Fora da linha
O embaixador Roberto Abdalla retorna hoje ao país após investigar o cônsul do Brasil na Austrália, embaixador Américo Fontenelle. Já afastado do cargo, Fontenelle vai responder a processo disciplinar por assédio moral contra seus funcionários. Promovido por ter sido assessor do ex-ministro José Dirceu, ele tinha por hábito fazer chacota do embaixador na Austrália, Rubem Antonio Correa Barbosa.
Tricô diplomático
A intervenção determinada pelo ministro Antonio Patriota ocorreu pelo volume de denúncias contra o embaixador Fontenelle, que já fora alvo de sindicância no Canadá. Um relato recebido pela Comissão de Ética do Itamaraty conta sobre “longas reuniões diárias para recriminar funcionários, comentar decote das funcionárias, gabar-se dos amigos importantes, injuriar minorias sociais”. O processo envolve o conselheiro Cezar Cidade, que entrou de licença médica. Ele tinha o hábito de distribuir agulhas e novelos de lã aos servidores e os obrigava, no expediente, a terem com ele aulas de tricô. (No Blog trechos de uma das cartas denúncia.)
“O conteúdo do discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG) não foi o importante, o relevante é que ele deu ordem-unida nas tropas da oposição”
José Agripino
Presidente do DEM e senador (RN)
Pedem arreglo
Em reunião ontem com a Casa Civil, o presidente da Força Sindical, deputado paulo Pereira da Silva (PDT-SP), foto, pediu para o governo "maneirar" com os sindicalistas, pois estão sendo demonizados por criticarem a MP dos Portos. O Planalto não cede porque não mexeu em diretos trabalhistas e acusa sindicalistas de agirem em favor de empresários.
Termômetro
O que calou mais fundo na oposição no discurso de Aécio Neves (PSDB-MG), quarta-feira, no Senado, foi a forma pela qual o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) manifestou seu apoio à fala do candidato tucano à Presidência da República.
Cabo eleitoral
A presidente Dilma levou em sua comitiva à África o candidato do Brasil a diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o embaixador Roberto Azevêdo. Ele está participando de todas as reuniões bilaterais.
Saia justa na Corte
Há mal-estar no STJ por causa de acordo feito pelo presidente, Felix Fischer, com partidos, para aprovar o nome do Sérgio Kukina a ministro em troca da escolha posterior do procurador de Justiça do Acre Sammy Barbosa, candidato do governador Tião Viana (PT). O acordo foi feito em nome do STJ e desagradou ministros, que não foram consultados e não aceitam os termos.
Na linha de frente
O vice Michel Temer teve papel fundamental, nestes dias, ao convencer os ministros do STF a resolver logo a questão da votação dos vetos pelo Congresso. A missão, que visa permitir a votação do Orçamento, foi dada pela presidente Dilma.
Monitor
Eleito presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) terá na sua equipe um colaborador do ministro Guido Mantega (Fazenda), Élvio Gaspar, que era diretor de Inclusão Social do BNDES.
O MENSALÃO. A expectativa no STF é de que o Acórdão do Julgamento seja publicado na semana que vem. Depois vem o capítulo dos embargos.
Trechos da carta de um oficial de chancelaria sediado no Consulado de Sidney, na Austrália, enviada à Comissão de Ética do Ministério das Relações Exteriores:
"Diante das denúncias de funcionários locais do Consulado do Brasil em Sydney no âmbito da visita à Sydney do embaixador Roberto Abdalla, escrevo para respeitosamente posicionar-me à favor da abertura imediata de Processo Administrativo Disciplinar. No último dia 16 de fevereiro, ao ser entrevistado pelo embaixador Roberto Abdalla, pude relatar minha experiência de um ano de trabalho no Consulado Geral do Brasil em Sydney, com ênfase no relacionamento entre os funcionários e, mais especificamente, nas condutas do embaixador Américo Dyott Fontenelle e do conselheiro Cesar de Paula Cidade. Relatei as condições extremamente penosas de trabalho, cuja consequência mais alarmante é a partida em massa de funcionários antigos, assim como de servidores públicos que pedem remoção."
"O conselheiro Cesar de Paula Cidade revela total falta de urbanidade, podendo-se falar de incontinência pública e conduta escandalosa na repartição. Com seu comportamento desequilibrado e extremamente incompatível com a profissão de diplomata, já ameaçou dar um soco na cara de um oficial de chancelaria e já atirou uma caneca de chá contra uma porta de vidro, esbravejando que ia "enrabar" outro funcionário."
