domingo, 30 de junho de 2013


Lula e o médiumO ex-presidente Lula tem recorrido a recursos não convencionais para cuidar de sua saúde. Ele tem feito consultas com o médium João de Deus, que recebe doentes do mundo inteiro, na cidade de Abadiânia (GO). Com o aval de seus médicos, Lula já esteve, pelo menos, duas vezes com João de Deus. Para ministrar “tratamento espiritual” em Lula, o médium fez viagens até São Paulo.

Operação discreta
Independente da evolução e do diagnóstico atual do câncer do ex-presidente Lula, segundo um amigo, ele tem recorrido ao médium. Um secretário estadual confidenciou o fato a amigos. Um profissional liberal, que conhece os fatos, conta que João de Deus, conhecido no exterior por seus “tratamentos espirituais" e "cirurgias mediúnicas", atendeu também o vice José Alencar. O petista acrescenta que outros políticos recorreram recentemente ao médium. O profissional cita, ainda, o caso da recuperação do familiar de um importante integrante do gabinete da presidente Dilma. João de Deus tem na sua lista de pacientes o ex-presidente Bill Clinton.

“Não tem mais jeito. Não dá para fazer um país com 30 partidos. Não dá para ter 18 partidos na base de um governo. Tem que ser feita a reforma política”

Michel Temer
Vice-presidente da República e presidente do PMDB

Mercurial
A presidente Dilma tem um apelido entre seus ministros. Eles a chamam de "Rainha de Copas". A explicação: nenhum deles gosta de dar notícia ruim para a presidente. Sua primeira reação sempre é a de cortar a cabeça do mensageiro.




Nos quartéis
O comandante do Exército, general Enzo Peri, encerrou reunião com os deputados Chico Alencar (PSOL), Alessandro Molon (PT) e Luiz Sérgio (PT), fazendo uma brincadeira: "Avisem ao pessoal no Congresso que o ambiente aqui é de tensão e muito nervosismo com as manifestações em curso". Eles olharam para os lados. Os sentinelas dormiam.

Zagueirão
A paralisação das centrais sindicais, dia 11, está sendo vista com reservas no governo Dilma. Temem que seus líderes percam o controle e o protesto se volte contra o Palácio do Planalto. Relutante, a CUT vai tentar segurar as pontas.

Chama a cartomante
O PR fez reunião "urgente" quando ocorria a votação da PEC 37. O deputado Jorginho Mello (SC) levou uma numeróloga, que sugeriu mudar nome, cores e número do partido. Assegurou que os atuais “não dão perspectiva de poder”. A proposta: “cores verde claro, azul e branco; PRD (Partido Republicano Democrático); e, número 33. A maioria votou não e correu para o plenário.

Oxigênio aos prefeitos
O governo desistiu de cobrar dos municípios este ano R$ 51, 3 bilhões relacionados ao superávit primário. Mais de 90% delas estão inadimplentes e os prefeitos estavam anunciando ao secretário do Tesouro, Arno Augustin, que dariam calote.

Frio na barriga
Réus do mensalão ficaram alarmados com o pedido de prisão pelo STF de Natan Donadon (PMDB-RO). Eles se viram na mesma situação do deputado que teve que fazer malabarismo para não ser fotografado sendo preso pela PF.

Numa conversa, na presidência da Câmara, sobre a prisão de Natan Donadon, um deputado sugeriu que ele fosse asilado no plenário da Casa.

sábado, 29 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (29/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

 

Cabo de guerra
O governo Dilma e a Câmara vão medir forças. O Planalto vai enviar sua proposta de plebiscito e vai insistir nela. Já os deputados terão de decidir entre viabilizar ou engavetar a consulta popular. No governo, é sabido que a maioria dos líderes é contra, a despeito do apoio público. A avaliação da presidente, é que o importante foi retomar a ofensiva política e o diálogo com a sociedade.

A resistência
Não é à toa que a resistência maior ao plebiscito é na Câmara. Os deputados serão os mais atingidos pelas mudanças. Eles trabalharam nos últimos 30 meses para serem reeleitos por este sistema. A adoção do voto majoritário (distrital ou distritão), que elimina o voto de legenda e a redistribuição das sobras, deixaria sem mandato 12,2% da Câmara, 63 dos atuais deputados. Perderiam seus mandatos 12 do PT, sete do DEM, seis do PSDB, cinco do PMDB e quatro do PSB, entre outros. Os petistas teriam muito mais a perder. Os analistas são unânimes: o financiamento público e a lista fechada, pilares de sua proposta, dificilmente seriam aprovadas pelo voto da população.


“Plebiscito é coisa de lunáticos ou de gente muito mal-intencionada e que não está nem aí para os reais problemas do país. É farsa ou golpe”

Instituto Teotônio Vilela (PSDB)
Sobre a população decidir pelo voto a reforma política

A expectativa
Na reunião ministerial, de segunda-feira, a presidente Dilma deve anunciar corte de gastos de custeio de seu governo. Os ministros dizem que as medidas são guardadas a sete chaves. O objetivo é surpreender para causar impacto.



Surfando na onda
Em resposta às ruas, o presidente do Senado, Renan Calheiros, pretende votar, na terça-feira, a criminalização da homofobia, a ficha limpa para os servidores públicos, e a criação do Sistema de Combate à Tortura. Decidiu, ainda, na esteira do plebiscito, onde o povo vai decidir, engavetar o projeto que restringe a criação de partidos.

Dois pra lá, dois pra cá
Sobre as manifestações que tomaram conta do país, a presidente Dilma fez um paralelo com as na Europa, sobretudo Espanha e França. Avaliou que lá, a população luta por ter perdido direitos e, aqui, porque os brasileiros querem ampliá-los.

Cadê o povão?
Na reunião com os líderes, quinta-feira, a presidente Dilma reclamou do público da Copa das Confederações. Segundo ela: elitizado. "Não vi nos estádios um só negro, nem em Salvador", comentou. Dilma disse, aos deputados, esperar que o público da Copa do Mundo seja mais equilibrado e que o ingresso social consiga fazer os mais pobres terem acesso aos jogos.

O mundo de olho no Brasil
A Internacional Democrata de Centro, que reúne os partidos de centro-direita do mundo, pediu informações detalhadas dos recentes protestos, que tomaram as ruas do país, para um de seus vice-presidentes, o vereador Cesar Maia (DEM).

Receita para mobilidade urbana
O Sindifisco fez as contas e concluiu que a cobrança de IPVA de jatinhos, helicópteros e lanchas geraria receita anual de R$ 2,6 bilhões para investir em transporte público. Há uma PEC tramitando na Câmara instituindo a cobrança.

A favor do referendo, o líder do PP, Arthur Lira, pede para registrar que não estava no encontro da rebelião, na casa do presidente da Câmara.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (28/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


A rebelião
         Esnobados sistematicamente pelo Planalto, os líderes aliados na Câmara estão vendendo caro o apoio ao plebiscito. Durante mais de quatro horas, ontem, a presidente Dilma teve que ouvi-los. Sob a batuta do 'execrado' líder do PMDB, Eduardo Cunha, fizeram beicinho os líderes Arthur Lira (PP), André Moura (PSC), Jovair Arantes (PTB), José Guimarães (PT) e outros petistas influentes na bancada.

Emergência na madrugada
A armação contra o plebiscito teve início na noite de anteontem, na residência do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB). Lá os líderes Eduardo Cunha, Arthur Lira e Ronaldo Caiado (DEM), vociferavam: “O plebiscito é contra o Congresso”. A indignação foi levado até ao vice, Michel Temer, que telefonou para o ministro Aloizio Mercadante, sensível ao drama. O petista, aturdido, acionou, na madrugada, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o líder Eunício Oliveira (PMDB) e José Sarney. Estes foram bater às portas do Jaburu para evitar o recuo, do também magoado, Temer e mantê-lo alinhado.

Nós não devemos subestimar a capacidade dos eleitores e do povo e nem da nossa tecnologia eleitoral

Eduardo Braga
Líder do governo no Senado (PMDB-AM), sobre a complexidade do plebiscito sobre reforma política

Garganhadas no Planalto
Após defesa do financiamento público por Rui Falcão, Benito Gama contou em voz alta, história sobre palestra cochichada por Eduardo Campos. Nela, um jovem disse: “Vem cá, vocês agora não estão querendo nem pagar suas campanhas?”.


Os pais da ideia

A proposta de promover uma Constituinte Exclusiva e um plebiscito para fazer a reforma política foi adotada pela presidente Dilma, no domingo num encontro com os ministros Aloizio Mercadante (foto) e Paulo Bernardo. Relutante, a presidente adotou a tese da Constituinte, que abandonou diante da rejeição do Congresso.

