos é quem "alimenta e mantém o assunto".
XXX

Além da arrogância, da indisciplina e da tolice, a incompreensão de Iziani, jogadora do basquete feminino: "Sou estrela, não fico no banco e sim na quadra". O basquete é um dos esportes onde a importância e influência dos treinadores é mais visível e modificadora do jogo.

No basquete, nem os maiores astros ficam 40 ou 48 minutos em atividade, têm que entrar e sair para descansar. Um só exemplo para a "estrela" Iziani. Na Copa do Mundo de 1990, na Itália, faltando 3 minutos, o Brasil perdia para a Argentina. O treinador colocou em campo Renato Gaúcho. (Ele mesmo, hoje treinador). Entrou tranqüilamente.

Logo depois do jogo, amigos disseram a ele: "No teu lugar eu não entraria, 3 minutos". E a resposta: "Eu não posso desobedecer o treinador. E para mim, nada desastroso. Se não acontecesse nada, como não aconteceu, normal. E se eu faço um gol? Seria a glória".

XXX

Injustiça gritante: o Equador dominou a Argentina, ganhava por 1 a 0 até quase o final. Aos 45 cravados, Veron se machucou, entrou Palacio, que aos 48 e meio (4 minutos de descontos) empatou o jogo.

(Tribuna da Imprensa)

sábado, 14 de junho de 2008

A "falácia" da decadência dos Estados Unidos e Juros, bancos e montadoras engarrafam ruas e avenidas (Hélio Fernandes)

Cumprindo seu contrato "não escrito", que começou no Brasil em 1968, nos anos mais duros da ditadura (e que chegaria ao apogeu logo depois, ainda em 1968, com a entrada em vigor do famigerado AI-5, sob o alto patrocínio do "ministro" várias vezes e do "senador" também várias vezes Jarbas Passarinho), a Veja não descumpre o "combinado". E na capa do último número, defende "os patrões americanos" duas vezes.

1 - No alto, uma linha grande, a frase que já diz tudo: "A falácia da decadência americana". A Veja tenta deslocar ou desmentir os que mostram e demonstram que o "Império Romano" desta época caminha para o fim. Impossível é dizer quanto tempo resistirá.

2 - Substancial, mas referendando a "falácia da derrocada", a afirmação: "Barack Obama pode ser o homem mais poderoso do mundo". Primeiro precisa vencer, eu até gostaria que vencesse.

Se ocupar a Casa Branca, Obama terá que impedir a ascensão do euro (e nisso terá, surpreendentemente, o apoio da China, do Japão, da Rússia, dos árabes e do resto), que pode suplantar o dólar papel pintado, que está completando 64 anos de existência.

E finalmente terá que impedir que a cotação do petróleo seja feita não mais em dólares e sim em euros. Mas a Veja estará firme, defendendo formidáveis interesses mútuos, que palavra.

Publicidade colossal e avassaladora da indústria automobilística: "Em 5 meses de 2008, vendemos mais carros do que nos 12 meses de 2007". Isso é progresso, desenvolvimento, sinal de crescimento e prosperidade? Nem pensar nisso, são números enganadores, divulgados exatamente para provocar esse efeito. Perguntinha ingênua, inócua, inútil: então por que a chamada indústria automobilística vendeu tanto, mais do dobro do ano passado? Elementar.

O fator do aumento alucinante das vendas das montadoras tem uma explicação e várias conseqüências. Bancos e indústria automobilística resolveram financiar a compra de carros em mais de 60 meses. O cidadão não olha nem liga para o juro, a única pergunta que ele faz: "Quanto pagarei por mês?". Recebendo a resposta (200, 300, 500 reais), indaga de si mesmo e responde na hora, "isso eu posso pagar".

Restringe ou comprime todas as outras despesas, o carro é um meio de transporte indispensável nas cidades onde os governos não criaram meios coletivos de deslocação. No Rio e em São Paulo (para ficar nas duas grandes capitais), os transportes coletivos vivem na "idade da pedra".

Na Rússia dos Romanov (quando ninguém pensava na Revolução Soviética), antes do Século 20, em Moscou era inaugurado um dos metrôs mais luxuosos do mundo. Ainda no século 19, um dos crimes e processos mais divulgados, conhecido como o "Crime de Saco e Vanzetti", começou com a prisão deles num metrô em Boston.

Com isso, além da visível dificuldade do cidadão pagar as prestações, surge o formidável ENGARRAFAMENTO no Rio e em São Paulo. Lá tentaram tudo, aqui nem tentaram nada. Dados oficiais dizem que em SP 800 carros são licenciados por dia, o que é uma coisa assombrosa. E que nos leva a crer que dentro de alguns anos ninguém sairá de casa.

PS - Dizem, "a indústria automobilística é a segunda criadora de empregos". Mas são empregos ameaçados, os milhares de trabalhadores dessa indústria estão sempre perto de serem demitidos.

PS 2 - Os lucros crescem (o Deus do capitalismo é o lucro), mas não há equilíbrio nem participação dos que trabalham e produzem com os que apenas capitalizam e enriquecem. E tornam intransitáveis ruas e avenidas, com bilhões de prejuízos para a coletividade.


Aécio Neves
É o segundo grande negócio que aparece nos últimos 6 meses "incorporado" ao governador. Está agindo.

Lula não tem candidato para 2010. Isso, que ele mesmo deixou entrever ou até afirmou, abre uma série enorme de hipóteses e possibilidades, políticas e eleitorais. E pode até modificar o relacionamento entre a dita oposição e a realidade do Planalto-Alvorada. O fato de tudo agora ser jogado em cima da ministra-chefe da Casa Civil tem que ter uma explicação e tem mesmo. Nessa cúpula precaríssima do PT-PT, quem se destaca por um momento é Dona Dilma.
Mas assim mesmo, Dona Dilma está longe de "ter luz própria e irradiar calor". No Planalto-Alvorada, todos sabem que dependem, para a sobrevivência diária, do oxigênio fornecido pelo presidente.