"O conselheiro Cesar de Paula Cidade incorre em difamação quando imputa a mim, na minha ausência, ofensivamente e publicamente, fatos que atentam contra minha honra e minha reputação; e quando faz publicamente afirmação falsa e desonrosa a respeito do meu trabalho ou da minha pessoa. Com a conivência do embaixador Américo Dyott Fontenelle, sou perseguido pelo conselheiro Cesar de Paula Cidade a qualquer deslize, imaginado ou real."
"O conselheiro Cesar de Paula Cidade faz uso de vocabulário chulo e obsceno, em altos brados na repartição."
"Ao longo do ano que passou, o embaixador Américo Dyott Fontenelle alternou período em que tentou me sufocar de tanto trabalho com período em que tentou esvaziar as minhas funções, expondo-me dessa maneira, ora ao estresse de não conseguir dar conta do serviço, ora ao ridículo."
"Relatei as longas reuniões diárias promovidas pelo embaixador Américo Dyott Fontenelle para recriminar algum funcionário, fazer chacota do embaixador do Brasil em Camberra (Rubem Antonio Correa Barbosa), comentar algum decote nas roupas das funcionárias, gabar-se sem modéstia dos amigos importantes (José Dirceu), injuriar alguma minoria social, reclamar da vida."
"Relatei ao embaixador Roberto Abdalla ter presenciado cinco crises de choro, nos meus primeiros seis meses no posto, de cinco funcionários diferentes, em situações de crise distintas, tudo isso em pleno ambiente de trabalho. Em todas as situações de crise foi possível identificar o causador direto e intencional das crises na pessoa do embaixador Américo Dyott Fontenelle. Relatei ao embaixador Roberto Abdalla ter sido acusado pelo embaixador Américo Dyott Fontenelle de indisciplina e insubordinação reiteradas vezes."
"Os acontecimentos mais recentes no Consulado são para mim cada vez mais inquietantes. Tanto o embaixador Américo Dyott Fontenelle, quanto o conselheiro Cesar de Paula Cidade, após tomarem conhecimento das
denúncias, em contraste absoluto aos usos e costumes deste Consulado, têm tratado a todos de maneira cortes e educada, não economizando elogios aos subordinados."
"Diante do exposto, ciente da gravidade das afirmações, ciente de estar trazendo novos elementos para consideração, corroborando na íntegra a denúncia feita por outros colegas contra o embaixador Américo Dyott Fontenelle e contra o conselheiro Cesar de Paula Cidade, respeitosamente peco seja aberto imediatamente Processo Administrativo Disciplinar."
O embaixador Roberto Abdalla retorna hoje ao país após investigar o cônsul do Brasil na Austrália, embaixador Américo Fontenelle. Já afastado do cargo, Fontenelle vai responder a processo disciplinar por assédio moral contra seus funcionários. Promovido por ter sido assessor do ex-ministro José Dirceu, ele tinha por hábito fazer chacota do embaixador na Austrália, Rubem Antonio Correa Barbosa.
Tricô diplomático
A intervenção determinada pelo ministro Antonio Patriota ocorreu pelo volume de denúncias contra o embaixador Fontenelle, que já fora alvo de sindicância no Canadá. Um relato recebido pela Comissão de Ética do Itamaraty conta sobre “longas reuniões diárias para recriminar funcionários, comentar decote das funcionárias, gabar-se dos amigos importantes, injuriar minorias sociais”. O processo envolve o conselheiro Cezar Cidade, que entrou de licença médica. Ele tinha o hábito de distribuir agulhas e novelos de lã aos servidores e os obrigava, no expediente, a terem com ele aulas de tricô. (No Blog trechos de uma das cartas denúncia.)
“O conteúdo do discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG) não foi o importante, o relevante é que ele deu ordem-unida nas tropas da oposição”
José Agripino
Presidente do DEM e senador (RN)
Pedem arreglo
Em reunião ontem com a Casa Civil, o presidente da Força Sindical, deputado paulo Pereira da Silva (PDT-SP), foto, pediu para o governo "maneirar" com os sindicalistas, pois estão sendo demonizados por criticarem a MP dos Portos. O Planalto não cede porque não mexeu em diretos trabalhistas e acusa sindicalistas de agirem em favor de empresários.
Termômetro
O que calou mais fundo na oposição no discurso de Aécio Neves (PSDB-MG), quarta-feira, no Senado, foi a forma pela qual o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) manifestou seu apoio à fala do candidato tucano à Presidência da República.
Cabo eleitoral
A presidente Dilma levou em sua comitiva à África o candidato do Brasil a diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), o embaixador Roberto Azevêdo. Ele está participando de todas as reuniões bilaterais.
Saia justa na Corte
Há mal-estar no STJ por causa de acordo feito pelo presidente, Felix Fischer, com partidos, para aprovar o nome do Sérgio Kukina a ministro em troca da escolha posterior do procurador de Justiça do Acre Sammy Barbosa, candidato do governador Tião Viana (PT). O acordo foi feito em nome do STJ e desagradou ministros, que não foram consultados e não aceitam os termos.