A voz das ruas
O senador Sérgio Petecão contou que no Acre a Assembleia mudou o horário oficial. Ouvido, em referendo, o povo disse não. O retorno ao horário não foi regulamentado ainda. Vigora o derrotado. “O gigante acordou e está possesso”, finalizou.

O referendo
A maioria dos presidentes de partido detonou o referendo. A presidente Dilma lembrou que as ruas queriam respostas “o mais breve possível”. O governador Eduardo Campos reforçou: “O plebiscito é a saída mais rápida”. Gilberto Kassab, presidente do PSD, completou: “O que o Congresso decidir vai ser derrotado. O eleitor vai dizer não! Não! Não! Vai ser uma desmoralização”.

Barraco trabalhista
O presidente do PDT, Carlos Lupi, está irritado com o que chama de “hipocrisia” do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Afirma: “O partido o representava quando lhe deu legenda para concorrer à Presidência, agora não serve mais?”.

A explicação
O deputado Marcus Pestana (MG) justifica o PSDB por não ter votado nos 100% dos royalties para a educação, como prega seu Manifesto. Diz: “Mudou a base de cálculo. O Senado vai cortar? Dilma vai vetar? Esta foi a lógica da oposição”.

Projeções de ministro do TSE indicam qubilhão.e realizar o plebiscito deve custar R$ 2 bilhões. O referendo do desarmamento custou cerca de R$ 1,3 bilhão.

quinta-feira, 27 de junho de 2013


Plebiscito
          A presidente Dilma deve enviar ao Congresso sua proposta de plebiscito sobre reforma política na terça-feira. Dilma gostaria de aprovar o financiamento público e o voto em lista ou algum formato de voto distrital. O plebiscito terá de ser aprovado no Congresso. Os parlamentares vão decidir se o povo só é bom para protestar na rua ou se também tem capacidade para escolher a lei eleitoral.

Os inimigos da reforma política
Os que são contrários às mudanças se movem em duas direções. O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), diz que uma delas é “retirar o protagonismo do povo” e entregar a formulação da proposta ao Congresso e depois submetê-lo a referendo. Ele explica: “o Congresso há mais de dez anos não tem maioria para aprovar um projeto”. E acrescenta: “Se a população não votar sim será um esforço jogado fora”. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), alerta ainda que quem não quer ver a reforma aprovada vai propor a ampliação dos itens da consulta. “Quanto mais questões tentarem incluir no plebiscito, mais difícil será aprovar sua realização aqui dentro”, adverte Miro.

Acho que morri e estou no céu. A Câmara rejeitou a PEC 37. O Senado estava cheio, no dia do jogo da Seleção, para tornar corrupção crime hediondo

Randolfe Rodrigues
Senador (PSOL-AP)

O que dá para rir, dá para chorar
A governo perdeu. O PT foi contra. A Câmara aprovou que os royalties do petróleo vão para a Educação (75%) e a Saúde (25%). PSDB e DEM votaram com o aprovado. Mas a oposição perdeu. Seu manifesto pregava 100% para a Educação.



O Solidariedade

O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) conseguiu validar as 500 mil assinaturas necessárias para criar o Solidariedade. Na segunda-feira, foi entregue a documentação ao TSE, que ontem publicou o registro provisório. Constituído no AC, AP, RR, RO, GO, TO, AL, SE e PI, em sete meses e meio foram colhidas 900 mil assinaturas.

Pedido para Gilberto e Gleisi
Os senadores Pedro Simon, Cristovam Buarque, Ana Amélia, Pedro Taques e Randolfe Rodrigues querem se reunir em separado com a presidente Dilma. Alegam que não se sentem representados pelos partidos do governo ou da oposição.

Para a plateia
É inócua a rejeição dos R$ 43 milhões para a Telebras garantir a infraestrutura à transmissão da Copa. A decisão foi simbólica diz a oposição. O dinheiro já foi pago às empresas que executaram o serviço, que está funcionando na Copa das Confederações. Em 2012, quando a autorização foi aprovada no Congresso, a grande polêmica foi sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios.

A patacoada da moda
O chavismo é um fenômeno próprio da Venezuela, que corresponde às circunstâncias de sua história. Pelo que se sabe, no Brasil, nenhum presidente quis dar golpe nem a oposição aqui é golpista ou indiferente às mazelas sociais do país.

O outro lado
O governador André Puccinelli (MS) ligou para dizer que, na reunião no Planalto, não teria usado o termo “veado”, mas repressão a “vândalos”. Relatou que sua polícia fez reuniões com os líderes sociais para garantir a segurança dos protestos.

O Ministério do Planejamento contesta os números do DEM. Informa que, desde 2011, já foram pagos para obras de mobilidade urbana R$ 5,97 bilhões.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (26/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


Saudades de Lula
          O PMDB está chocado. Diferente de Lula, que sempre ouvia seu vice, José Alencar; a presidente Dilma esnobou o seu, Michel Temer. Ontem, Dilma tentou consertar o estrago e se reuniu duas vezes com Temer, uma delas por três horas e meia. Anteontem à noite, ele chegou amargurado ao Jaburu. O governador Jaques Wagner (PT-BA) resume: “Parece que os conselheiros de coxia da presidente não estão ajudando muito!”
A Constituinte morreu na praia
A presidente Dilma se rendeu à maioria do Congresso, que deve aprovar um plebiscito para que o povo faça a reforma política. Líderes aliados e de oposição já costuram uma lista de cinco itens que seriam debatidos na TV e submetidos a voto. Primeiro: o povo vai votar num candidato (no sistema distrital ou proporcional) ou num partido (lista)? Segundo: o financiamento será público, privado ou misto? Terceiro: haverá coincidência de mandatos ou não? Quarto: as coligações serão proibidas ou não? Quinto: haverá cláusula de desempenho ou não? Após decisão soberana das urnas, caberia ao Congresso transformar a vontade da sociedade numa nova lei eleitoral.

Foi todo mundo para lá (Planalto) doido para levar uma chave de galão. A presidente foi na veia, não ignorou o clamor das ruas e organizou a pauta

Eduardo Paes
Prefeito do Rio de Janeiro

Apagando o incêndio
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) passou o dia de ontem atendendo a telefonemas de deputados e senadores furiosos com a ideia de Constituinte e a falta de habilidade do Planalto ao apresentar um prato feito para o Congresso.


Acuados
A oposição não gostou da participação dos seus na reunião com a presidente Dilma. Dizem que o governador Geraldo Alckmin (SP) “amarelou”. Cobrado, o governador Beto Richa (PR), na foto, desculpou-se dizendo que quem o antecedeu (Alckmin) interveio “puxando o saco” da presidente. Também não gostaram das loas ao "Pacto" na saída.
A Historia se repete?
Comentário de um político anteontem à noite no Jaburu: a presidente Dilma caminha a passos largos para se somar aos três presidentes que desprezaram o Congresso. Foram citados: Getúlio Vargas, Jânio Quadros e Fernando Collor.

Muro das lamentações
Algumas frases dos petistas reunidos ontem: “o PT envelheceu”, “está perdendo as redes sociais”, “entregou para a direita as bandeiras dos Índios e do Código Florestal”. E o pior, não existe mais o espírito do "mexeu com Lula, mexeu comigo".

Corta! Corta!
O prefeito José Fortunati (Porto Alegre) reclamava que não podia continuar a obra do metrô porque manifestantes impediam a derrubada de árvores na Avenida Beira-Rio. Ao que a presidente Dilma atalhou: “A Beira-Rio foi inaugurada quando Alceu Collares era prefeito (1988) e eu e todos os secretários plantamos essas árvores. Eu deixo derrubar a minha para fazer o metrô!”
Metralhadora giratória
Causaram constrangimento anteontem no Planalto, as pérolas do governador André Puccinelli (PMDB-MS). Numa delas, sobre a ação da sua polícia nos protestos proclamou: “Comigo, veado e esculhambador, eu baixo o cacete".

O DEM calculou: a dotação do governo Dilma para mobilidade urbana, desde 2011, foi de R$ 4,9 bi, dos quais apenas R$ 498 milhões foram liberados.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (25/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

Iniciativa política
          Todos os políticos foram surpreendidos com os protestos. Mas governadores e prefeitos abdicaram de apresentar propostas globais. Sequer defenderam a redistribuição da receita tributária, que desde a Constituinte se concentra nas mãos da União. Os estrategistas do governo festejaram ontem. Dilma apresentou uma proposta global e reuniu os 27 governadores e os 26 prefeitos de capitais debaixo de sua saia.

O circo armado e os figurantes
Quando os governadores e prefeitos entraram ontem, para a reunião com a presidente Dilma, já estava tudo montado. O pronunciamento, ao vivo pela TV; os “Cinco Pactos”; e as pontinhas dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Aloizio Mercadante (Educação). Os Pactos não foram discutidos previamente, com os coadjuvantes, e vendidos como intérpretes da vontade nacional. O que prefeitos de capitais e governadores pensam sobre as propostas, ninguém soube no horário nobre da televisão. Suas ideias ficaram reservadas para a parte reservada do encontro. Pode não resolver, mas, neste round, o governo fez uma boa operação de marketing e comunicação.

