domingo, 29 de julho de 2012

Coluna Panorama Político de Hoje (28-07-2012 - SÁBADO) do jornal O Globo (Blog de Ilimar Franco), no Painel do Paim


Operação Cachoeira
          Ao desbaratar a organização do contraventor Carlos Cachoeira, a Polícia Federal confiscou 36 fazendas, 58 apartamentos, 13 casas, 18 imóveis comerciais, 74 terrenos, 51 carros, 32 motos, quatro caminhões, 21 empresas e 3.415 cabeças de gado. Estes bens estão avaliados em R$ 167,3 milhões. A PF também confiscou na casa de Cachoeira R$ 195 mil em espécie, 15 mil euros e mil dólares. Os delegados da Operação Monte Carlo estão agora atrás do dinheiro que a organização tem em paraísos fiscais no exterior.

Aposta no mercado futuro
Análise de mercado feita pela Polícia Federal na Fazenda Gama, de Carlos Cachoeira, mostra que a área de 4 mil hectares comprada por R$ 17,5 milhões, passaria a valer mais de R$ 4 bilhões, se regularizada para fins de loteamento urbano. O local da fazenda é de propriedade da Aeronáutica, mas acabou sendo negociada com o contraventor. Por isso, a organização de Cachoeira se aproximava do governador Agnelo Queiroz (PT). O objetivo do grupo era garantir que a Terracap, estatal do governo de Brasília responsável pela administração dos imóveis públicos, agisse em seu favor.

"Há possibilidades de terem indícios de ilícitos penais envolvendo pessoa com prerrogativa de foro e por esse motivo os apresentamos para apreciação e providências que julgar cabíveis" — Matheus Rodrigues, delegado da PF, ao enviar relatório para o TRT-GO
COMPADRES. A Polícia Federal enviou um relatório ao presidente do TRT de Goiás, desembargador Mário Sérgio Bottazzo, sobre a relação do desembargador Júlio César de Brito (à esquerda) com um integrante da quadrilha de Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz (no centro). O material contém fotos, manuscritos e degravações de telefonemas. E relatam viagens de ambos, com Marco Antônio de Almeida Ramos (à direita), irmão de Carlos Cachoeira, para Buenos Aires e Miami. As provas mostram que Gleyb providenciou o pagamento da viagem à Flórida.
Vista para o mar
Entre os imóveis do contraventor Carlos Cachoeira apreendidos pela Polícia Federal, está um apartamento na Avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca. Trata-se do apartamento 1.402, do prédio situado no número 6.700, e que foi avaliado em R$ 2,1 milhões.
No catálogo
Na lista de números de celulares Vips que constam do iPad do contraventor Carlos Cachoeira, apreendido pela PF, está o do deputado estadual Altineu Côrtes (PR). Ele já disputou a prefeitura de São Gonçalo e nestas eleições é candidato a prefeito de Itaboraí.

A bancada do contraventor
A agenda telefônica do Ipad do contraventor Carlos Cachoeira, apreendida pela PF, sugere que ele tinha contato especial com o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), apesar de pouco ter sido flagrado nos grampos. Estão registrados quatro números de celulares do governador. E também, dois telefones de Toninho Perillo, irmão de Perillo. A agenda mostra ainda contato com os deputados Sandro Mabel (PR), Leonardo Vilela e Thiago Peixoto (PMDB), além dos já revelados: Jovair Arantes (PTB), Carlos Leréia (PSDB), Sandes Jr (PP) e Stephan Nercessian (PPS).
‘Miss Simpatia’
Ao deixar o Centro de Imprensa em Londres, na quinta-feira, 50 soldados ingleses viram a presidente Dilma e a aplaudiram. Dilma, que cumprimentava brasileiros, mandou beijinhos com a mão e deu adeuzinho para os militares.
Assustador
O presidente da Telecom Itália (TIM), Franco Bernabè, chamou a atenção em sua estada em Brasília para negociar a punição imposta à sua empresa pela Anatel. Sua comitiva incluiu cinco carros blindados e seguranças fortemente armados.
CAFÉ SIGILOSO. A presidente Dilma tomou um café da manhã ontem com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Conversaram sobre desdobramentos da crise européia no Brasil.
INUSITADO. Os funcionários do Arquivo Nacional em greve incluíram na pauta de reivindicações a demissão do diretor-geral Jaime Antunes da Silva. Alegam que ele está há 20 anos no cargo e querem eleição direta ara o cargo.
DUCHA FRIA. As conversas gravadas apreendidas na caso do contraventor Carlos Cachoeira decepcionaram a PF. Eles eram da ápoca do escândalo Valdomiro Diniz, em 2005, no primeiro mandato do ex-presidente Lula.

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