quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O futuro da riqueza do Brasil - Petrobras, sim. Petrosal, não (Helio Fernandes)

O Brasil é hoje notícia no mundo inteiro. Por muitos e variados motivos, que não aconteceram em nenhuma fase da República, "que não é a dos nossos sonhos" (Saldanha Marinho, Propagandista da República, diretor do jornal diário "A República", senador, preso quando da tribuna do Senado defendia o interesse nacional).

Hoje, quero apenas começar, com simplicidade, clareza e de forma elucidativa, esclarecimentos para que o cidadão-contribuinte-eleitor compreenda o que é o Pré-Sal (ou Petrosal) e a razão de quererem criar várias empresas que inevitavelmente LIQUIDARÃO A PETROBRAS.

Tive acesso a um mapa desse petróleo que vem de Santa Catarina, Paraná, cobre todo o litoral brasileiro, chega ao Espírito Santo, depois de passar por Santos e o interior do Estado do Rio de Janeiro. Essa é a realidade.

Sobre essa realidade, querem montar uma irrealidade, representada por várias empresas, ninguém sabe quantas, já falam em uma porção de Conselhos de Administração. Relegando a Petrobras a um plano secundário, como se ela não tivesse feito coisa alguma. Não a partir de 1953 ou 1954, quando a sua criação foi aprovada.

Mas na verdade coloquem nessa criação pelo menos 10 anos, ou melhor, 20. A partir daí ela existiu e existe, desde que foi vitoriosa a campanha do PETRÓLEO É NOSSO.

Como esse Pré-Sal levará muitos e muitos anos, mostremos as dificuldades que a Petrobras teve e tem que enfrentar, como se ela não fosse uma potência, mais admirada no exterior do que aqui no Brasil. Precisou descobrir petróleo a grandes profundidades, seus campos e plataformas, uma época acolhendo dezenas de especialistas estrangeiros, que se perguntavam: "Como é que a Petrobras pode ir buscar petróleo a essa profundidade?". Mas ia. E cresceu assim.

Além do mais, a Petrobras tinha que enfrentar governos, ditatoriais ou não. O "presidente" Geisel nomeou presidente da Petrobras (e depois ministro de Minas e Energia) o senhor Shigeaki Ueki. Só alguém que deseja destruir uma empresa nomeia Ueki presidente. E outros, vários, com ele e como ele. Hoje, Ueki e os filhos moram no Texas, mais ricos em petróleo do que a família Bush.

Só que a tentativa de destruição da Petrobras não parou por aí. Quando FHC DOOU-PRIVATIZOU grandes empresas, quis fazer o mesmo com a Petrobras. Não teve coragem, nunca teve, por que iria mudar? Criou a COMISSÃO DE DESESTATIZAÇÃO, todos os seus membros tinham uma emocionante vocação para o enriquecimento pessoal e não o coletivo.

FHC criou então a lei 9478, que estabelecia as famigeradas licitações. Dona Dilma, ainda não no governo, combateu essa 9478. Entrou no governo, "aceitou" imediatamente as licitações criminosas. E eu combatendo diariamente para não haver essa DOAÇÃO indireta. Ou diretíssima.

Escrevi tanto e por tanto tempo, defendendo a Petrobras, que o procurador geral da Justiça do Paraná entrou no Supremo com uma AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA, para anular essa criminosa 9478. Os primeiros a vontarem foram 4 dos grandes ministros do Supremo, o resultado ficou: Petrobras-Brasil 4 a 0. Nelson Jobim, presidindo do Supremo, fez um gesto com a mão, o ministro Eros Grau pediu vista. Levou meses, quando devolveu a Petrobas-Brasil perdeu por 7 a 4.

Lula, que não anulou a Lei 9478 de FHC, ainda derrotou a Petrobras, obrigando-a a "vender" petróleo às multinacionais. Cumpriu SUBMISSAMENTE o que FHC determinara INSENSATAMENTE.

PS - Como eu disse, essa Petrosal terá que esperar muito tempo. É lógico que sou a favor da distribuição dos lucros, para a educação e para investimentos.

PS 2 - Mas por que não fazer através da Petrobras? Ela tem competência, conhece todos os caminhos, tem experiência e o respeito geral.


Presidente Lugo
Assumiu no Paraguai com a idéia de reajustar a exploração de Itaipu. Amanhã mostrarei que o Paraguai deveria agradecer a Deus.

Revelado pelo "Washington Post" e publicado no Brasil: o governo Bush no final do governo decidiu "salvar" empresas poderosas de hipotecas. Segundo a fonte inicial e a reprodução, serão destinados até 200 BILHÕES de dólares para que não haja uma crise com a possível quebradeira de outras empresas do mesmo ramo, e até bancos. O encarregado da operação será o secretário do Tesouro, Henry Paulson, que prepara o "salvamento" com a maior alegria.
200 BILHÕES para um país que destinou 3 TRILHÕES (agora, fora o que terá que ir gastando nos próximos 50 anos) para uma guerra criminosa (alguma guerra não será criminosa, a não ser a defesa do território nacional?) no Iraque, não se preocupa com essa "importância sem importância".