Criada para fazer uma nova ordem política, o que impede a Constituinte de propor uma nova ordem econômica ou social. Isso gera insegurança jurídica

Francisco Dornelles
Senador (PP-RJ)

Com o pé na porta
Desde que começaram as manifestações, não param de chegar pedidos de movimentos sociais para reuniões com a presidente Dilma. A média passou de um para dez por dia. Agora, o Planalto trata os pedidos na melhor boa vontade.


A Constituinte
A proposta de uma Constituinte restrita não é nova. Ela foi apresentada em 1997, pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), limitada à reforma política, ao sistema tributário e ao pacto federativo. O ex-presidente FH deu entrevista de apoio na TV e depois calou-se. Sua base (PFL) era contra e o Senado, também. Temia ser extinto pela Câmara.

Tirando a reforma da geladeira
A presidente Dilma não consultou nem comunicou nenhum deputado ou senador sobre o plebiscito para convocar uma Constituinte para promover a reforma política. Tomou a decisão com o núcleo duro do governo no fim de semana.

O troco do Congresso
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está disposto a colocar em votação projeto que destina 10% do PIB para a Educação, que estava parada nas comissões do Congresso, por que o governo Dilma é contra. O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), está sendo aconselhado a derrubar ou engavetar a PEC 37, que tira poderes do Ministério Público.

‘Avant premier’
Um grupo de apenas seis governadores, entre os quais Eduardo Campos (PSB-PE), Jaques Wagner (PT-BA) e Tarso Genro (PT-RS), foi recebido no gabinete da presidente Dilma cerca de 20 minutos antes do anúncio dos “Cinco Pactos”.

Pelo menos um TCE agiu
O Tribunal de Contas-RS, em janeiro, baixou liminar para que o cálculo da tarifa do transporte coletivo em Porto Alegre fosse refeito. A Justiça acatou os estudos do Tribunal e revogou aumento da tarifa para R$ 3,05, que voltou a R$ 2,85.

O governo Dilma é contra a redução da contribuição previdenciária das domésticas de 12% para 8%, como quer o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

domingo, 23 de junho de 2013


A coluna Panorama Político (23/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


A lição das ruas
        Dirigentes partidários e cientistas políticos estão prevendo uma grande renovação nas eleições de 2014. O sentimento que embalou os protestos afetará a todos. Mas os partidos sem identidade definida, marca reconhecida e militância sofrerão mais. A despeito da perplexidade geral, ficou claro que a rejeição aos governos, ao Legislativo e aos partidos é maior, e mais relevante, do que se imaginava.

Nasce um novo Brasil
A maioria dos políticos está empenhada, nestas horas, em enquadrar os fatos às suas vontades. Mas os analistas políticos estão procurando ir além do superficial perde-ganha. O cientista político Jairo Nicolau chama a atenção para um fato novo: “pela primeira vez, nos últimos 20 anos, a população sai às ruas sem o predomínio do PT”. Sua leitura é que os protestos refletem a existência de “uma nova classe média, novas formas de comunicação, e um novo Brasil que olha políticos e partidos e não se vê neles”. Pelo fato do movimento ser heterogêneo e se voltar contra o establishment, ele ainda não vê uma força política capitalizando tal descontentamento.

“No mundo político não tem ganhador. Mas se tiver, é quem está mais fora do contexto. E a única pessoa nesta posição se chama Marina Silva”

Saulo Queiroz
Secretário-geral do PSD

Ctrl C, Ctrl V
Um ministro do STF está sendo processado por uma das maiores editoras de livros jurídicos do país. O digníssimo teria plagiado um texto relacionado ao processo civil. A ação corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.



Ação orquestrada?
O partido de Marina Silva, a Rede, está sofrendo com o rigor dos cartórios eleitorais na checagem das fichas de filiação. Centenas estão sendo rejeitadas porque no nome do partido está escrito apenas “Rede”. Os funcionários argumentam que deveria ser usado o nome completo do partido: “Rede Sustentabilidade”. Com essa Marina não contava.

Sem solução
A Polícia Federal prorrogou por mais 30 dias, até 18 de julho, a investigação sobre a boataria de que o Bolsa-Família seria extinto. Não está nada fácil conseguir solucionar o caso. Muitos envolvidos em várias cidades do país.

Cartão amarelo
A desordem e a falta de segurança provocadas pelos protestos dos últimos dias deixaram a Fifa apreensiva. Seu secretário-geral, Jérôme Valcke, reclamou para o governo da falta de competência das forças policiais. Relatou que as empresas patrocinadoras estão chocadas, pois se há dificuldades de segurança para a Copa das Confederações, o que dirá na Copa do Mundo.

Destrinchando o protesto
No Rio, 67% das pessoas que andam de ônibus usam vale-transporte, 10% têm gratuidade, e só 23% pagam o preço cheio da passagem. O custo do VT para o empregado é de 6% do valor de seu salário. O que passar disso é pago pelo patrão.

Correndo atrás do prejuízo
Depois de ser pego de surpresa com a votação da bolsa-estupro na Comissão de Finanças da Câmara, o governo Dilma agora trabalha para impedir que vá para a Comissão de Direitos Humanos e que seja aprovada no plenário.

Fim da PEC 37. O governo quer que o Congresso enterre a "PEC 37" e que o debate entre Ministério Público e polícia recomece do zero.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (21/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


Acerto de contas
          A oposição não está só. Também há petistas associando a queda da popularidade da presidente Dilma com os protestos. Estes petistas, em sua maioria paulistas e do entorno do ex-presidente Lula, fomentam o movimento “Volta Lula” a cada dificuldade. O argumento de agora é que Dilma foi vendida como “a porta de entrada do PT na classe média”, segmento que tomou as ruas.

Regabofe
No jogo Brasil x Japão, no Mané Garricha, um garçom encosta na presidente Dilma. Ela olha a bandeja e pergunta: "O que é isso?" "Caviar", responde o garçom. "Eu sei! Mas em jogo de futebol que eu saiba, se come pipoca, churrasquinho de gato e cerveja, para quem bebe", respondeu, irritada. Ao olhar para os lados, cascatas de camarões, champanhe, uísque. Silêncio constrangedor. Em seguida, os garçons voltaram com pipoca nas bandejas.

A conta será paga nos três níveis. E pelos três poderes. Os consensos: a plataforma que o viabilizou foi a internet; o denominador comum é o sentimento anti Sistema (tudo aí incluído...)

Antonio Lavareda
Cientista político, consultor do governo FHC

De olho nas ruas
O vídeo da presidente Dilma (“Meu governo está ouvindo estas vozes pela mudança”) bateu todos os recordes, com 551 mil visualizações, no Youtube. O anterior, 198 mil, era do ex-presidente Lula defendendo Julian Assange (Wikileaks).



Estado de espírito
A despeito de o PP ser adversário do PT em vários estados, o ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) diz que seu partido vai defender a manutenção da aliança federal e o apoio à reeleição da presidente Dilma. Ele explica que “a questão regional são posições administráveis”. O partido aposta na vitória da senadora Ana Amélia (RS).

Barrados no baile
Os protestos não adiaram apenas o lançamento do Plano Safra do Semiárido, hoje, em Salvador. A presidente pretendia aproveitar que estaria na Bahia para se encontrar e posar para fotos ao lado do técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari.

Articulação em favor de Dallari
As duas baixas na Comissão da Verdade, Gilson Dipp e Cláudio Fontelles, preocupam o governo. A presidente Dilma havia delegado à comissão escolher um nome de consenso para a vaga de Dipp. Ela deve tomar a frente do processo e escolher um nome que não tenha nenhuma resistência. Nos ministérios petistas, há muita simpatia pela escolha do jurista Dalmo Dallari.

Mais votado x mais alinhado
Cresce entre os petistas no governo a simpatia pela indicação de Deborah Duprat para o lugar de Roberto Gurgel na PGR. Sua posição favorável a lei que inibe a criação de novos partidos agradou. O primeiro da fila é Rodrigo Janot.

Rodada de reconhecimento
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) recebe semana que vem os três indicados para a PGR: Rodrigo Janot, Deborah Duprat e Ella Wiecko. A presidente Dilma tem até 15 de agosto para escolher o substituto de Roberto Gurgel.

Avaliação no governo Dilma: O protesto é contra o “status quo”. É contra tudo e todos. Vai respingar no governo federal. Mas todo mundo vai pagar.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (20/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)





A luta continua
          O movimento social organizado pretende se incorporar aos protestos no país. Militantes do MST, da CUT, da UNE, da UBES, da UJS, do PT e do PCdoB, com suas bandeiras, prometem engrossar as manifestações. A repercussão desta intervenção será conhecida hoje, na Avenida Paulista, em São Paulo, quando os militantes organizados marcharem ao lado da massa inorgânica liderada pelo Movimento do Passe Livre.