Se precisam para o dia-a-dia, imaginem para uma trajetória ainda mais longa, que só terminará dentro de 28 meses, ou seja, em 2010. O trabalho no Planalto-Alvorada é inquietante.
Lula já demitiu ministros pelo telefone, "esqueceu" inteiramente durante os últimos 6 anos senadores eleitos com grande votação, como Paulo Paim e Mercadante. Como ter confiança?

E não se pode deixar de falar nos poderosos que mandavam mais do que Lula no primeiro mandato (Dirceu, Palocci, Gushiken e outros) e foram trucidados política e eleitoralmente.
Para terminar por hoje, por hoje: Lula diz que Dona Dilma não é candidata à sua sucessão. Pode dizer o que quiser, vai acabar como FHC, que pediu que "esquecessem tudo que falei ou escrevi".

No caso de Lula não é por falta de credibilidade ou excesso dessa mesma credibilidade. O que acontece é que tudo que for dito nestes 28 meses que faltam até a eleição de 2010 cai no vazio. Pode ser dito pela oposição ou pelo Planalto-Alvorada, como confirmar ou desmentir?
Na Primeira República (também chamada de "República Velha", como se as outras tivessem qualquer coisa de novo), os presidentes tomavam posse sabendo a quem passariam o mandato. Prudente, Campos Salles, Rodrigues Alves, sem qualquer problema ou dificuldade.

Isso só foi interrompido porque o primeiro presidente mineiro, Afonso Pena, eleito em 1906 por exigência de Minas, morreu no Poder, veio o vice Nilo Peçanha, modificou tudo.
Ninguém está seguro com o que vai acontecer. Ao contrário, no Planalto-Alvorada, todos estão inseguros. E na chamada cúpula da oposição, também ninguém sabe de nada. Têm até dois candidatos, que não é um fato positivo e sim negativo.

Quanto ao já famoso e esvoaçante terceiro mandato, pode acontecer tudo e não acontecer nada. Para a oposição, é uma forma de se manter nas manchetes. Para Lula, é um desafio.
Que ele pode cumprir em 2014 com a mesma satisfação.

Para a mídia (rádios, jornais, a boateira televisão e a insuperável internet) é um assunto, por que abandoná-lo?
O estranho e mais escondido negócio jornalístico dos últimos 50 anos parece concretizado, depois de 2 meses de conversas as mais prolongadas. Um negócio desses não se faz rapidamente.

Mas a surpresa, que poucos sabem ou explicam: não é só um negócio entre COMPRADOR e VENDEDOR, como habitualmente. Falam que Aecio é um dos "interlocutores", precisa penetrar em SP.
É impressionante a altura atingida pela corrupção no País. Agora, pela segunda vez, o prefeito de Juiz de Fora é preso pela prática de várias, algumas, muitas irregularidades. Itamar está desolado. Foi prefeito corretíssimo.

O Brasil fez questão de vencer a Espanha e jogar com a Bielorússia e não Cuba. A Espanha ganhou fácil de Cuba, o Brasil perdeu.
Estivemos 13 pontos atrás, botamos 5 na frente, não mantivemos. Fomos para a prorrogação inteiramente desconcentrados. Mas ainda temos chance.

A Amazônia continua preocupando o governo. Mais pela pressão e a omissão (contra) do que a votação (a favor) no Supremo.
Não querem que a questão seja julgada no mais alto Tribunal do País, aí o resultado para um lado ou outro, irreversível.

Revelei aqui há mais de 1 mês, no dia 4 de junho. Depois de um estudo exaustivo, o ministro Ayres Brito terminou seu voto como relator da questão da Amazônia. No dia seguinte entregou ao presidente Gilmar Mendes, pedindo pauta para votação.
Ficou praticamente combinado que DEVERIA ser votado no plenário na quarta-feira, 21 de maio. (Quinta-feira também há sessão plenária, mas 22 era feriado nacional, Corpus Christis). A partir daí, começou a pressão, o processo desapareceu.

Agora, 11 de junho, ninguém mais fala na importante votação. O presidente Lula trocou um ministro (Dona Marina) por dois (Mangabeira Unger e Carlos Minc), mas no Supremo é perigoso falar em Amazônia. Quem fala, diz: "Votação? Pode ser em 2009".
Está caminhando com inesperada velocidade o acordo das esquerdas com Jandira Feghali. Se sair no primeiro turno, se deve aos governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Nunca se viu indecisão igual.
XXX

Faltando 3 jogos para a final em 7 partidas, o Boston Celtics já festeja o título da NBA. Ganhou os 2 primeiros em casa, perdeu 1 em Los Angeles. Ontem, no segundo, o Los Angeles, em casa, arrasou o primeiro quarto com 21 pontos de vantagem. No segundo, o Boston recuperou apenas 4 pontos. Mas no terceiro e quarto destruiu o Los Angeles e ganhou o jogo, surpresa geral.

XXX

Agora, das 3 partidas, o Boston precisa vencer apenas uma, sendo que as duas últimas em casa.

XXX

Amanhã o Brasil jogo com o Paraguai, em Assunção. Jogo difícil, sempre foi. Um repórter do Globonews perguntou ao Dunga: "Quantos pontos você espera conseguir no jogo com o Paraguai e depois com a Argentina?".

E o Dunga, sério mas gozando o repórter que fez a pergunta tola: "Eu sempre entro em campo para vencer, é lógico que tentaremos conseguir 6 pontos". O repórter, envergonhado, não disse mais nada.