Esses 200 BILHÕES representam menos de 7 por cento do que foi desperdiçado no Iraque. E se alguém esqueceu, pode lembrar: é o que Chico Lopes, como presidente do Banco Central, chamou de "perigo de crise sistêmica".
O economista, um gênio completo, estava convencido de que não poderia deixar de agir, como vão fazer agora nos EUA.

Para terminar, por hoje, por hoje: Chico Lopes é corretíssimo, o chamado "Cidadão acima de qualquer suspeita", como no filme famoso.
O ministro da Previdência, José Pimentel, publicou portaria na página 75 do Diário Oficial, informando que, em agosto, os vencimentos médios dos 25 milhões de aposentados e pensionistas do INSS foram de 580 reais por mês. Muito baixos.

Déficit? Só na versão dos tecnocratas, que desejam tudo para os bancos, nada para os salários. Principalmente dos aposentados. Depois de terem contribuído por 35 anos, são obrigados a contribuir novamente. Para quê? Para nada.
O presidente Lula não está muito ligado (ou interessado) na eleição da prefeitura de São Paulo, capital. Quer eleger 4 prefeitos: do ABCD. Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema. Vai morar lá.

O imprevisível acontece: uma das lutas eleitoralmente mais duras e difíceis ocorrerá em 2010 no Maranhão. Protegido e amparado a vida inteira por Sarney, Lobão deslumbrou. Quer derrotar Dona Roseana.
Depois das denúncias da Veja sobre vários conselheiros do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Rio), muitos deles não conseguem dormir, assustadíssimos. E com sérios problemas.

Alguns foram denunciados com nomes, e outros, a revista omitiu estrategicamente, mas guarda "generosamente" documentos.
Depois disso (e eles não podem desmentir), obstáculos surgiram na vida de vários conselheiros. Até a Receita Federal decidiu intervir, parcelou as OMISSÕES, mas interviu.

No entanto, o que apavora alguns conselheiros é isto: o poderoso presidente da Alerj, Jorge Picciani, rompeu com o TCE, ou pelo menos com alguns deles c-o-m-p-r-o-m-e-t-i-
d-o-s. (Estou juntando mais dados sobre enriquecimento ilícito).
Impressionante a repercussão dos 3 artigos do general Lessa, aqui mesmo, sobre a Amazônia. Abandonou o menor (índios contra arrozeiros), ficou com o maior (a independência do Brasil).

Tem feito conferências pelo Brasil, sempre explicando de forma clara e límpida a questão superimportante. Afinal, comandou a Amazônia por 4 anos, estudou tudo a fundo.
Sempre lhe perguntam duas coisas. 1 - Foi o senhor que denunciou 100 mil ONGs na Amazônia, para que servem? 2 - Por que o presidente não cria logo o Ministério da Amazônia, imprescindível? Se há alguma coisa importante, hoje, no Brasil, é a Amazônia.

Cabral informa que apoiou integralmente a proposta do governador José Serra para a construção de uma nova rodovia Rio-São Paulo.
270 quilômetros de extensão, portanto 130 quilômetros a menos do que a Presidente Dutra. Do Rio, ela sairia da Avenida Airton Sena, na Barra da Tijuca, passando por Mangaratiba. (Onde o governador possui luxuosa casa de praia).

Depois: Parati, Vale do Paraíba até a divisa com o Estado de São Paulo. Nesses lugares o governador ainda não tem propriedade.
Segundo informações do governador José Serra (Cabral não sabe de nada, foi informado pelo vice Pezão e mandou publicar no Diário Oficial) custará 3 BILHÕES.

Financiamento do BNDES, nesse caso justíssimo, a Presidente Dutra, intransitável, é uma fábrica ou usina de acidentes e mortes. Essa Rio-SP vem pelo menos com 20 anos de atraso.
Registre-se, ressalte-se, ressalve-se: 3 bilhões é o preço do orçamento inicial. Mas todos sabem que o custo final de uma obra como essa ficará no mínimo 3 vezes maior.
XXX

Veja só: o ministro Edison Lobão não manda nada na sua própria área, de Minas e Energia. O governador José Serra (Folha de São Paulo) procurou a ministra Dilma Rousseff para pedir a prorrogação do prazo de concessão das principais usinas (Jupiá e Ilha Solteira) do sistema da CESP.

Serra, há alguns meses, tentou privatizar a CESP, mas não conseguiu. As propostas eram baixíssimas, exatamente em função das concessões terminarem em 2015. O impulso à privatização, à moda FHC, é uma constante no comportamento das principais figuras do PSDB. Isso, inclusive, bloqueia o avanço eleitoral de Serra para a sucessão de Lula.

Mas voltando a Lobão: Serra foi procurar Dilma, deveria ter procurado o titular do MME. Dilma aproveitou a oportunidade para marcar pontos junto aos empregados das estatais, disse: "Aceita prorrogar as concessões, desde que Serra não privatize o controle acionário da empresa paulista". Quer dizer: Dilma respondeu por Lobão. Onde estava o ministro no episódio?

A propósito: em Brasília, muita gente cai na gargalhada quando eu chamo Lobão de ministro. Lobão é o chamado "ministro Coca-Cola". Como está na garrafa, "é marca de fantasia".

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