Protestos e indefinição eleitoral
As manifestações que sacudiram o país nos últimos dias, avalia o cientista político Ricardo Guedes, tornaram indefinidas as eleições presidenciais de 2014. Ele acredita que o pano de fundo do inconformismo é a inflação. E acrescenta que seu índice não é elevado, mas é significativo, considerando o baixo crescimento do PIB. Guedes acredita que a popularidade da presidente Dilma vai continuar caindo nos próximos meses e que é normal a oposição capitalizar a insatisfação. Mas ele faz um alerta: diante do viés antipolítica dos cidadãos que saíram às ruas, o protesto “pode desaguar numa terceira via”, referindo-se a Marina Silva (Rede).

Se continuarmos achando que esses movimentos são contra A ou B, não vamos perceber que a indignação é generalizada e que estamos todos na vala comum

Carlos Sampaio
Líder do PSDB na Câmara (SP)

Um olhar de fora
Um embaixador estrangeiro, experiente em América Latina, advertiu ontem uma liderança da oposição: “Vocês precisam responder (aos protestos), porque se não responderem (com propostas), a Marina Silva (Rede) vai crescer”.

Martelo batido
O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), não concorrerá em 2014 e avisou ao seu partido que não tem como ser contra a candidatura de Aécio Neves (PSDB) a presidente. Mas Lacerda não vai trocar de partido. Os tucanos vivem situação delicada, pois dependem de Eduardo Campos para levar a eleição para o segundo turno.

Cartão postal
O governo está preocupado com a repercussão externa das manifestações no Brasil. Especialmente porque jornais e revistas internacionais tratam os protestos como reação a tudo, destacando a Copa das Confederações.

Brasília: Dilma x Marina
Pesquisa do Instituto O&P, contratada pelo PSB, mostra que a presidente Dilma (PT) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) lideram a corrida eleitoral. Dilma tem 33,8% e Marina 27,9%. Nas eleições de 2010, o placar foi 41,9% dos votos para Marina e 31,7% para Dilma. Nesta pesquisa, Aécio Neves (PSDB) tem 17% e Eduardo Campos (PSB) 4,3%. A margem de erro é de 3,1%.

A Inteligência perdeu o faro
Chama a atenção dos políticos a falha do serviço de inteligência do Palácio do Planalto. Os que já participaram de outros governos, dizem que nunca viram situação igual a esta, em que um presidente da República é pego de surpresa.

No combate à inflação
A presidente Dilma vai definir se o gás de cozinha integra ou não a cesta básica. O Senado, na MP 609, aprovou a isenção do PIS/Cofins do gás. Se não houver veto, a redução do preço final do GLP para o consumidor poderá chegar a 5%.

Até eles. Servidores do Itamaraty que servem no exterior foram vistos, e fotografados, participando dos protestos em Londres e Nova York.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (19/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


As manifestações e a Copa
          Os governos federal e estaduais estão apreensivos diante de protestos nos estádios. Um país vira sede de uma Copa para atrair novos turistas. Seria muito negativo se manifestantes impedirem torcedores, com ingressos na mão, ou as seleções, de chegar aos estádios. Na primeira rodada, já ocorreram ações que tinham este objetivo.

Petistas no pelourinho
O governador Agnelo Queiroz (DF) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, estão sendo muito criticados no governo Dilma. A presidente deu uma dura em Agnelo, na noite de segunda-feira, porque não gostou da Secretaria de Segurança ter divulgado uma lista de funcionários do Planalto que estariam envolvidos nos protestos. O governador reconheceu que houve precipitação de seus subordinados. No caso de Haddad, ele está sendo criticado pelo mesmo motivo que o governador tucano Geraldo Alckmin. Ambos se negaram, quando os protestos começaram a ganhar as ruas, a negociar com os manifestantes.

A mobilização é um repúdio à política marcada pelo fisiologismo e negociatas. É imperativo ampliar os mecanismos de participação direta da população

Chico Alencar
Deputado federal (PSOL-RJ)

Medo das ruas
Os petistas começaram a fazer gestões para adiar a votação da MP 37, que retira poderes do Ministério Público. Ela está prevista para 26 de junho. Os petistas querem abrir uma nova negociação, pois temem a rejeição da MP.



Traduzindo as ruas
O ex-governador José Serra, em conversa com aliados, comparou as atuais manifestações ao movimento Cansei. “Aquele Cansei não pegou, porque ninguém se mobiliza contra imposto. Agora não, o pessoal está dizendo 'enchi o saco'”, comentou. Ele acrescentou que ainda há um componente lúdico: manifestação é gostoso de fazer.

Os radicais dos radicais
Nem militantes do PSOL e do PSTU escaparam das vaias. Cada vez que um de seus militantes levantava uma bandeira de suas organizações gerava gritos de protesto. Os manifestantes que saem às ruas estão à margem da esquerda radical.

Para debaixo do tapete
Os sites dos partidos foram econômicos ao tratar dos protestos que sacudiram o país. Os do PT, do PSDB, do DEM e do PMDB não trataram do tema. Os verborrágicos Instituto Teotônio Vilela (tucano) e Fundação Perseu Abramo (petista) silenciaram. Os protestos foram tratados de forma tímida pelo Instituto da Cidadania (Lula). Só tocaram no assunto o PTB, o PPS e o PCdoB.

O candidato
O secretário nacional da Justiça, Paulo Abrão, está em campanha pela vaga deixada por Cláudio Fontelesd na Comissão da Verdade. Ele esperava ser indicado no lugar de Gilson Dipp, que renunciou por problemas de saúde.

Retrato do momento
O Vox Populi fez pesquisa no Rio a pedido do PT. Garotinho (PR) lidera com 24%, Lindbergh (PT) tem 21,2%, Cesar Maia (DEM) 11,4% e Pezão (PMDB) 8,8%. O governador Sérgio Cabral tem 32,4% de ótimo/bom e a presidente Dilma 51,7%.

O ministro Antonio Patriota criticou ontem, em Oslo, no Fórum de Mediação a estrutura do Conselho de Seguranca da ONU e as potências mundiais.

terça-feira, 18 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (18/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


Surpresa nas ruas
          Os políticos estão perplexos com os protestos que tomaram as ruas. As manifestações não têm um alvo definido nem um objetivo específico. Seu foco inicial foi o aumento da passagem de ônibus, mas tudo indica que ele vai bater na Esplanada, no Congresso e no Planalto. A falta de ligação dos manifestantes, com qualquer partido, sugere que se trata de mobilização contra os Poderes instituídos.
Buscando entender os protestos
O cientista político Paulo Kramer diz que os manifestantes saem às ruas por “diferentes motivos”. Para o cientista político João Francisco Meira há um “somatório de insatisfações”. Ambos concordam que os protestos têm como pano de fundo a situação econômica difícil, com o retorno da inflação. Kramer avalia que a antecipação da corrida eleitoral deu sua contribuição. Meira acrescenta a existência de um elemento novo: a capacidade de mobilização e articulação de pequenos grupos gerada pelas redes sociais e novas formas de comunicação. Ambos destacam que as autoridades precisam enfrentar, com urgência, o drama da mobilidade urbana no país.

Só falta o PT culpar novamente o Cesar Maia pela vaia

Rodrigo Maia
Deputado federal (DEM-RJ), sobre as vaias contra a presidente Dilma na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, referindo-se à vaia que o ex-presidente Lula levou na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos, em julho de 2007, no Rio de Janeiro

A voz da torcida
A vaia na presidente Dilma pode contribuir para mudar as coisas no governo. Alguns ministros torcem por um novo pacto no poder e em maior acesso à presidente. Acreditam que a vaia pode contribuir para que Dilma ouça mais sua equipe.

Espirituoso
A propósito da vaia na presidente Dilma, sábado no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), lembra que em 1954, após ser vaiado no Jockey Clube de São Paulo, o então presidente Getúlio Vargas olhou para o governador Lucas Garcez e lascou: “Lucas, eu não sabia que você era tão impopular”.

Entre dois amores
Dividida entre dois grupos, um formado por Rosa Cardoso e Cláudio Fonteles, e outro por Paulo Sérgio Pinheiro e José Carlos Dias, a Comissão da Verdade patina na indicação do integrante que tem que substituir Gilson Dipp, que renunciou.

A marca de Padilha
O programa “Mais Médicos” vai ser lançado em julho e as associações médicas não serão atendidas. Os primeiros, virão de Portugal e Espanha, e não serão submetidos ao Revalida. Eles receberão um salário de R$ 8 mil. No final do ano, chegarão os cubanos. O governo também vai anunciar o aumento da residência médica nas universidades federais de 2 para 4 anos.