Na linha de frente
O vice Michel Temer teve papel fundamental, nestes dias, ao convencer os ministros do STF a resolver logo a questão da votação dos vetos pelo Congresso. A missão, que visa permitir a votação do Orçamento, foi dada pela presidente Dilma.
Monitor
Eleito presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) terá na sua equipe um colaborador do ministro Guido Mantega (Fazenda), Élvio Gaspar, que era diretor de Inclusão Social do BNDES.
O MENSALÃO. A expectativa no STF é de que o Acórdão do Julgamento seja publicado na semana que vem. Depois vem o capítulo dos embargos.
Trechos da carta de um oficial de chancelaria sediado no Consulado de Sidney, na Austrália, enviada à Comissão de Ética do Ministério das Relações Exteriores:
"Diante das denúncias de funcionários locais do Consulado do Brasil em Sydney no âmbito da visita à Sydney do embaixador Roberto Abdalla, escrevo para respeitosamente posicionar-me à favor da abertura imediata de Processo Administrativo Disciplinar. No último dia 16 de fevereiro, ao ser entrevistado pelo embaixador Roberto Abdalla, pude relatar minha experiência de um ano de trabalho no Consulado Geral do Brasil em Sydney, com ênfase no relacionamento entre os funcionários e, mais especificamente, nas condutas do embaixador Américo Dyott Fontenelle e do conselheiro Cesar de Paula Cidade. Relatei as condições extremamente penosas de trabalho, cuja consequência mais alarmante é a partida em massa de funcionários antigos, assim como de servidores públicos que pedem remoção."
"O conselheiro Cesar de Paula Cidade revela total falta de urbanidade, podendo-se falar de incontinência pública e conduta escandalosa na repartição. Com seu comportamento desequilibrado e extremamente incompatível com a profissão de diplomata, já ameaçou dar um soco na cara de um oficial de chancelaria e já atirou uma caneca de chá contra uma porta de vidro, esbravejando que ia "enrabar" outro funcionário."
"O conselheiro Cesar de Paula Cidade incorre em difamação quando imputa a mim, na minha ausência, ofensivamente e publicamente, fatos que atentam contra minha honra e minha reputação; e quando faz publicamente afirmação falsa e desonrosa a respeito do meu trabalho ou da minha pessoa. Com a conivência do embaixador Américo Dyott Fontenelle, sou perseguido pelo conselheiro Cesar de Paula Cidade a qualquer deslize, imaginado ou real."
"O conselheiro Cesar de Paula Cidade faz uso de vocabulário chulo e obsceno, em altos brados na repartição."
"Ao longo do ano que passou, o embaixador Américo Dyott Fontenelle alternou período em que tentou me sufocar de tanto trabalho com período em que tentou esvaziar as minhas funções, expondo-me dessa maneira, ora ao estresse de não conseguir dar conta do serviço, ora ao ridículo."
"Relatei as longas reuniões diárias promovidas pelo embaixador Américo Dyott Fontenelle para recriminar algum funcionário, fazer chacota do embaixador do Brasil em Camberra (Rubem Antonio Correa Barbosa), comentar algum decote nas roupas das funcionárias, gabar-se sem modéstia dos amigos importantes (José Dirceu), injuriar alguma minoria social, reclamar da vida."
"Relatei ao embaixador Roberto Abdalla ter presenciado cinco crises de choro, nos meus primeiros seis meses no posto, de cinco funcionários diferentes, em situações de crise distintas, tudo isso em pleno ambiente de trabalho. Em todas as situações de crise foi possível identificar o causador direto e intencional das crises na pessoa do embaixador Américo Dyott Fontenelle. Relatei ao embaixador Roberto Abdalla ter sido acusado pelo embaixador Américo Dyott Fontenelle de indisciplina e insubordinação reiteradas vezes."
"Os acontecimentos mais recentes no Consulado são para mim cada vez mais inquietantes. Tanto o embaixador Américo Dyott Fontenelle, quanto o conselheiro Cesar de Paula Cidade, após tomarem conhecimento das
denúncias, em contraste absoluto aos usos e costumes deste Consulado, têm tratado a todos de maneira cortes e educada, não economizando elogios aos subordinados."
"Diante do exposto, ciente da gravidade das afirmações, ciente de estar trazendo novos elementos para consideração, corroborando na íntegra a denúncia feita por outros colegas contra o embaixador Américo Dyott Fontenelle e contra o conselheiro Cesar de Paula Cidade, respeitosamente peco seja aberto imediatamente Processo Administrativo Disciplinar."
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