domingo, 23 de junho de 2013


A coluna Panorama Político (23/06) do jornal O Globo (Ilimar Franco)


A lição das ruas
        Dirigentes partidários e cientistas políticos estão prevendo uma grande renovação nas eleições de 2014. O sentimento que embalou os protestos afetará a todos. Mas os partidos sem identidade definida, marca reconhecida e militância sofrerão mais. A despeito da perplexidade geral, ficou claro que a rejeição aos governos, ao Legislativo e aos partidos é maior, e mais relevante, do que se imaginava.

Nasce um novo Brasil
A maioria dos políticos está empenhada, nestas horas, em enquadrar os fatos às suas vontades. Mas os analistas políticos estão procurando ir além do superficial perde-ganha. O cientista político Jairo Nicolau chama a atenção para um fato novo: “pela primeira vez, nos últimos 20 anos, a população sai às ruas sem o predomínio do PT”. Sua leitura é que os protestos refletem a existência de “uma nova classe média, novas formas de comunicação, e um novo Brasil que olha políticos e partidos e não se vê neles”. Pelo fato do movimento ser heterogêneo e se voltar contra o establishment, ele ainda não vê uma força política capitalizando tal descontentamento.

“No mundo político não tem ganhador. Mas se tiver, é quem está mais fora do contexto. E a única pessoa nesta posição se chama Marina Silva”

Saulo Queiroz
Secretário-geral do PSD

Ctrl C, Ctrl V
Um ministro do STF está sendo processado por uma das maiores editoras de livros jurídicos do país. O digníssimo teria plagiado um texto relacionado ao processo civil. A ação corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.



Ação orquestrada?
O partido de Marina Silva, a Rede, está sofrendo com o rigor dos cartórios eleitorais na checagem das fichas de filiação. Centenas estão sendo rejeitadas porque no nome do partido está escrito apenas “Rede”. Os funcionários argumentam que deveria ser usado o nome completo do partido: “Rede Sustentabilidade”. Com essa Marina não contava.

Sem solução
A Polícia Federal prorrogou por mais 30 dias, até 18 de julho, a investigação sobre a boataria de que o Bolsa-Família seria extinto. Não está nada fácil conseguir solucionar o caso. Muitos envolvidos em várias cidades do país.

Cartão amarelo
A desordem e a falta de segurança provocadas pelos protestos dos últimos dias deixaram a Fifa apreensiva. Seu secretário-geral, Jérôme Valcke, reclamou para o governo da falta de competência das forças policiais. Relatou que as empresas patrocinadoras estão chocadas, pois se há dificuldades de segurança para a Copa das Confederações, o que dirá na Copa do Mundo.

Destrinchando o protesto
No Rio, 67% das pessoas que andam de ônibus usam vale-transporte, 10% têm gratuidade, e só 23% pagam o preço cheio da passagem. O custo do VT para o empregado é de 6% do valor de seu salário. O que passar disso é pago pelo patrão.

Correndo atrás do prejuízo
Depois de ser pego de surpresa com a votação da bolsa-estupro na Comissão de Finanças da Câmara, o governo Dilma agora trabalha para impedir que vá para a Comissão de Direitos Humanos e que seja aprovada no plenário.

Fim da PEC 37. O governo quer que o Congresso enterre a "PEC 37" e que o debate entre Ministério Público e polícia recomece do zero.

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