Puxador de votos
O governador Jaques Wagner (PT-BA) quer fazer de seu vice, Otto Alencar (PSD), candidato a governador. Otto tem a vantagem de concorrer no cargo e não poderia disputar a reeleição em 2018. Jaques deve disputar uma cadeira para a Câmara.

Mobilização da militância
O governador Eduardo Campos (PE) vai antecipar, para janeiro, o Congresso Nacional do PSB. Sua expectativa é que as bases apoiem a candidatura própria e que, depois disso, será difícil líderes do partido se colocarem contra.

O Diretório Estadual do PT aprovou, no domingo, resolução reafirmando apoio à candidatura ao governo do senador Lindbergh Farias.

domingo, 16 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (16/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


Padilha na cabeça
          A cúpula do PT e o ex-presidente Lula chegaram à conclusão que, diante da antecipação da campanha eleitoral, será preciso definir até, no máximo agosto, o candidato ao governo de São Paulo. O favorito é o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Pesquisas internas do partido mostram que, apesar da área espinhosa que atua, ele tem uma boa imagem.

Fim do romantismo
Na avaliação do governo Dilma, aquela imagem dos irmãos Villas-Bôas percorrendo o Brasil para identificar os nossos índios e demarcar suas terras, é coisa do passado. O Serviço de Inteligência detectou que, além da Igreja Católica e de organizações ambientais, "garimpeiros e madeireiros ilegais" também sustentam as manifestações favoráveis á causa indígena. Há relatos dos policiais federais que atuaram nas últimas reintegrações, que os índios, quando informados previamente das ações da polícia, se unem aos que atuam ilegalmente para resistir.

“Não há falta de nomes no PT. Nosso foco é definir candidatos sem brigas e sem prévias.”

Rui Falcão
Presidente Nacional do PT

Bonde da Rússia
A Câmara estará vazia esta semana. O presidente Henrique Alves irá à missão oficial na Rússia. Na comitiva, os líderes do governo, Arlindo Chinaglia (PT); do DEM, Ronaldo Caiado; do PMDB, Eduardo Cunha; e do MD, Roberto Freire.



Não é hora
Sobre eventuais divergências com o presidente da Infraero, Gustavo do Valle, o ministro Moreira Franco (Aviação Civil) desconversa. Explica que às vésperas da Copa das Confederações não se pode criar "ambiente de conflito". Diz: "o momento é despropositado para reflexões desta natureza (substituição de Valle)”.

Fundo para Minha Casa, Minha Vida
O PP apresentou projeto que mantém a multa de 10% do FGTS aos empregadores e carimba esse dinheiro, com a criação do Fundo Nacional de Habitação. Será votado com urgência, passando na frente do PLP 200, que extingue a cobrança.

O Solidariedade quase lá
Ao menos 300 mil assinaturas do Solidariedade já foram validadas pelos cartórios eleitorais. A coordenação do novo partido, que tem como principal organizador o deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), garante ter coletado 700 mil assinaturas e está em condições de ser constituído em oito estados. Falta apenas um para cumprir a regra.

Inversão de pauta
O governo vai retirar a urgência do projeto dos royalties para a educação, que tranca a pauta nesta semana e sequer começou a ser discutido na Câmara. A comissão recém foi criada e será relator o líder do PDT, André Figueiredo.

Palanque para todos os gostos
O PSB paulista quer fazer o vice do governador Geraldo Alckmin, candidato à releição pelo PSDB. O deputado Márcio França (PSB-SP) é o nome. Os socialistas querem dividir o palanque entre Aécio Neves e Eduardo Campos.

Será lançada quarta-feira no Senado campanha contra uso exclusivo do domínio ".amazon", pleiteado pela multinacional Amazon.com.

sábado, 15 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (15/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)

 

Vannuchi na mira
          Há críticas no Planalto a Paulo Vannuchi, recém eleito para a Comissão de Direitos Humanos da OEA. Os seus ataques públicos à chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, no tema indígena, fez pouco sucesso na Esplanada. Mesmo que a postura diante do assunto divida o governo, o seu ataque público à porta-voz de uma das posições foi considerado equivocado.

Índio quer apito ou o pau vai comer
O governo Dilma decidiu que não irá tratar "no padrão amazônico" as duas etnias indígenas do Mato Grosso do Sul. Os guaranis-kaiowas e os terenas são considerados integrados à vida dita civilizada. O governo reconhece seu direito por terras, no limite de 2% do território estadual. Por isso, irá propor o pagamento de terra nua para os índios criarem cooperativas de trabalho e de produção, além de garantir assistência à saúde e escolas para seus filhos. Em outra frente, a União buscará democratizar a distribuição da ajuda federal entre os nativos, para evitar que se perpetue o "caciquismo" dos que são responsáveis pelo controle do dinheiro.

Não adianta esta quebra de sigilo. Sou homem de guerra, de batalha. Não vou desistir de minha candidatura.

Lindbergh Farias
Senador (PT-RJ), sobre a decisão do ministro José Dias Tofolli (STF) de quebrar seu sigilo bancário

Sintonia
O vice-presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula combinaram, em almoço ontem, em São Paulo, que irão se reunir a cada 40 dias para discutir alanques estaduais. Avaliaram que ainda é cedo para bater o martelo nos estados.




Collor na largada
O senador Fernando Collor de Melo (PTB) sai na frente para o governo alagoano, com 24% das intenções de votos, em pesquisa Vox Populi. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), tem 17%; o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), 14%; o senador Benedito Lira (PP), 11%. Destes, nem Renan nem Palmeira serão candidatos.

Serra, a esfinge
Os tucanos não acreditam que o ex-prefeito José Serra saia do PSDB para se lançar a presidente por outra legenda. Avaliam que com suas declarações ele quer se manter em evidência quando o partido vive seu melhor momento.

O vinho da Copa
Em jantar hoje em Brasília com integrantes do governo, organizadores da Copa das Confederações e parlamentares, será degustado pela primeira vez o vinho oficial da Copa do Mundo de 2014, o brasileiro Faces, da vinícola Lídio Carraro. Ele desbancou o chileno Concha e Toro. O champanhe será Moët & Chandon. O Brasil não conseguiu convencer a FIFA.

Sem muito sucesso
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC-SP), tem procurado deputados para apoiarem uma PEC de sua autoria que proíbe textualmente o casamento gay na Constituição.

Sonhar não custa nada
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, alinhado à reeleição de Dilma, quer contrapartida: que o PT não tenha candidato e apoie sua candidatura ao governo paulista. Acredita que os baixos índices dos petistas podem fazer o sonho virar realidade.
Os seguranças da Câmara passaram a seguir fielmente regra de só deixar entrar no plenário pessoas com crachá, a pedido da Mesa Diretora.

quinta-feira, 13 de junho de 2013


Operação eleitoral
          Os governadores dos Estados, produtores de petróleo, estão batendo às portas dos bancos oficiais (BB e CEF) buscando antecipar as receitas de royalties. Eles querem recursos para investir na reta final de suas gestões. As eleições serão no ano que vem. Este tipo de operação já ocorreu no passado. Em 1999, o então governador Anthony Garotinho (RJ), refinanciou R$ 21 bilhões da dívida estadual.

Um palanque para Dilma
A direção nacional do PT ainda não sabe se o governador Eduardo Campos (PSB) será mesmo candidato a presidente, mas está se desdobrando para construir um palanque para a presidente Dilma em Pernambuco. O secretário-geral do partido, deputado Paulo Teixeira (SP), recebeu a tarefa e está conversando com as várias correntes do PT local com o objetivo de reunificá-lo. O partido está rachado desde as eleições em Recife, quando impediu o prefeito João da Costa de tentar a reeleição. Com este objetivo, o presidente petista, Rui Falcão, teve uma demorada conversa, esta semana, com o senador Armando Monteiro (PTB), que é candidatíssimo a governador.

A coisa virou uma guerra. Entre o Sul/Sudeste e o Nordeste. E ninguém tinha exército (257 votos) para ganhar

Henrique Eduardo Alves
Presidente da Câmara (PMDB-RN), sobre o projeto que redistribui o Fundo de Participação dos Estados


Na retaguarda
O ex-presidente Lula defendeu, em Porto Alegre, o número de ministérios existentes nos governos Lula e Dilma. Sobre a pasta das Cidades disse que, antes dele, os prefeitos eram recebidos "por cães pastores que mordiam suas bundas".


O eleitor de luxo
Ele não será candidato no ano que vem, mas o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), lidera todas as pesquisas para o governo da Bahia. Ele tem cerca de 37% das intenções de voto (P&A). Nos cenários sem sem seu nome, os indefinidos pulam para 34% e a candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB) é turbinada em dez pontos percentuais.

Fotografia do momento na Bahia
O vice-presidente da CEF, Geddel Vieira Lima (PMDB), lidera a corrida para o governo da Bahia. Pesquisa do Instituto P&A mostra Geddel com 23,2% e a senadora Lídice da Mata (PSB) com 13,1%. O petista melhor colocado, o senador Walter Pinheiro, tem 9,5%. No pleito presidencial, Dilma tem 54,4%, Marina Silva 17,2%, Aécio Neves 7,7% e Eduardo Campos 2,1%.


A política não socorre quem dorme
O Planalto pediu atenção redobrada aos deputados e senadores da base quanto à convocação de ministros pelas comissões do Congresso. Acha que os aliados cochilaram na convocação do ministro Gilberto Carvalho.


Na alça de mira
O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, está para cair. A estatal deve investir esta ano R$ 1,5 bi. No Planalto, as informações são que ele anda em rota de colisão com o ministro Moreira Franco (Aviação Civil), que não fala do assunto.

Prestação de contas
A Telebras esclarece que concluiu no prazo, 15 de maio, a construção da rede de infraestrutura nos estádios com jogos da Copa das Confederações. E que, no dia 30, realizou, com sucesso, teste de transmissão de vídeo de alta definição (HDTV).


O projeto de reforma política do PT já tem o apoio de 200 mil eleitores. O partido vai apresentá-lo ao Congresso como um projeto de iniciativa popular.

Descaso com a paixão nacional
          A Receita decidiu jogar duro com os clubes de futebol brasileiros. Ela tem se negado a parcelar as dívidas dos clubes, que somam cerca de R$ 4 bilhões. As propostas de renegociação que a Receita apresenta não são sustentáveis pela realidade econômica do nosso futebol. Estão à beira de penhora e sequestro de bens o Fluminense, o Botafogo, o Vasco da Gama e o Palmeiras, entre outros.


A situação financeira dos clubes é caótica. Podemos chegar em 2014 com estádios de primeiro mundo, mas com os clubes fechando as portas

Francisco Dornelles
Senador (PP-RJ) e ex-ministro da Fazenda e ex-secretário da Receita


Os xiitas
Dirigentes esportivos relatam que negociadores do governo ameaçam reter a receita dos clubes na Timemania, loteria da CEF. O Brasil representa 2% do PIB do futebol mundial e com clubes falidos não chegará aos 30% da Inglaterra.

Verdadeiro ou falso?
Sobre a dubiedade da governadora Rosalba Ciarlini (RN) na sucessão presidencial, o presidente do DEM, José Agripino (RN), diz: “Os gestores fazem política de boa vizinhança com o governo federal”. Sobre o apoio à presidente Dilma pelos governadores do PSB, o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), afirma: “A virulência do governo Dilma é grande. É defender o Eduardo Campos e o governador perde as verbas”. Sobre prefeitos do PT defenderem uma aliança com o PMDB na sucessão do Rio, o senador Lindbergh Farias (PT) explica: “Eles precisam do apoio do governo Cabral”. Quem tem razão? Só o tempo dirá. Façam suas apostas!


Carta branca
Para aplacar a ira do PMDB, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) comunicou ontem, a líderes do PMDB e do PT, que ministros novos, como Antonio Andrade (Agricultura) e Moreira Franco (Aviação Civil), ao promover mudanças na montagem de suas equipes, devem fundamentar bem, para o Planalto, mudanças e indicações.

O contra ataque
O Diretório Regional do PT vai se reunir domingo e os que defendem a candidatura própria ao governo querem aprovar censura ao prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, por este defender aliança com o PMDB para apoiar Luiz Fernando Pezão.

O legado da Copa
A presidente Dilma anunciará hoje a entrega de seis caminhões que funcionam como Centro de Comando Móvel, e outros equipamentos de segurança de alta tecnologia, para as seis capitais sedes da Copa das Confederações. No ano que vem as outras seis capitais, que vão receber jogos da Copa do Mundo, também receberão os seus.

Correndo atrás da verba desviada
Até maio, o Ministério do Turismo abriu 1.490 processos de Tomada de Contas, relativos a R$ 305,7 milhões em repasses para convênios. Desse total, 114 processos foram para o TCU, com prejuízo comprovado R$ 23,4 milhões.

Dupla jornada
O candidato do PSB à Presidência, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), compatibilizará a campanha eleitoral de 2014 com a atenção a um recém-nascido. Renata, sua mulher, está grávida do quinto filho, que nascerá no fim do ano.


O pedetista Sérgio Vidigal volta à Secretaria de Políticas Públicas do Ministério do Trabalho. Ele ocupou o cargo na gestão de Carlos Lupi.

quarta-feira, 12 de junho de 2013


Vem aí a Rede
          A formação do Partido Rede, de Marina Silva, só depende agora da boa vontade dos cartórios eleitorais. O partido conclui esta semana, informa o deputado Alfredo Sirkis (RJ), a coleta das cerca de 550 mil assinaturas para requerer ao TSE o registro do partido. Mesmo assim, por causa das assinaturas que podem ser invalidadas, a Rede traçou como objetivo coletar mais 170 mil apoios.


Tensão com a situação da economia
Um governo não pode transmitir pessimismo, mas é grande a tensão na equipe da presidente Dilma com a economia. Uma das dúvidas é se o Banco Central, auxiliado pelas medidas fiscais que estão sendo editadas, vai conseguir segurar o câmbio e evitar uma desvalorização. A única certeza é que não será adotada nenhuma medida que sacrifique o baixo crescimento da economia. Nas circunstâncias atuais, de crise mundial, um incremento de 2% ou 3% é visto como um grande crescimento. Por isso, a ordem é continuar pedalando, pois qualquer ruptura atingirá em cheio as endividadas classes C e D, sustentáculos políticos e eleitorais dos governos Lula e Dilma.



Esse é um movimento organizado contra a produção brasileira. Nós já tivemos o MST; depois, o Código Florestal; e, agora, a questão indígena

Kátia Abreu
Senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação Nacional da Agricultura



Redução de danos
O Planalto não quer mais ser surpreendido com projetos, como o do fim das gorgetas dos garçons, nos plenários e comissões da Câmara e do Senado. Os líderes do governo vão fazer uma varredura para levantar as propostas polêmicas. 

Na pressão
O ministro Paulo Bernardo (Comunicações) jogou duro e a Telebrás entregou, em tempo recorde, as fibras óticas com dupla abordagem que vão viabilizar a transmissão dos jogos da Copa pela TV e os serviços de telefonia. Agora falta, em alguns estádios, o cabeamento para garantir as telecomunicações nos centros de imprensa e nas lojas.


No mesmo patamar
Os analistas do PT registram, no Datafolha, que as perdas da presidente Dilma não se transferiram para os candidatos da oposição. Somados (Aécio, Marina e Eduardo), eles tinham 34% em dezembro, 32% em março e 36% agora.

Compadrio
Os parlamentares temem retaliação do TCU. Mas criticam a omissão do Ministério Público no caso do auxílio refeição dos ministros do Tribunal. Dizem que eles pegaram carona em decisão válida para o Judiciário. Pela Constituição, o TCU integra o Poder Legislativo. No capítulo do Poder Judiciário não há referência ao TCU, nem quando trata das “Funções Essenciais à Justiça”. 


Calendário definido
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, fechou com os mineiros que o candidato ao governo será decidido até dezembro. Em março de 2014, o partido decidirá se o governador Antonio Anastasia concorrerá ou não ao Senado.

A largada no Maranhão
O presidente da Embratur, Flávio Dino, lidera a corrida para o governo. Ele tem de 56% a 62%, nas pesquisas Escutec e IPOP. O ministro Edison Lobão tem 27% e Luiz Fernando, candidato da governadora Roseana Sarney, tem de 15% a 17%.


Temer, Alckmin e Haddad querem trazer a Expo 2020, sobre crescimento sustentável, para São Paulo, e não a Conferência da ONU para o Meio Ambiente.

terça-feira, 11 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (11/6) do jornal O Globo (Ilimar Franco)



 
A fatura do DEM
          A cúpula do DEM decidiu que a prioridade, em 2014, são as eleições estaduais. Somente após fechar as alianças regionais, buscando ampliar sua bancada no Congresso, e que tratará da disputa presidencial. A tendência é apoiar Aécio Neves, mas para entregar seu tempo de TV aos tucanos, uma ala do partido quer um vice do Nordeste. São nomes fortes seu presidente, José Agripino, e Paulo Souto.
Dor de cabeça para os tucanos
O PSDB está prestes a ter uma perda nas eleições presidenciais. A principal liderança do partido no Piauí, o ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes está se transferindo para o PP para concorrer ao governo. O candidato ao Planalto do PSDB, senador Aécio Neves (MG), já foi comunicado da mudança pelo próprio Silvio, que hoje está em São Paulo para conversar com José Serra. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, maior liderança de seu partido no Estado, revela que a festa de filiação será em agosto e que “a presidente Dilma terá dois palanques aqui”. O outro será o do candidato do PT, o líder do partido no Senado, Wellington Dias.



O Brasil é nessa área uma vergonha. Um governo que investe R$ 10 bi por ano (transporte) dificilmente vai fazer qualquer coisa relevante

Raul Veloso
Economista, sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura



Se protegendo do poder Executivo
Os líderes acertaram ontem com o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), que o voto será aberto para a cassação de mandatos. As votações dos vetos presidenciais e das eleições para a Mesa Diretora serão mantidas secretas.


Jogando junto
O presidente da França, François Holland, recebeu ontem o vice Michel Temer, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad. Eles pediram apoio para que a Conferência da ONU para o Meio Ambiente, em 2020, seja em São Paulo. Holland elogiou: “É impossível, na França, unir vários partidos num projeto comum”.

O alerta
A variação na intenção de voto e no desempenho do governo, no Datafolha, foram recebidos com normalidade pela assessoria da presidente Dilma. Avaliam que ela serve para “evitar o salto alto” e que a oposição não tem muito para comemorar.


Redução de danos
O governo quer que a apresentação de "emendas aglutinativas", na votação de MPs, fique condicionada ao aval de líderes que representem 50% da Câmara ou do Senado. Na MP dos Portos, uma dessas emendas, que pode alterar todo o conteúdo de uma MP, foi apresentada pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).


Bola cheia
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, almoça sexta-feira com a presidente Dilma. Ao lado do ministro Aldo Rebelo, no domingo, ele almoça na cidade do Rio de Janeiro, com o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.


O favorito
A intenção de voto no líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB), para o governo do Amazonas, oscila de 57% a 67%, segundo o Ibope. Para presidente: Dilma 72%; Marina Silva 14%; Aécio Neves 3%; e, Eduardo Campos 3%.


Protesto. Com a palavra o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA): “Desde fevereiro, que a Executiva Nacional do partido não se reúne”.

domingo, 9 de junho de 2013

A coluna Panorama Político (09/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


A linha justa
          A ministra Ideli Salvatti discorda do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT), de que o Planalto só tem 150 aliados fiéis na Câmara. Avalia que não dá para contar com 100% dos aliados o tempo todo. E que tendo uma base ampla, um governo aprova suas propostas ora com o apoio de uma parte ora com o de outra. “Se a gente só tivesse 150 aliados fiéis não tínhamos aprovado tudo”, afirma.

Letra morta
O TSE liquidou com a lei da fidelidade partidária. Desde de 2007, o Tribunal recebeu 51 casos de deputados federais e três de senadores que mudaram de partido. Das 51 ações, 39 delas foram arquivadas, beneficiando o parlamentar infiel. No caso dos senadores, todos saíram ganhando, mantendo seus mandatos. Estão tramitando no TSE outras 12 ações de deputados, sem prazo para conclusão. Apenas um deputado até hoje teve o mandato cassado pelo Tribunal por infidelidade partidária. Foi Walter Brito (PB), que trocou o DEM pelo PRB. A fidelidade virou lei a partir de resposta do TSE à consulta do DEM.

Nós estamos bombando. Não há nada grave na economia. Passou a tempestade

Fernando Pimentel
Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Fazendo a corte
Jogando com o PT nacional, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, está oferecendo seu partido ao ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), em choque com o PSB de Eduardo Campos.



Subiu no telhado
O governo está virando o jogo e espera derrubar a proposta que extingue a multa de 10% do FGTS nas demissões sem justa causa. Para sensibilizar os aliados, os operadores políticos do Planalto estão alegando que o corte da receita da multa, R$ 2,2 bilhões anuais, vai prejudicar o “Minha Casa Minha Vida”, gerido pelo ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades).
A voz da experiência
Um político aliado, que está há muito tempo na estrada, prevê: Se a presidente Dilma chegar bem às eleições ela terá quantos palanques quiser no Rio; mas, se o quadro não for de tranquilidade, o PT degola a candidatura Lindbergh Farias.

Quanta transparência
Um ex-ministro relata que no governo Lula fez pedido de informações para diversas instituições públicas, inclusive do Poder Judiciário, sobre o valor de diárias pagas em viagens. A consulta foi feita para definir as diárias que seriam pagas pelo Poder Executivo. Os Tribunais Superiores abriram seus números. A única instituição que se recusou a dar informações foi o TCU.

Caminho sem volta
O governador Eduardo Campos (PSB-PE), relatando a um político do Nordeste por que vai ser candidato a presidente: o PSB não tem tamanho no Congresso para que ele assuma qualquer posição relevante no Senado.

Justificativa impositiva
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) trabalha emenda que, mesmo aprovado o Orçamento Impositivo, permite ao Executivo não pagar emendas em situações de crise financeira, desde que mande ao Congresso explicação do quadro.

Cresce no DEM o número de lideranças regionais que estão buscando alternativas novas, que não passam pelo PSDB, nas eleições estaduais.

sexta-feira, 7 de junho de 2013


O PT e o mensalão
          O Instituto Vox Populi mediu o dano provocado ao PT pelo julgamento do mensalão. A pesquisa, feita para petistas, registrou que a imagem do partido não mudou para 59%. Ficou pior para 26% e melhor para 11%. Sua atuação é considerada positiva para 59% e negativa para 23%. O PT tem hoje a simpatia de 29% dos ouvidos, o mesmo patamar anterior ao escândalo.
Festejado e cobrado
O ministro Celso Amorim (Defesa) foi chamado de estadista, “que enxerga a grandeza do Brasil muito além de momentâneas idiossincrasias”, pelo comandante do Exército, general Enzo Peri, no almoço de seu aniversário de 71 anos, segunda-feira, no Clube do Exército. Ontem, ele foi recebido pela presidente Dilma, que lhe deu uma tarefa. Ela cobrou de Amorim que peça aos comandantes das Forças Armadas que atendam aos pedidos da Comissão da Verdade. Estes, reclamam que não conseguem examinar os arquivos militares. Eles não engolem a história oficial das Forças de que todos os documentos, da época da ditadura militar, foram destruídos.
Hoje há um monólogo. A presidente está diariamente na TV de caneta na mão. Não há notícia do Eduardo, do Aécio e da Marina. Só dá Dilma

Marcus Pestana
Deputado e presidente do PSDB mineiro, sobre a vantagem da presidente nas pesquisas de intenção de voto
O lobby do Rei
O cantor Roberto Carlos esteve no apartamento da ministra Cármen Lúcia, do STF, segunda-feira à noite. Foi defender a constitucionalidade da exigência de autorização de personalidades, e seus herdeiros, em livros que retratem suas vidas.

A escolha de Sofia
O secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, reuniu-se segunda-feira com a ministra Gleisi Hoffmann. O religioso defendeu os índios e afirmou que a Igreja faz uma opção preferencial pelos pobres. A ministra retrucou: “E quando os dois lados são pobres?”, referindo-se aos assentamentos e aos pequenos produtores.
De olho na defesa da floresta
O DEM contesta os números da ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente). Cita a organização social “Imazon”. Esta registra que, em abril deste ano, o desmatamento da Amazônia Legal está 75% acima do verificado em julho de 2012.
“Kkkkkkkkkkk”
O presidente do Senado, Renan Calheiros, chega ao Planalto, anteontem, e dispara: “Aprendi que quem quer vive muito come pouco, descansa bastante e não briga com mulher”. A presidente Dilma e a ministra Gleisi Hoffmann sorriram. A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PSD), emenda: “Lá em Tocantins dizem que não se briga com quem usa saia: padre, juiz e mulher”.
Um mistério ronda a Esplanada
O Ministério das Comunicações decidiu investigar porque o programa “telefone social” chegou a apenas cerca de 10% das 22 milhões de famílias beneficiárias dos programas sociais.
Debate interditado
A crítica, de setores empresariais, ao aumento de 0,5 pontos percentuais dos juros, adotada pelo Copom do Banco Central, é compartilhada por vários ministros do governo Dilma. Avaliam que foi feita uma concessão ao mercado financeiro.
O governo Dilma está tenso com a possibilidade do vazamento de petróleo no Equador, num afluente do rio Solimões, cheguar ao Brasil.

terça-feira, 4 de junho de 2013


O diagnóstico
          Os dirigentes do Congresso já identificaram o motivo da desmobilização da base aliada nas votações. Na conversa, com a presidente Dilma, mostraram que a antecipação da campanha presidencial também acelerou a da reeleição dos parlamentares. Estes, sofrem intensa pressão das bases por resultados e, estão tensos com o “engessamento” do governo, que não atende os seus pleitos.
Ministros sem autonomia
Os ministros setoriais não conseguem programar o pagamento das emendas parlamentares. Tudo depende do veredito do Planejamento. As grandes obras, e projetos, com liberação de recursos garantidos são as incluídas no PAC. Enquanto isso, com a campanha eleitoral se aproximando, deputados e senadores não conseguem mostrar serviço para as suas bases. “A presidente Dilma quer se reeleger, mas deputados e senadores aliados também”, argumenta um dirigente do Congresso. Aliados dizem que a ministra Ideli Salvatti é vítima desta engrenagem e que leituras “moralistas” são simplificações.

Independente do patamar de avaliação da presidente Dilma, com Aécio, Campos e Marina no páreo, há 80% de chances de haver segundo turno

Renato Pereira
Marqueteiro do senador Aécio Neves, do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes

Ação e reação
O presidente de um partido governista diz que o PT é um dos responsáveis pelos problemas do Executivo no Congresso. Conta que “o PT tem linha direta com as prefeituras, passando por cima de deputados e senadores aliados”.


Os dois lados
O governo Dilma quer que o Congresso determine quanto tempo MPs terão de ser apreciadas pelas comissões especiais, para que elas sejam votadas com mais folga pelos penários da Câmara e do Senado. O comando do Congresso quer que a presidente Dilma tenha um calendário de edição de MPs para não congestionar o trabalho do Legislativo.

Memória
A decisão secreta do TCU, de conceder a seus ministros auxílio refeição retroativo, resgata debate sobre sua utilidade. Na Constituinte, o ex-senador José Paulo Bisol propôs sua extinção e chamava seus ministros de príncipes.

O drama tucano
Os economistas liberais, ligados aos tucanos, continuam pregando que o Brasil precisa de reformas, da previdência e trabalhista. Simpatizantes da candidatura Aécio Neves avaliam que os eleitores associam este discurso à redução de direitos de aposentados e trabalhadores. E, concluem: “Os tucanos têm plano de governo, mas não têm plano de eleição”.

Marina e os verdes
O deputado Sarney Filho (PV-MA), a exemplo do ex-deputado Fernando Gabeira, também defende que os verdes tenham uma só candidatura e acredita que o melhor a fazer é concentrar a votação na ex-ministra Marina Silva (Rede).

A pergunta que não quer calar
Após o Senado não votar a MP 605, o governo anunciou que editaria decreto garantindo a redução da tarifa de energia. Aliados questionam: “Se era possível fazer por decreto, por que uma MP? Porque desgastar a base aliada?” .

O PMDB trata a reunião de ontem, com a presidente Dilma, como institucional. Se fosse partidária, seus líderes e dirigentes teriam de participar.

domingo, 2 de junho de 2013


Forma e conteúdo
O ex-presidente Lula cuspiu fogo sobre o amigo e presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), há poucos dias, em Brasília. A pessoas próximas, disse que não aceita as conversas sigilosas de Campos com tucanos e com grandes empresários, e o assédio que vem fazendo sobre petistas para que mudem de partido, casos do senador Lindbergh Farias e da ex-prefeita Luizianne Lins (CE).

Fora da agenda
O Meio Ambiente está na moda e a candidatura Marina Silva (Rede) ao Planalto força os demais a terem propostas. Mas a vida prática mostra que elas não são para valer. A cidade de São Paulo é um exemplo. Os rios Tietê e Pinheiros, que cortam a cidade, são dois lixos a céu aberto. Desde os anos 80, todos os partidos (PMDB, PTB, PT, PP, PSDB e DEM/PSD) já estiveram na prefeitura a nada relevante foi feito para despoluir o rio. O ex-deputado Fernando Gabeira, do PV, explica: "O descaso dos partidos é reflexo do atraso deles e a falta de amadurecimento da sociedade faz com que esta deficiência dos partidos não seja tão sentida".

“A ONU não vale nada. É como o Senado: não vota nada, não vale nada, não representa nada. O que vale é o Conselho de Segurança”

Pedro Simon
Senador PMDB-RS

Sem reforma ministerial
Apesar dos problemas relacionados à desarticulação política do governo com o Congresso, não há por parte da presidente Dilma nenhuma disposição em trocar ministros.



Ofertas
Com as conversas em torno do governador Eduardo Campos (PSB-PE) congeladas enquanto não anuncia sua candidatura presidencial, o senador Armando Monteiro (PTB), foto, está sendo assediado para concorrer ao governo numa chapa que incluiria o deputado João Paulo (PT) e o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), fora do PSB.

Sem clima
Um líder de partido da base aliada no Senado reclamava durante a semana do desânimo em desenvolver o papel no governo Dilma. Disse que não há margem de negociação com o Planalto e que a resposta padrão é que nada pode.

O PV e Marina
Uma ala do PV se ressente pelo fato de Marina Silva ter deixado o partido e resiste a apoiar sua candidatura. Mas um dos ícones dos verdes, o ex-deputado Fernando Gabeira, é daqueles que defendem apoiá-la. Sustenta que o campo dos ambientalistas é pequeno e que não suporta duas candidaturas. Por isso, o melhor a fazer é unir e concentrar em torno de um candidato.

Em campanha
O vice-presidente Michel Temer estará dia 12 de junho em Paris para defender a candidatura da Expo 2020 no Brasil. Participará de jantar oferecido aos membros do Bureau International des Expositions, responsável pela escolha.

Os negociadores
O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), instala quarta-feira Conselho Político integrado por dez candidatos a governador. O presidente será o vice de Minas Gerais, Alberto Pinto, cotado para a sucessão do tucano Antonio Anastasia.

Novo imposto. O deputado Vicente Cândido (PT-SP) apresentará PEC para que donos de jatinhos helicópteros e lanchas paguem IPVA.

sábado, 1 de junho de 2013



A fórmula da convivência
        Sem vitoriosos, sem vencidos. Esta será a premissa das conversas da próxima semana entre governo e PMDB. Para melhorar a articulação da presidente Dilma com o Congresso, será feito esforço dos dois lados. O Planalto negociará com antecedência o envio de projetos polêmicos e se abrirá mais ao diálogo. A interlocução permanecerá com as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti.

Banheiro para todos
Pesquisa encomendada pelo governo aponta que os banheiros estão entre as principais queixas dos usuários do aeroportos brasileiros. São poucos, sujos e apertados. Com o diagnóstico na mão, o ministro Moreira Franco (Aviação Civil) determinou à Infraero que priorize a reforma dos mais urgentes, caso do Santos Dumont, por causa do volume de passageiros com a Jornada Mundial da Juventude, em julho. A ordem é triplicar a capacidade dos banheiros antes da Copa das Confederações. Todos os outros aeroportos terão que rever essas áreas e melhorá-las de acordo com número de passageiros.

“O Senado não pode ser limitado eternamente no seu papel constitucional de apreciar MPs: de aprová-las, rejeitá-las, emendá-las e, se for necessário, deixar que caiam”

Renan Calheiros
Presidente do Senado

Questão regimental
No rosário de críticas desfiado pelo PMDB na relação da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) com o Congresso, está a falta de entendimento das votações na Câmara e Senado. Peemedebistas sugerem que se dedique à leitura do regimento.




Imbatível
A única forma do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ter garantida legenda para concorrer à reeleição, dizem petistas da cúpula de São Paulo, é se o tucano José Serra (SP) decidir concorrer ao Senado. Avaliam que Serra dificilmente perde a eleição e, com isso, a vaga ao Senado não seria alvo de interesse numa composição.

Aproximação
A presidente Dilma ofereceu ao presidente nacional do PTB, Benito Gama, a vice-presidência de Assuntos de Governo do Banco do Brasil. Partido ainda espera mais cargos no primeiro escalão para fechar o acordo.

Abastecimento eleitoral
A mudança dos royalties do ferro e do manganês favorece o Pará, onde o PT quer impedir a reeleição do governador Simão Jatene (PSDB). O Pará fica hoje com 30% destes royalties. Nos primeiros cinco meses deste ano, já recebeu R$ 471,9 milhões. No ano passado, foram R$ 524,2 milhões. Com o reajuste da alíquota de 2% do líquido para 4% do bruto esta receita deve dobrar.

Seleção mundial
Zico e o governador Agnelo Queiroz (PT-DF) se reuniram ontem para discutir seminário internacional sobre modelos de gestão do futebol, em Salvador, no fim do ano. Entre os painelistas: Beckenbauer, Platini, Leonardo e Pepe Guardiola.

Pulga atrás da orelha
Os políticos estão intrigados com o caso Bolsa Família. Não entendem como ninguém tenha ficado sem sacar com a corrida atípica aos caixas eletrônicos. A Caixa não explica direito como estavam preparados para a demanda extra.

Debate antecipado. Associação dos Micro e Pequenos Empresários da Baixada Fluminense faz este mês rodada de conversa com candidatos ao governo.